Um dia após ter a primeira reunião com o ministro Nelson Teich, o governador Paulo Câmara tratou de finalizar, na tarde de ontem, um relatório sobre a situação da Covid-19, conforme solicitado pelo novo titular da Saúde. Teich pediu a todos os gestores do Nordeste que enviassem materiais para análise. Não aprofundou a conversa sobre nenhuma tomada de decisão e agendou uma nova rodada de ausculta para amanhã. Essa nova oportunidade de diálogo deve se destinar às respostas de Teich em relação às demandas dos governadores.
No caso de Pernambuco, Paulo Câmara listou, em seu relatório, o histórico do Estado em relação à pandemia do novo coronavírus, os casos confirmados, o volume de óbitos, as medidas implementadas e os esforços contabilizados até o momento. O socialista cita, no documento, os 319 novos leitos de UTI. Mas sublinha que o Estado necessita urgente de novos respiradores, EPIs e de aumentar a capacidade de testagem. Em seu primeiro pronunciamento, ao ser apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro, na última quinta-feira, Teich defendeu um programa testagem da população para o novo coronavírus, com o objetivo de mapear os infectados e de acelerar o fim do isolamento social vigente no país. Ele defendeu que é preciso ter mais informações sobre a disseminação da doença na população. No último domingo, Nelson Teich, em encontro de ministros da Saúde de países do G-20, ponderou que a testagem em massa não representa, por si só, uma garantia de que o país vai sair mais rapidamente da situação de evolução dos contágios. O testes são importantes, no entanto, segundo ele argumentou, porque ajudam a entender e mapear os desdobramentos da Covid-19, o que renderia elementos para o desenvolvimento de políticas públicas de enfrentamento à doença. Do primeiro contato com Teich, os governadores ainda não conseguiram tirar uma impressão mais precisa, nem uma resposta mais exata sobre a visão dele em relação ao isolamento social. Mas amanhã tem nova videoconferência.
Ministro foi indagado sobre isolamento
Paulo Câmara quis saber a posição de se Nelson Teich sobre isolamento e indagou o ministro sobre o assunto. Assim que foi anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro, Teich avisou que não tomaria "definição brusca" em relação ao isolamento social. Na mesma ocasião, o presidente declarou ter conversado com o novo auxiliar, defendendo abertura gradativa do emprego.
Tangente > Aos governadores, diante do questionamento de Paulo Câmara, Teich não ofereceu resposta precisa em relação ao isolamento, o que levou o socialista e os demais governadores a entenderem que ele não parece que vai se meter nesse assunto. "Deve deixar esse embate com Bolsonaro", avalia Paulo Câmara.
Senha > Na segunda-feira, Bolsonaro voltou a criticar medidas de isolamento adotadas por governadores e prefeitos. Tachou-as de ações "excessivas" e que "não atingiram seu objetivo". E disse esperar que essa "seja a última semana dessa quarentena".
Silêncio. x barulho> O ministro Luiz Eduardo Ramos chamou alguns líderes para uma conversa na última segunda. Partidos como Republicanos, PP, PROS, Patriota, PTB e PSC entraram no radar. A ausculta serve para ampliar o diálogo com deputados de forma a sedimentar uma base para o presidente e minar a influência de Rodrigo Maia sobre o centrão. A movimentação foi sendo construída desde a última sexta-feira e o "barulho", gerado pela participação de Bolsonaro em ato pró-intervenção no último domingo, acabou silenciando a articulação.
Fonte: Folha de PE.
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