terça-feira, 26 de abril de 2022

Sem Danulo no 2º turno?

 

A grande arma do PSB sempre foi estar com Lula em 2018. O governador Paulo Câmara Lenta só se elegeu por isso e nada mais. Só que agora Lula em Pernambuco vai estar em três palanques: PSB, Solidariedade e PSOL. E aí é que a casa do Danulo nem sequer cai, porque nem sobe. Na verdade, Danulo agora vai estar parecido com Humberto em 2006.

O senador-vampiro era PT, tinha Lula, mas Eduardo era mais matreiro, foi para o segundo turno contra a direita. E Humberto teve que ficar chupando o dedo mindinho como secretário das cidades de Eduardo. Agora existem grandes chances do Coronel Danulo ficar fora do segundo, numa briga final entre os postulantes da oposição.

Se a polarização nacional Bolsonaro x Lula não for quebrada, Marília e Anderson Ferreira podem fazer o confronto final. Se a opção do eleitor se configurar pelo prisma da verdadeira renovação, lançando mão de uma experiência de gestão bem-sucedida, Miguel Coelho, do União Brasil, pode comer o cartão de Anderson ou Marília.

Raquel Lyra, a Mainha de Caruaru, estaria fora de todos os prognósticos.  Anderson joga para atrair o eleitorado de Bolsonaro e Marília o de Lula. O que se observa já é uma tendência do petista raiz votar em Marília, abandonando Danulo. Marília, teoricamente, larga com uma base fortíssima a partir do Recife, onde teve a eleição fraudada com abuso do poder econômico do PSB, uso de milícias eleitorais, manipulação com ataques forjados de mercenários fantasiados de MST a invadir espaços com objetivo de gerar pânico.

Além, naturalmente, que o PSB demonizou Marília exatamente por ela ser apoiada por Lula. Soma-se a isso, o fato de que o infante prefeito- viajante João Campos faz uma gestão reprovada pela maioria dos recifenses. Danulo carrega ainda o fardo de ter ao lado o governador mais impopular da história de Pernambuco.

Lógico que existe o Miguel Coelho, administrador excepcional, fenômeno político em Petrolina, com mais de 90% de aprovação. Porém, mesmo com toda a força da União Brasil, Miguel precisa mostrar fôlego na Região Metropolitana e Zona da Mata, onde estão concentrados mais de 50% do eleitorado do Estado.

Quanto à Mainha, a pré-candidata tucana, sai de Caruaru com imenso desgaste administrativo e político, sem traquejo, sem carisma, sem estrutura. Acabou de ser desmoralizada pelo sucessor Rodrigo Pinheiro, que demitiu um servidor fantasma na Espanha nomeado por ela, que sugava da Prefeitura de Caruaru R$ 2 mil por mês.

Do lado de Danulo, entretanto, tudo é briga interna, sem liderança, desgaste imenso resultante dos 16 anos de abuso de poder. Enfim, esse é o quadro que indica que Danulo pode, sim, ficar de fora do segundo turno.

Uma incógnita – Já confirmada e oficializada, a federação PSOL-Rede, que representa o que há de mais forte da verdadeira esquerda no Brasil, andando de mãos dadas com Lula em Pernambuco, como se apresenta com anuência do comando nacional da campanha do petista, representa uma incógnita. Estarem com Lula é também uma arma poderosa para alavancar votos no Estado, especialmente no Grande Recife e na Mata, que tem forte tradição de optar por candidatos de esquerda.

Foco no Grande Recife – Nos últimos dias, Miguel Coelho, pré-candidato do União Brasil, garimpou uma penca de apoios importantes no Sertão e Agreste, estratégia traçada para chegar falando mais robusto quando entrar na Região Metropolitana do Recife a partir da próxima semana, com maio batendo à porta. Miguel já tem mais de 40 prefeitos engajados em sua campanha. Na sexta-feira passada, Branco de Geraldo, do PDT, de Jurema, confirmou que estará em seu palanque.

O Inocêncio de 22 – Presidente estadual do PP, o deputado federal Eduardo da Fonte estaria arrumando as malas para debandar do palanque de Danulo Cabral. Numa recente entrevista, afirmou que está péssima a relação da bancada do seu partido na Câmara do Recife com o prefeito infante-viajante. Se romper com a Frente Popular, Dudu, como é mais conhecido, pode ter, para qualquer dos candidatos da oposição, o papel preponderante que Inocêncio Oliveira teve na eleição de Eduardo Campos.

PT cara pálida – O PT publicou, ontem, em suas redes sociais uma defesa da gestão do partido nas obras de transposição do Rio São Francisco. As mensagens são uma reação à investida do presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados na disputa pela paternidade da obra. Na verdade, o PT abandonou o projeto depois de se envolver em megas escândalos. Fazendo justiça, quem retomou a Transposição foi o ex-presidente Michel Temer e Bolsonaro, de fato, avançou muito, levando água para mais dois Estados - Paraíba e Rio Grande do Norte.

Virou bom piadista – Danulo Cabral começou a fazer piadinhas de mau gosto nesta fase preliminar da campanha rumo ao Palácio das Princesas. Anunciou o Pacto pela Água num momento em que a Compesa, estatal responsável pelo abastecimento de todas as regiões do Estado, lidera o ranking da mais reclamada pelos usuários do Litoral ao Sertão. A Compesa não consegue sequer concluir as obras da adutora do Agreste, cujo ramal já foi entregue pelo Governo Federal.

CURTAS

LULA EXCLUÍDO – Uma exposição que celebra os 100 anos do PCdoB, instalada no corredor principal da Câmara dos Deputados, deixa algumas lacunas históricas. O partido decidiu acatar uma orientação da Câmara e excluiu do mural fotos grandes de Lula e de Dilma Rousseff, que deveriam estar expostas. Já tinham sido confeccionadas, mas não foram exibidas, segundo o blog de Noblat.

REDUÇÃO – Pesquisa feita pelo Instituto FSB, a pedido do BTG Pactual, divulgada, ontem, revelou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) alcança 30% das intenções de votos espontâneos, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca 36%. Nessa versão, a diferença entre os dois candidatos caiu para seis pontos percentuais – no levantamento anterior, publicado em março, era de 11 pontos percentuais.

Perguntar não ofende: Há uma crise institucional ou uma tensão entre poderes?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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