segunda-feira, 4 de abril de 2022

União Brasil murcha

 


No balanço do troca-troca de partidos, com base nas mudanças até o último sábado, fim da janela partidária, uma triste constatação para o União Brasil. Resultado da fusão do PSL com o DEM, o UB cantava de galo como a sigla mais robusta e, consequentemente, de maior elasticidade de fundo eleitoral.

Ao contrário, foi o que mais murchou. Saiu de 81 para 45 deputados na Câmara dos Deputados, 36 a menos. A grande maioria dos ex-filiados migrou para o Partido Liberal (PL), sigla do presidente Bolsonaro, a que mais se agigantou. Passou de 33 para 75 parlamentares, 42 a mais, um baita crescimento. 

Em seguida, o PP, também da base de Bolsonaro, foi a legenda que mais lucrou na janela: saiu de 38 para 59 deputados federais, um acréscimo de 21%. Legenda igualmente alinhada ao Planalto, o Republicanos vem em seguida. Ganhou 16 deputados, saindo de 30 para 46 o tamanho da bancada na Câmara. Em seguida, o PSD, de Gilberto Kassab, que ganhou 9, saindo de 35 para 44 deputados.

Já o PSC, também da base bolsonarista, ganhou quatro deputados, saindo de oito para 12 parlamentares. Em crescimento, embora bem tímido, aparecem, pela ordem, a Rede, que tinha um foi para dois, o PV, que tinha quatro e agora tem cinco e o PT, o Partido dos Trabalhadores, por onde Lula vai disputar o Planalto, que ganhou apenas um deputado, saindo de 54 para 55 parlamentares.

Quanto aos que mais perderam, depois do União Brasil, todos, com algumas exceções, de esquerda e da oposição a Bolsonaro, a começar pelo PSB, que sofreu uma baixa de 11 deputados, saindo de 32 para 21. Em seguida, o PDT, que perdeu nove - saiu de 28 para 19. Pela ordem, a seguir, o PTB perdeu cinco, o PSDB 4, o PMN três, o Solidariedade três, o PTC dois, o Cidadania dois, o Podemos dois, o Psol dois, o PCdoB dois, o DC dois, o Patriota um e o MDB um. Novo, Avante e Pros, até ontem, não haviam sofrido baixas. 

Grande revoada - Ao menos 132 deputados federais aproveitaram a chamada janela partidária para mudar de legenda com vistas às eleições de outubro. O número representa mais de 25% dos 513 deputados. No total, 80 deputados oficializaram as mudanças junto à Câmara dos Deputados. Os demais ainda poderão avisar a Casa nos próximos dias. Não há prazo para isso. O site Poder 360, um dos mais lidos do País, considerou no levantamento informações oficiais da Câmara, dos partidos e de divulgação em canais oficiais dos congressistas. 

Desabafo com ressonância - Viralizou nas redes sociais o desabafo de Juliana Souza Assunção, esposa e empresária do cantor Jorge de Altinho, rifado da grade do São João de Caruaru deste ano pela ex-prefeita Raquel Lyra. Ela acusou a tucana de ser contra o verdadeiro forró, quando disse que a festa tinha de tudo, inclusive forró. "A prefeita tratou como lixo a nação forrozeira", disse, adiantando que seu marido sempre foi presença garantida nos festejos juninos, até porque é de sua autoria a música "Caruaru, capital do forró", uma das mais cantadas durante o São João. 

Mudanças na bancada - Pelo menos até sábado, quatro deputados federais da bancada de Pernambuco haviam mudado de legenda para tentar salvar seus mandatos em razão do fim das coligações partidárias. Augusto Coutinho, que era presidente estadual do Solidariedade, foi para o Republicanos; Marília Arraes deixou o PT e ingressou no Solidariedade; o Pastor Eurico trocou o Patriota pelo Partido Liberal e Túlio Gadelha saiu do PDT e ingressou na Rede.
 
Dor na consciência? - Raquel Lyra deve ter mudado seu discurso por orientação do marqueteiro. Na fala de despedida da Prefeitura de Caruaru, sábado passado, fez rasgados elogios ao ex-governador Eduardo Campos, que foi responsável pela sua saída forçada do PSB, juntamente com o pai, o ex-governador João Lyra, igualmente rifado por Eduardo quando queria ser candidato à reeleição. “A minha história tem que ser contada para Pernambuco e ele faz parte dela. Eduardo faz parte da minha história e do meu pai e minha história precisa ser contada para Pernambuco”, afirmou.

Ameaça de derrota - No apagar das luzes do troca-troca, sábado passado, o presidente nacional do União Brasil, deputado federal Luciano Bivar, teve um surto. Decidido pela reeleição, eliminando o projeto de vice na chapa da senadora Simone Tebet(MDB), tentou sacrificar, de última hora, as candidaturas de Fernando Bezerra Filho ou Mendonça Filho na chapa do UB, alegando que o partido só elege dois. Acabou se convencendo que a legenda pode eleger três. Superou a crise colérica depois de muita pressão e cálculos na ponta do lápis. 

CURTAS

REPÚDIO- Organizações que defendem os direitos humanos divulgaram nota repudiando o "espetáculo da barbárie promovido pela Secretaria de Defesa Social (SDS) e pelo Governo de Pernambuco", nas ações policiais realizadas em Porto de Galinhas. A SDS se manifestou por meio de nota, dizendo que três investigações foram abertas, pela Polícia Civil, Polícia Militar e Corregedoria, "para apurar as circunstâncias da ocorrência".

AÇÃO POLICIAL - Na noite da última quinta-feira, mais de 250 policiais militares foram enviados ao balneário por causa da onda de vandalismo e violência registrada após a morte da menina Heloysa Gabrielle, de 6 anos. A criança foi morta com um tiro quando brincava no terraço da casa da avó, durante uma intervenção da PM na comunidade de Salinas, onde ela morava.

Perguntar não ofende: Se Bolsonaro já encostou em Lula em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, o PT e Lula podem continuar cantando vitória antes de abertas as urnas? 

Fonte: Blog do Magno Martins.

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