Embates, bate-bocas, declarações polêmicas. Teve de tudo no universo da política brasileira, que revelou vários protagonistas neste primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Foram muitos os nomes que se posicionaram, para o bem e para o mal, em meio a momentos decisivos para o país.
Alguns desses posicionamentos chamaram a atenção, sejam por meio das redes sociais ou entrevistas. Alguns políticos cometeram gafes, outros tiveram uma postura de enfrentamento, como a deputada federal Tábata Amaram (PDT-SP), que se colocou contra as ideias tanto do ministro da Educação demitido Ricardo Vélez, quanto do atual ministro, Abraham Weintraub.
Para lembrar das polêmicas políticas neste final de ano, o LeiaJá listou 10 nomes que mais ficaram em evidência em 2019.
Marcelo Crivella
Tomaz Silva/ Agência Brasil
O prefeito do Rio de Janeiro causou polêmica em setembro deste ano, ao determinar a retirada de uma HQ que continha personagens homossexuais da Bienal Internacional do Livro. A ação causou revolta entre ativistas e políticos que acusaram o prefeito de ter praticado censura. O caso foi levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que mandou suspender a liminar de caça aos livros. “O regime democrático pressupõe um ambiente de livre trânsito de ideias”, disse Dias Toffoli, presidente da corte.
Damares Alves
Chico Peixoto/LeiaJáimagens
Difícil escolher apenas um momento polêmico da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. O ano mal tinha começado quando a chefe da pasta gerou revolta ao declarar que “menino veste azul e menina veste rosa”, durante a cerimônia de posse do cargo.
Em outra ocasião, já em julho deste ano, a ministra insinuou que as meninas da Ilha do Marajó, no estado do Pará, são estupradas porque não usam calcinhas. “As meninas lá são exploradas porque não têm calcinha, não usam calcinha, são muito pobres”, disse Damares em discurso ao mostrar os resultados do programa Abrace Marajó. A frase foi recebida com críticas por muitas pessoas que a acusaram de justificar a prática do estupro sofrida pelas mulheres da região.
Abraham Weintraub
Chico Peixoto/LeiaJáimagens
Outro ministro que colecionou afirmações polêmicas foi o da Educação. Mais do que as falas, Abraham Weintraub tomou decisões à frente do MEC que não agradaram a classe universitária e teve vários embates com integrantes da União Nacional dos Estudantes.
O contingenciamento de verbas na educação anunciado em maio deste ano foi o que mais rendeu opiniões negativas contra o ministro, que falou que o dinheiro estava sendo reduzido porque as universidades estavam "fazendo balbúrdia". Mais recentemente, o ministro apontou que as instituições públicas têm plantações de maconha.
Wilson Witzel
Fernando Frazão/Agência Brasil
Dono de um discurso “linha dura”, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ) já disparou várias falas polêmicas durante o seu primeiro mandato estadual. Em uma das suas declarações, Witzel sugeriu que traficantes armados nas comunidades do Rio, “poderiam ser explodidos com um míssel”.
Em outro momento, dessa vez no desfecho de um sequestro na ponte Rio-Niterói, em que o sequestrador foi morto pela polícia, Witzel chegou ao local comemorando e dando “socos no ar”.
Eduardo Bolsonaro
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Não é fácil escolher as polêmicas do deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O parlamentar teve o nome cotado pelo pai para ser o embaixador do país nos Estados Unidos. O convite não foi bem aceito. Inclusive, o governo foi acusado de praticar nepotismo e a capacidade de Eduardo foi colocada em dúvida por muita gente. Mais tarde, o filho do presidente voltou atrás e rejeitou a proposta.
O deputado por sua vez, se defendeu dizendo que “já fritou hambúrguer e fez intercâmbio nos EUA”. Logicamente, a internet não perdoou a fala do político que acabou virando meme nas redes sociais.
Uma outra declaração forte dita por Eduardo Bolsonaro também causou revolta, depois de defender a volta de um novo AI-5, considerado o período mais violento da ditadura militar no Brasil. A afirmação foi em resposta ao que ele chamou de “radicalização da esquerda”.
Tábata Amaral
Pablo Valadares/ Agência Câmara
A deputada federal Tábata Amaral (PDT-SP) teve um forte protagonismo em 2019. Em maio deste ano, a parlamentar contestou os dados apresentados pelo atual ministro da Educação, dizendo que ele “não tem critério técnico” e é baseado em “ideologia”.
Também no mês de maio, Tábata surpreendeu ao mostrar apoio à reforma da previdência. A discussão contrariou o posicionamento do partido, o PDT e de muitos eleitores da parlamentar. Depois, a deputada gravou um vídeo explicando que o ‘sim’ à reforma não era pelo o governo.
Ricardo Vélez
Marcelo Camargo/ Agência Brasil
No começo da gestão, Vélez enviou uma carta às escolas pedindo que fosse tocado o hino nacional com os alunos e que o momento fosse registrado via celular. Além disso, a carta foi finalizada com o slogan de campanha de Jair Bolsonaro.
“Brasileiros! Vamos saudar o Brasil dos novos tempos e celebrar a educação responsável e de qualidade a ser desenvolvida na nossa escola pelos professores, em benefício de vocês, alunos, que constituem a nova geração. Brasil acima de tudo. Deus acima de todos!”.
Sérgio Moro
Marcelo Camargo/LeiaJáimagens
Mais um ministro teve seu nome repercutido em 2019. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, teve trechos de conversas suas com o procurador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol vazadas. Os conteúdos tratavam da interferência do judiciário nas inverstigações da Lava-Jato. A divulgação dessas conversas fez com que o caso se tornasse o assunto mais comentado no twitter naquele momento.
Alexandre Frota
Roberto Parizotti/CUT
O deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP) disparou uma série de alfinetadas contra Bolsonaro durante o ano de 2019. Ele foi expulso do então partido do presidente, o PSL, por ser “infiel ao governo”.
Em julho deste ano, Frota disse estar “decepcionado com Jair Bolsonaro”, afirmando, inclusive, ter nojo do “bolsonarismo”. Ele já chegou a dizer, no período em que Bolsonaro estava hospitalizado que “com o Bolsonaro internado, o país não teria problemas”.
Jair Bolsonaro
Chico Peixoto/LeiaJáimagens
A quantidade de declarações polêmicas do presidente daria um livro. No final do carnaval deste ano, Bolsonaro publicou um vídeo impróprio em sua conta no Twitter, no qual questionava o significado da expressão “golden shower”. O compartilhamento do vídeo, bem como a pergunta inusitada do presidente, movimentou a internet.
Quando falou a respeito de direitos trabalhistas durante uma live no Facebook, Jair Bolsonaro não foi feliz ao relativizar o trabalho infantil. Em um trecho da declaração ele disse: “Quando um moleque de 9 ou 10 anos vai trabalhar em algum lugar, tá cheio de gente aí: 'trabalho escravo, não sei o quê, trabalho infantil'. Agora, quando tá fumando um paralelepípedo de crack, ninguém fala nada. Então, o trabalho não atrapalha a vida de ninguém”. O presidente, inclusive, chegou a ser defendido pela ministra Damares Alves.
Fonte: Leia Já.
Nenhum comentário:
Postar um comentário