Não está no escopo do PSB fechar a chapa majoritária em Pernambuco sem que o deputado federal André de Paula figure como candidato ao Senado. E os socialistas avaliam ser de bom tom chegar ao Congresso Nacional do partido, cuja abertura se dará na próxima quinta-feira (28) com as alianças nos estados resolvidas. E Pernambuco, hegemônico nacionalmente na legenda, é determinante nesse xadrez.
No Palácio das Princesas, se diz que o governador Paulo Câmara já fez o que podia para acelerar a definição de André de Paula como pré-candidato à Casa Alta na chapa encabeçada por Danilo Cabral. A bola, então, ficou nos pés do PT, onde reside, agora, o impasse, motivo pelo qual o ex-presidente Lula entraria em cena na noite desta segunda-feira (25).
A reunião dele com, entre outros, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e José Guimarães, coordenador do GTE nacional, tinha exatamente o objetivo de destravar questões locais e Pernambuco era um dos motes. Coube a Guimarães, na semana passada, comandar, reunião com lideranças do PT pernambucano, quando ele voltou a dar destaque ao nome da deputada Teresa Leitão para compor a chapa com Danilo.
O detalhe é que a reintrodução do nome dela, após o PT-PT tirar resolução indicativa em favor de Carlos Veras para o Senado, se deu num ensaio do PT nacional para atender o PSB e convencer petistas locais a aceitarem a vice. Nas coxias do PT-PE, esse movimento da nacional foi sentido como uma "proposta pegadinha" para que se aceitasse o espaço da vice mesmo.
Resultado: houve resistência crescente de lá para cá. Teresa chegou a declarar que seu nome estava posto desde que fosse para o Senado, assim como o PT-PE passou a acenar que não indicaria nem ela nem Carlos Veras, caso restasse apenas a vice como opção. No PSB, não se trabalha com a hipótese de conduzir André de Paula a uma vice.
A bolsa de apostas maior, nas hostes socialistas, consistia, até a noite de ontem, no poder de Lula de convencer os correligionários pernambucanos. Havia uma expectativa de que "o treinador entrasse em campo para resolver". O PSB já tem pressa e aguarda que o desfecho se dê sem que seja necessário chegar ao que chamam de "situação limite", que seria ter que aceitar o PT ocupar o Senado.
Eduardo à mesa com Paulo
Presidente do PP-PE, Eduardo da Fonte foi recebido, nesta segunda-feira (25), pelo governador Paulo Câmara. Foram à mesa, às 15h, no Palácio das Princesas. A conversa se deu no mesmo dia em que o parlamentar, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, disse considerar romper com a Frente Popular a depender do caminho adotado para montagem da chapa. Eduardo realçou as arestas na relação do PP com o prefeito do Recife, João Campos.
Script > No PSB, o movimento de Eduardo da Fonte não foi visto com surpresa. Socialistas calculavam já que isso poderia ocorrer e recorrem às articulações de pleitos anteriores para afirmarem que encaram isso como "pressão modo PP".
Bagagem > A permanência do PP na Frente Popular estaria condicionada à hipótese de o partido ser consultado sobre a montagem da chapa. O PP tem 21 prefeitos e 10 deputados.
Dois pesos > O PP não leva em consideração acordo de João Campos com André de Paula por entender que o gestor da Capital também não cumpriu acordo com o PP.
Fonte: Folha de PE.
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