Primeiro dos pré-candidatos a governador de Pernambuco a formalizar seu ingresso na disputa pelo PSB, o deputado federal Danilo Cabral, que o ex-presidente da Alepe, Guilherme Uchoa, batizou de "Coronel Danulo", por ser, segundo ele, "nulo nas demandas políticas do seu grupo", não avançou na composição do restante da sua chapa porque a escolha para o Senado travou.
Para complicar ainda mais, a vice-governadora Luciana Santos se lançou, segunda-feira passado, num ato em que fez um longo discurso sem citar uma única vez o nome do candidato da Frente Popular, insinuando ser ele golpista e com indiretas ao deputado federal André de Paula, que já estaria sido escolhido pelo governador Paulo Câmara sem ser anunciado justamente por falta de consenso na ampla aliança.
"O PCdoB, com toda a modéstia que me cabe, mostra que tem lado. No momento em que existiu uma grande onda no País, nós estávamos lá, na linha de frente, na luta contra o impeachment, acusando que aquilo era um golpe de Estado", disse a comunista, numa referência clara ao deputado André de Paula, presidente estadual do PSD, que votou a favor do impeachment.
Mesmo que o alvo tenha sido o concorrente André, na prática Luciana também carimbou Danilo Cabral, a quem não fez uma só referência ao longo do seu discurso, de golpista, porque o pré-candidato do PSB à sucessão do governador Paulo Câmara, como André, igualmente votou pela cassação de Dilma na sessão do impeachment em 2016.
Nitidez ideológica – Luciana entrou na disputa pelo Senado com o discurso de que a chapa da Frente Popular em Pernambuco tem que ter nitidez ideológica. Para ela, a nitidez ideológica é votar com o PT, não contrariar Lula e seu partido se comportar como sublegenda petista. "A Frente Popular precisa ter a cara do nosso tempo, que é a cara da retomada, é a cara do novo País, que é a cara da esperança, que é ter Luiz Inácio Lula da Silva presidente da República e para isso tem que ter uma chapa com essa nitidez, essa identidade", afirmou.
Alinhamento bolsonarista – Os partidos de esquerda, entre eles o PCdoB, presidido nacionalmente por Luciana Santos, não engolem a indicação de André de Paula para o Senado, como deseja o governador Paulo Câmara, porque estão de posse de um levantamento do comportamento do parlamentar nas votações em plenário. Segundo o dossiê dos bisbilhoteiros de esquerda, André votou em mais de 90% dos projetos postos em discussão na Câmara dos Deputados alinhado com Bolsonaro.
PT ajuda no racha – Não é só Luciana Santos que faz a Frente Popular virar uma turbulência sem fim na montagem do restante da chapa. Uma semana antes, num ato interno, o PT formalizou a indicação do deputado federal Carlos Veras, ligado ao senador Humberto Costa, como candidato ao Senado. Foi mais além, com a ressalva de que não se contentará com a oferta da vaga de vice na chapa de Danulo.
Paulinho barganha – Após o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, se sentir incomodado com vaias que recebeu em ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com sindicalistas e militantes, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) organizou um encontro dele com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, em São Paulo. “Tivemos uma boa conversa. O Paulinho queria conhecer um pouco mais de perto as ideias do Eduardo”, disse Aécio. O ex-governador gaúcho quer disputar o Planalto pelo PSDB, mas a tucanada está fechada com João Dória, ex-governador de São Paulo.
Se a moda pega... – O vereador Francisco Hernandes (PSD), de Beberibe (Ceará), usou seu tempo de tribuna na última sessão antes da Páscoa para criticar a prefeita Michele Queiroz (PL). Inconformado com o anúncio da liberação de 100 cisternas para o município, incentivou a população a bater de “chinela” na prefeita. “Eu vou lhe lembrar aqui que quando as pessoas mentiam para os pais, os pais corrigiam. Os pais pegavam uma chinela (sic) e davam na bunda, prefeita. Isso aqui é para gente mentirosa”, disse, exibindo um chinelo na mão e reproduzindo o gesto da “palmada”.
CURTAS
RECEIO 1 – Em encontro, na última nesta segunda-feira, em São Paulo, com o PIB nacional, o ex-ministro Guido Mantega buscou acalmar representantes da classe empresarial diante de questionamentos sobre a possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) implantar no país um governo “mais socialista”, caso vença as eleições deste ano e volte ao Palácio do Planalto.
RECEIO 2 – O ex-titular das pastas da Fazenda e do Planejamento dos governos petistas, tanto de Lula, quanto de Dilma Rousseff, almoçou com empresários reunidos pelo grupo Esfera Brasil. Diante da pergunta, garantiu a eles um governo “mais de centro e sem radicalismos”. O temor dos empresários foi diagnosticado diante dos recentes discursos de Lula para sindicalistas.
Perguntar não ofende: O infante prefeito-viajante já aterrissou no Recife depois de uma nova lua de mel na Europa?
Fonte: Blog do Magno
Martins.
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