sábado, 2 de abril de 2022

O coveiro do PSDB

 


Ao acompanhar a patética saída de João Doria do páreo presidencial e a sua volta vexatória, é possível inferir que chegou o fim do que já foi um partido superpoderoso, detendo por oito anos o poder central e por três décadas o Governo do Estado de São Paulo. Ritual fúnebre. O coveiro tem nome: Bruno Araújo. Figura sem expressão, só chegou à direção do partido por conta das suas ligações íntimas com Aécio Neves, que o indicou para o Ministério de Michel Temer.

Não tem liderança nem no seu Estado de origem, Pernambuco. É levado na galhofa pelas figuras nacionais, que fazem gozação da tentativa dele falar como se carioca fosse. O PSDB agora vai ser reduzido a um cadáver insepulto, como indicam as pesquisas em todos os Estados. A bancada federal vai definhar, pode praticamente desaparecer, e não vai ter um único governador.

Até São Paulo, onde o partido reina há três décadas, tudo indica vai passar para as mãos do PT pela primeira vez na história. Soube que o atual governador Rodrigo Garcia, que teve a vida partidária quase inteira no PFL-Democratas, passou praticamente todos os líderes de votos do PSDB para a União Brasil. Ou seja, o partido tende a perecer no seu próprio berço paulista.

Nas demais partes do País, os restos mortais vão enfrentar cremação natural ou serão sepultados em covas rasas. Que tristeza ser uma pessoa de origem pernambucana, mesmo que o renegue, a se tornar o coveiro de um partido que teve figuras memoráveis como Franco Montoro, Mário Covas e José Richa. O que os membros do PSDB raiz ainda sobreviventes falam é que Bruno Araújo trabalha arduamente para enterrar de vez o PSDB.

Que vergonha!

Fim das tensões – Enfim, acaba hoje o processo mais estressante e doloroso para quem vai disputar as eleições de outubro próximo: o troca-troca partidário. De todos os partidos, o que mais sofreu baixas foi o União Brasil, resultado da fusão do DEM com PSL. Presidente nacional da legenda, o deputado Luciano Bivar contava em atrair mais de 20 deputados federais. Perdeu 19 até ontem e pode ocorrer novas mudanças até hoje à meia noite, quando vence o prazo da chamada janela partidária.

Sem o melhor dos debates – Ninguém lamentou a desistência do ex-juiz Sérgio Moro da disputa ao Palácio do Planalto nem muito menos sua troca partidária, do Podemos para o União Brasil. O que muita gente lamentou é que a jogada de toalha eliminou a possibilidade de um cara a cara entre ele e Lula nos debates na televisão ao longo da campanha. Sem dúvida, era o que o Brasil merecia: o confronto do ex-presidiário com o seu algoz longe dos tribunais superiores, no ringue da arena política.

Desmoralizado – A guerra do narcotráfico com a polícia em Porto de Galinhas desmoralizou o governador Paulo Câmara. Integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, pintaram e bordaram durante três dias. Fecharam comércio, bloquearam acessos, tocaram fogo em carros, levaram pânico aos turistas e ainda passaram por cima de todas as normas, sitiando o maior balneário do Estado. Na última quinta-feira, enquanto a Arena em São Lourenço estava lotada de policiais para o jogo do Sport contra o Fortaleza, em Ipojuca não havia um só pelotão para frear a bagunça dos fora da lei.

Fim das máscaras – O Governo publicou ontem a portaria que desobriga o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 nos Estados. A medida vale para ambientes de trabalho e passa a valer a partir de agora para os Estados que já deixaram de obrigar o uso do equipamento. A portaria interministerial termina com o conflito entre as normas locais e federais sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras. A medida é assinada pelos Ministério do Trabalho e Previdência e da Saúde. O documento foi publicado no Diário Oficial da União de ontem.

Sem interlocução – O ex-presidente Lula jantou, há cerca de um mês, em São Paulo, com um pequeno grupo de empresários e executivos. O encontro aconteceu na mansão de José Seripieri Junior, fundador da Qualicorp. Na conversa, os empresários fizeram críticas a interlocutores do PT que têm falado em nome de Lula sobre assuntos da área econômica. Entre eles, os ex-ministros Guido Mantega e Aloizio Mercadante. Os empresários defenderam que Lula precisa escalar novos nomes para atuarem como seus interlocutores econômicos perante o empresariado e o mercado como um todo.

CURTAS

VANDALISMOS – "Cenário de guerra e os turistas apavorados”. É assim que o dono de pousada Alexandre Oliveira descreveu a situação, ontem, em Porto de Galinhas, balneário localizado em Ipojuca. O comércio local não abriu as portas pelo segundo dia seguido. Houve atos de vandalismo e protestos com pontos de bloqueio em diversas ruas em Porto de Galinhas e em Nossa Senhora do Ó.

SEM ACORDO - Pelo menos até agosto, prazo final para as convenções, o bloco da oposição em Pernambuco segue sem entendimento. Com isso, quem ganha terreno para se viabilizar na disputa no segundo turno é Anderson Ferreira, em alinhamento com Bolsonaro.

Perguntar não ofende: O que levou Geraldo Júlio a desistir da disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados?

Fonte: Blog do Magno Martins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário