sábado, 12 de março de 2022

Bom para Anderson, ruim para Gilson

 

Mesmo divididas, as oposições têm amplas chances de levar a eleição de governador para o segundo turno em Pernambuco. Contribuem para isso a fadiga de material do PSB, com 16 anos no poder, os ventos favoráveis da mudança, a escolha pelo PSB por um nome sem quase pontuação nas pesquisas e uma aliança com o PT, geradora de problemas hoje que poderá trazer muito mais dor de cabeça do que resultados eleitorais no futuro.

Isso se o eleitor, de boa e saudável memória, associar PT e PSB ao jogo do oportunismo barato. Há dois anos, no Recife, se digladiaram a ponto do prefeito eleito João Campos associar o PT a uma quadrilha, alertando para o perigo dela se instalar na Prefeitura, caso Marília Arraes viesse a ser eleita. Os políticos mudam de camisa de acordo com as suas conveniências. O que satanizam hoje, amanhã reverenciam, batem palmas.

Mas a história não se apaga com borracha. Basta dar um clique no Google e todos os podres do passado viram provas para o presente. Saindo na frente, em busca do voto casado com Bolsonaro, o pré-candidato do PL a governador, Anderson Ferreira, ganhou envergadura, mas poucas chances de puxar o candidato a senador. Tem pela frente um segmento eleitoral para explorar, diferente de Miguel Coelho (União Brasil) e Raquel Lyra (PSDB), com amplas dificuldades de montar chapas.

Quanto ao cenário para o Senado, julgo ser amplamente favorável ao candidato chapa branca, que vier a ser escolhido pela Frente Popular ao lado de Danilo Cabral, postulante a governador pelo PSB. Por que? Não existe segundo turno para senador e como surgirão três candidatos de oposição, nas chapas de Anderson, Miguel e Raquel, essa divisão levará o candidato do Coronel Danulo à vitória.

Para o ministro do Turismo, Gilson Machado, teria sido melhor, portanto, disputar um mandato de deputado federal, que se apresenta como líquido e certo, a depender da chapa proporcional, do que entrar na aventura para o Senado disputando com mais dois candidatos no seu bloco de oposição. A questão, neste caso, é de soma, de aritmética, nada que envolva teses científicas. Está na cara, só não enxerga quem quer se iludir.

Deserto de nomes – Raquel e Miguel estão enfrentando um cenário sombrio para a montagem de suas chapas, tanto na escolha para o Senado quanto para vice. Nome cobiçado pela tucana é a petista Marília Arraes, como postulante ao Senado, mas a deputada ainda alimenta expectativas de ser escolhida pelo seu partido na chapa com o Coronel Danulo Cabral. Quanto a Miguel, até o momento não se cogita nem um nome para o Senado nem tampouco para vice.

A culpada – A insegurança, a falta de organização e de decisão de Raquel Lyra levaram o então parceiro Anderson Ferreira a cair fora do movimento Levanta Pernambuco. Conhecida no meio político como extremamente centralizadora, Raquel fez com que as decisões não fluíssem. Para completar, não percebeu que ficar em cima do muro, como se encontra até o momento, faltando 20 dias para o prazo da renúncia, não vai levá-la a lugar algum. Os recentes comerciais dela chegam até a falar do finado Eduardo Campos. Pelo visto, está querendo usar a estratégia de dividir Lula e Eduardo com o PSB.

Sem expressão – Anderson Ferreira entrou no reduto de Miguel Coelho ao anunciar, ontem, a filiação ao PL do ex-presidente do Programa de Defesa do Consumidor de Petrolina, Dhiego Serra. Voz do conservadorismo entre a nova geração política do São Francisco, vai tentar, sem chances, uma vaga na Alepe. No Sertão, além de bolsonarista, Serra atua na área de direito do consumidor, sendo crítico ferrenho da gestão do PSB.

Parece piada – O presidente do PV, José Luiz Penna, ouviu, ontem, do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, uma versão no mínimo inusitada para desistir da filiação ao PSB: tem ouvido recomendações de Luciano Huck para se filiar ao PV e não ao PSB. “A história que ele revelou é que teve uma longa conversa com o Luciano Huck e quando ele disse que estava conversando com vários partidos e citou o PV, o Luciano disse: 'Tem que ser PV, governador!'", relatou Penna.

Recife andando para trás – Ao invés de abrir viadutos e pontes para desafogar o Recife, alternativa natural que se observa hoje nos grandes centros urbanos do País, o prefeito João Campos (PSB) vai construir uma ciclovia na Avenida Agamenon Magalhães, historicamente a mais engarrafada da capital. Mais uma ideia de jerico. O gênio da ideia deve ter sido o mesmo que sugeriu o infante a pagar um caldinho na praia a quem se vacinar contra a covid.

CURTAS

CORRUPÇÃO – Investigação da Polícia Federal identificou três deputados federais do PL participando de suposto esquema de cobrança de propina de 25% sobre o valor de emendas parlamentares destinadas ao Maranhão. As verbas da saúde desviadas do orçamento da União retornariam aos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), por meio de um esquema criminoso que envolvia ameaças.

O ESQUEMA – O valor desviado, segundo a PF, é de R$ 1.667.750,00, que corresponde a 25% das emendas enviadas por Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa a municípios maranhenses. No esquema, segundo a PF, um agiota empresta dinheiro para parlamentares investigados, os quais se comprometem a devolvê-lo por meio do desvio de parte dos valores oriundos das emendas parlamentares.

Perguntar não ofende: Sem Alckmin no PSB como vice de Lula, como fica a aliança PT-PSB em Pernambuco?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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