quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Cuspindo no prato que comeu

Conhecido nacionalmente por popularizar a figura do “prefeito itinerante”, ou seja, o político que pula de cidade em cidade para se perpetuar no poder à frente do Executivo Municipal, o atual gestor do Paulista, na Região Metropolitana, prestes a se filiar ao Partido dos Trabalhadores (PT), abriu fogo contra o então aliado PSB e, com isso, contribuiu para o aumento na tensão entre as duas siglas.

Em uma entrevista ao Blog de Márcio Didier, Yves, que já foi dos quadros do MDB, PSB e PPS, atirou contra a sigla socialista ao lembrar que, em 2016, a legenda votou a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT), e descartou qualquer possibilidade de vir a estar em um mesmo palanque que o do ex-prefeito Júnior Matuto (PSB).

A declaração aumenta a polêmica em torno do futuro político-partidário de Yves, tendo em vista o índice de reprovação da gestão e os conflitos internos em relação à filiação ao Partido dos Trabalhados, questão a ser resolvida pela direção nacional da legenda. Isso porque a vereadora Flávia Hellen (PT) tinha apresentado a pré-candidatura ao Executivo Municipal em 2024 e decidiu enfrentar Yves em uma disputa interna que, agora, recai sobre o colo da deputada federal Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT.

Yves disse ainda que se colocou no campo da oposição aos socialistas desde que decidiu disputar a Prefeitura do Paulista, uma fala no mínimo incoerente, uma vez que o gestor chegou a posar ao lado de Danilo Cabral, então candidato do PSB ao Governo de Pernambuco nas eleições de 2022. Alguns meses depois, no entanto, o prefeito decidiu por apoiar Marília Arraes (SD), que acabou derrotada pela atual governadora Raquel Lyra (PSDB).

Entre encontros e desencontros, a bem da verdade, a filiação ao PT garante um mínimo de sobrevida a Yves, que tende a encarar uma oposição unida e com candidatos de peso na disputa à reeleição. Apesar de faltar pouco menos de um ano para o pleito, há tempo hábil para o gestor virar a chave e imprimir um ritmo que, até agora, não foi visto. Mas ainda há tempo.

Fonte: FalaPE.

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