quarta-feira, 2 de março de 2022

Costura do PT robustece PSD. A André de Paula, Lula defendeu Otto ainda em 2021

 

Ainda em agosto de 2021, se fez uma fila de lideranças políticas no Hotel Atlante Plaza, em Boa Viagem, no Recife. De partidos distintos, elas tinham um objetivo comum: ir à mesa com o ex-presidente Lula, que buscava, ali, entabular diálogos já de olho em 2022. Entre os deputados que compareceram, estava o presidente estadual do PSD, André de Paula.

Ali, foi a primeira vez que André teve uma conversa política com o petista, apesar da extensa experiência no parlamento. André foi deputado federal durante os dois mandatos em que Lula esteve à frente da Presidência da República. Mas nunca tinha estado no Planalto com o petista, uma vez que exercia Oposição na ocasião.

No encontro simbólico do ano passado, sob a bençao de Gilberto Kassab, presidente nacional o PSD, Lula cuidou de derramar elogios, como a coluna registrara, a correligionários de André. Entre eles, o senador Otto Alencar, da Bahia. E não só. Lula chegou a defender que Jaques Wagner não fosse candidato ao Governo da Bahia em prol de uma candidatura de Otto a governador.

Não foi aquela uma conversa à toa ou apenas uma homenagem. A projeção se consolidou no final da semana passada, menos de uma ano depois. Há parcerias entre as duas siglas em vários estados e Pernambuco está no radar. Ao PSD, interessa indicar André para o Senado, vaga que, no entanto, está hipotecada ao PT após o partido abrir mão da candidatura de Humberto Costa ao Palácio das Princesas.

Para o PT ser rifado, dizem socialistas, só se o PT mesmo assim decidir. Em outras palavras, isso ocorreria se Lula desse o aval. Gestos na Bahia e em Pernambuco, no entanto, nas previsões do PSD, não necessariamente assegurariam um apoio do partido de Kassab ao petista no 1º turno da corrida presidencial.

A legenda perderia muitos quadros, caso isso ocorresse. Há estados onde um apoio ao presidente Jair Bolsonaro é inegociável. O detalhe é que até para governabilidade do ex-presidente petista, caso eleito, argumentam lideranças aliadas, o tamanho do PSD ser mantido no Congresso Nacional é variável estratégica.

Os gestos feitos pelo PT ao PSD, então, credenciam, por enquanto, a sigla de Lula a ter apoio na disputa pelo Planalto no 2º turno. A construção, em Pernambuco, pode ficar mais viável, a depender do saldo do PSB no balcão de negociação nacional e de quanto interessa aos socialistas ter um partido de centro na chapa da Frente Popular.

Com você ou...
 ...Não há no PSB ainda solução interna capaz de viabilizar a federação com o PT. Entre petistas, isso não é visto mais como empecilho. O PT vai federar com PCdoB, PV, com quem estiver alinhado, independente de os socialistas acenarem positivamente.

...sem> Da mesma forma, o PSB estará com Lula "em qualquer circunstância", nas palavras de Danilo Cabral, ditas à coluna no dia do lançamento de sua candidatura, com federação ou sem.

Apostas > Na Frente Popular, a depender da negociação com o PT, há bolsa de apostas dando conta de que o deputado federal Silvio Costa Filho poderia ser candidato a vice e seria alternativa interessante. No Republicanos, no entanto, o foco é uma chapa competitiva para estadual e federal. Partido que mais cresceu, proporcionalmente, em 2020, em número de prefeitos, trabalha para crescer na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa.

Fonte: Folha de PE.

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