quinta-feira, 24 de março de 2022

Aécio defende que Leite substitua Doria na eleição presidencial

 

 (crédito: Minervino Júnior/CB/DA.PRESS)

Uma das lideranças do PSDB, o deputado Aécio Neves (MG) disparou críticas contra o pré-candidato do partido ao Planalto, o governador de São Paulo, João Doria. "Fiquei, nos últimos quatro meses, desde as prévias, aguardando que o governador Doria mostrasse uma capacidade mínima de aglutinar forças políticas ou da sociedade e que pudesse, também, mostrar alguma perspectiva de crescimento nas pesquisas (eleitorais). Absolutamente nada disso ocorreu", afirmou, em entrevista ao programa CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília. "Portanto, o que seria mais responsável da nossa parte: fingirmos que temos um candidato, que diminuirá a nossa bancada, que isolará o partido, ou vamos, numa conversa franca, aberta, mostrar que existem outras alternativas? Não é possível que a gente continue com esse projeto natimorto."

Na avaliação do parlamentar, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, derrotado nas prévias da legenda, é o nome capaz de ser competitivo nas eleições à Presidência da República. "Acho que o PSDB terá condições de voltar a ser protagonista no momento em que seu candidato conseguir construir uma aliança. Vejo em Eduardo Leite aquele que tem condições de convergir forças que estão, hoje, dispersas e sem uma candidatura presidencial", sustentou. Veja os principais trechos da entrevista.

Qual é o futuro do PSDB?

Considero o PSDB ainda essencial ao Brasil. Nós temos, hoje, um quadro político que vem se formando por meio de verbas do fundo eleitoral, do orçamento secreto da Câmara dos Deputados, então as bancadas estão inchando. A gente não consegue perceber com clareza que projetos essas legendas representam para o país. Goste-se ou não, o PSDB é um partido programático, nasceu como uma sigla que defendia o parlamentarismo, a responsabilidade fiscal, liberal na economia e, também, com políticas claríssimas de integração de inclusão social. O PSDB teve momentos de êxito, principalmente no governo do presidente Fernando Henrique. Quase vencemos as eleições contra a presidente Dilma. Lamentavelmente para o Brasil, e não para nós, não vencemos aquelas eleições. Agora, temos de atravessar o rubicão dessas eleições. Tivemos a prévia partidária, a meu ver, marcada de forma absolutamente extemporânea para atender ao interesse do governador de São Paulo (João Doria).

Foi um erro fazer as prévias?

Naquele momento, sim. Eu tinha uma proposta formal de que elas ocorressem agora em março, porque é mais próximo do ambiente eleitoral. E claro que a realidade da política, de alguma forma, influencia nessas decisões. Houve o resultado das prévias, mas passaram-se quatro meses, e o nosso candidato, de lá para cá, em vez de crescer, diminuiu as suas intenções de voto e aumentou a sua rejeição. A realidade é a seguinte: nós não podemos ficar presos nessa camisa de força que foram essas prévias, que foram ganhas — isso é notório —, principalmente, com a força da máquina do governo de São Paulo. O nosso esforço é para que Eduardo Leite — um candidato que, a meu ver, representa a renovação da política brasileira e do próprio PSDB, que tem um governo extremamente exitoso no Rio Grande do Sul, tem capacidade de alianças muito maior do que qualquer outro candidato hoje colocado no cenário eleitoral — permaneça no PSDB, renuncie ao governo do Rio Grande do Sul até 2 de abril e seja um nome a ser avaliado. Um nome a ser submetido ao crivo dessas outras forças chamadas centro democrático, que inclui, além do Cidadania, que está federado conosco, o MDB, o União Brasil e até mesmo o PSD no futuro. Acho que Eduardo Leite está em condições de ser avaliado por esse conjunto de forças e pode fazer o PSDB voltar a liderar, a ter protagonismo na construção do futuro do Brasil.

Fonte: Correio Braziliense.

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