Empréstimo da CEF foi obra de Câmara
Os R$ 1,7 bilhão que a governadora Raquel Lyra (PSDB) emplacou como empréstimo da CEF não é obra de nenhum tipo de equilíbrio fiscal que a tucana possa ter feito em apenas seis meses de gestão. Na verdade, a Caixa só emprestou porque lá atrás, apesar da governadora afirmar ter recebido uma massa falida, o ex-governador Paulo Câmara (PSB) ajustou as contas do tesouro estadual.
Levou o Estado a alcançar a Capacidade de Pagamento (Capag) B, pelas qual as operações de crédito de quase R$ 3 bilhões para investimentos já começaram a ser feitas. Primeiro, os R$ 900 milhões, tomados ao Banco do Brasil, e agora os R$ 1,7 bi, da CEF. “Entregamos o Estado com equilíbrio fiscal, cumprindo todas as exigências do Tesouro Nacional”, disse o ex-secretário da Fazenda, Décio Padilha.
Segundo ele, Raquel está em céu de brigadeiro no que tange às condições financeiras do tesouro estadual. “Entregamos o menor endividamento do Estado dos últimos anos”, acrescentou Padilha. Para o exercício financeiro deste ano, Pernambuco terá capacidade para empréstimos da ordem de R$ 3,4 bilhões. “Para isso, foi preciso fazer um plano robusto”, destacou.
“O Tesouro Nacional e a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional assinaram um relatório de que as receitas correntes estão equilibradas. Não vi governo que deixasse uma situação financeira tão equilibrada para sua sucessora”, desabafou Décio.
Mas o que não deixa de ser estranho, para não dizer cômico, é que a governadora, em nenhum momento, falou a verdade. Nunca disse que só conseguiu assinar o empréstimo da CEF e do BB porque encontrou o tesouro estadual nesse ponto de equilíbrio fiscal.
O blefe de Priscila – Tamanha realidade foi ignorada também pela vice-governadora Priscila Krause (Cidadania). Escolhida para coordenar a transição, logo após as eleições de outubro de 2022, a herdeira do ex-governador Gustavo Krause pintou um cenário de inferno nas finanças estaduais. “Estamos desdizendo, através de números, que Pernambuco não é um Estado arrumado do ponto de vista fiscal e financeiro. A gente vai ter que arrumar essa casa”, disse a vice, antes de Raquel tomar posse.
Batom na cueca – Ao assumir que usou o seu cargo, força e poder para “derrotar o bolsonarismo”, o ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, explicitou o chamado “batom na cueca”. Nunca se viu algo tão indecente, imoral e desastroso na história da justiça brasileira. Criou as condições para sofrer um processo de impeachment.
Cara de pau – Diante de tamanha derrapada e insensatez, Barroso ainda teve a cara de pau de afirmar que não quis agredir os eleitores de Bolsonaro. “Jamais” pretendi ofender os 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nem criticar uma visão de mundo conservadora e democrática”, afirmou. Mais cedo, afirmou que a fala foi relacionada “ao voto popular e não à atuação de qualquer instituição”. Cara pálida!
Tensão municipal – A FNP (Frente Nacional de Prefeitos) divulgou nota, ontem, em que se diz “preocupada” com a unificação dos tributos de ICMS e ISS previstos pela reforma tributária aprovada na Câmara dos Deputados neste 1º semestre. Embora a instituição diga reconhecer os “aprimoramentos no texto aprovado”, indica que em 2022 o ISS representou 45% da receita corrente de municípios. “Para 145 cidades, onde vive ⅓ da população, é a 1ª ou a 2ª fonte de recursos”, afirma o texto.
Meira quer impeachment – Deputados do Partido Liberal anunciaram, ontem, que vão pedir o impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Roberto Barroso por declarações contrárias a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante discurso no 59º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), na quarta-feira passada, Barroso disse ter lutado “contra a Ditadura e contra o bolsonarismo” ao ser vaiado pela plateia. “Nós vencemos o bolsonarismo”, completou. “Vou trabalhar para vê-lo afastado do Supremo”, disse o deputado Coronel Meira (PE), da bancada do PL na Câmara dos Deputados.
CURTAS
FUNASA – O deputado Danilo Forte (União-CE) disse, ontem, que um acordo com o governo federal foi costurado para a recriação da Fundação Nacional da Saúde (Funasa). Segundo o parlamentar, o Executivo publicará, hoje, no Diário Oficial, um decreto presidencial para oficializar a volta do órgão e sua continuidade no Ministério da Saúde.
CONFIRMADOS – Dois ministros pernambucanos – José Múcio, da Defesa, e André de Paula, da Pesca, já confirmaram suas presenças no lançamento do livro “O Estilo Marco Maciel”, de minha autoria, no dia 24 de agosto, às 17h30m, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro.
Perguntar não ofende: O Senado tem aquilo roxo para cassar Barroso?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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