Ao afirmar, ontem, que vai propor mudanças na previdência do Estado, independente de o Congresso Nacional aprovar a PEC paralela, o governador Paulo Câmara investiu em movimento que soou, a alguns deputados federais de Pernambuco, como um atestado de que “não restou opção”. Parlamentares grifam que ele “não tem alternativa”, que esse é o “único caminho para equilibrar as contas, arrumar a máquina”. Em reserva, um deputado da bancada pernambucana assinala: “Se essa percepção que ele tem hoje, ele tivesse no começo do ano, tudo teria sido aprovado em conjunto pelo Congresso e não seria necessária PEC paralela, nem que assembleias e câmaras municipais aprovassem isso em ano eleitoral”. Há algum tempo que deputados questionam o discurso “demagogo”, na definição deles, dos governadores do Nordeste, que bateram o pé contra a reforma.
Parlamentares avaliaram que os gestores queriam que o Congresso resolvesse a situação e assumisse só o desgaste, enquanto eles seguiriam fazendo contraponto e se apresentando como “salvadores da pátria”. De lá para cá, os Estados começaram a encaminhar suas reformas e há quem aponte que a postura dos governadores vêm se flexibilizando. Ao tratar do tema ontem, em entrevista à rádio local, Paulo Câmara chamou de “expressivo” o aporte de R$ 2,8 bilhões que o governo precisará fazer em 2019 na previdência estadual. E defendeu que esse é um debate que Pernambuco “precisa fazer”. O socialista argumentou que seu partido, o PSB, foi contrário à reforma proposta pelo governo Jair Bolsonaro, uma vez que “só pegou quem ganha até um salário mínimo e meio”. Para parlamentares, os movimentos recentes de governadores, inclusive de Flávio Dino, do PCdoB, que também propôs alteração na legislação previdenciária, sinaliza que eles fizeram a “aposta errada” e “perderam a aposta”.
Sinal para o Centro
Houve quem visse na afirmação de Paulo Câmara sobre a reforma da previdência um aceno aos deputados que já vinham defendendo a pauta. Alguns desses parlamentares, embora integrem a base, tem nomes ventilados para encabeçarem projetos majoritários no Recife em 2020, caso de Raul Henry, Augusto Coutinho, Silvio Costa Filho, André de Paula...
Ano novo... - Na esteira do aumento de 29% nos salário dos vereadores do Recife, em Goiana, na RMR, a Câmara Municipal aprovou, também nos 45 segundos do segundo tempo, a criação de cargos comissionados e reajuste para os já existentes.
...vencimento novo - Os valores aprovados pelos vereadores chegam até quase R$ 9 mil para chefes de gabinete e assessores técnicos e quase R$ 7 mil para assessores parlamentares e coordenadores. O projeto é de autoria da mesa diretora, presidida por Carlos Viegas Jr.
Deu branco - Líder da Oposição, Renato Antunes, que outrora chamava João Campos de “deputado caneta dourada”, agora, quando se refere ao socialista se pergunta: “Como é mesmo o nome dele?”. Renato diz que se esqueceu e termina sem citar.
Pela BR - João Campos, por sua vez, termina o ano rodando não só pelo centro do Recife, mas também por cidades fora da RMR, entrando pelo interior. Tem levado mensagem de boas festas e aproveita a oportunidade para prestar contas do mandato.
Balanço - Inclui, no balanço, ações como a CPI do Óleo, o relatório apresentado na ComexMEC e a proposta para constitucionalizar e ampliar o Bolsa Família, além do projeto de inclusão produtiva, que visa a ocupação de 500 mil vagas ociosas da Lei do Aprendiz.
Fonte: Folha de PE.
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