segunda-feira, 3 de julho de 2023

O país da piada pronta

Lulistas, petistas, esquerdóides, enfim, todos do cordão encarnado, como bem diz o jornalista José Adalberto Ribeiro, não param de comemorar a inelegibilidade de Jair Bolsonaro, como se fosse um grande trunfo. O ex-presidente está pagando pelos erros que cometeu, é verdade, mas no caso da sua perda dos direitos políticos não sei qual a justiça certa.

Se a que deixou a ex-presidente Dilma, depois de cassada pelo crime das pedaladas, com seus direitos políticos preservados, ou a que condenou Bolsonaro por levantar suspeita na lisura do sistema eleitoral, sem que os seus cúmplices – os embaixadores que estavam na cena do crime em Palácio – tenham sofrido qualquer penalidade. Não entenda como uma defesa de Bolsonaro, mas o Brasil é uma república das bananas!

Essa postura da justiça eleitoral, sem nenhuma paixão por A ou B, remete a velha história dos dois pesos e duas medidas. Nunca na história brasileira se viu um presidente, governador ou prefeito ser cassado e não ficar, consequentemente, inelegível por oito anos. É constitucional, regra do jogo. Para Dilma, a justiça abriu um paradigma que merece uma tese sociológica.

Responsável pela preservação dos direitos políticos dela, o ex-ministro Ricardo Lewandowski, nomeado por Lula para o STF, quanto mais se explica, mais se complica. Por que o mesmo raciocínio dele não foi aplicado agora no julgamento de Bolsonaro? Porque, claro, já estava escrito nas estrelas que o ex-presidente perderia seus direitos políticos, da mesma forma que o ex-deputado Deltan Dallagnol foi cassado, da mesma forma que Sérgio Moro pode ser a próxima vítima.

O que está ocorrendo no País é uma caça às bruxas. Lula e seus asseclas fazem um governo de vingança. Seu desejo é ver Bolsonaro preso, para se vingar da sua prisão, a qual o ex-presidente não teve nenhuma culpa. Lula e seus asseclas querem mais: botar na cadeia seu maior algoz, o ex-juiz Sérgio Moro.

É dente por dente, olho por olho. No poder, Lula quer punir quem achar pela frente que teve qualquer participação na sua prisão, que se deu como consequência de um escândalo gravíssimo, a chamada operação Lava Jato, o maior assalto aos cofres públicos da história do País.

Republiqueta de bananas!

País dividido – Mas não é deixando Bolsonaro com os direitos políticos cassados que as coisas vão virar pelo avesso, que o cenário eleitoral para Lula em sua reeleição se transformará em céu de brigadeiro. O País continua dividido, rachado ao meio, entre lulistas e bolsonaristas. Quer uma prova? Basta dar uma espiada nas pesquisas de avaliação do Governo Lula. Não consegue avançar além dos 51%, porque os outros 49% estão no outro lado do balcão, na convergência do bolsonarismo.

Anistia em debate – O projeto para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) da decisão do Tribunal Superior Eleitoral que o tornou inelegível já tem 65 assinaturas, segundo a deputada Bia Kicis (PL-DF). “Protocolamos um projeto de lei para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e todos os condenados por ilícitos civis eleitorais desde 2016 até a data de entrada em vigor da lei”, escreveu a congressista em seu perfil no Twitter. O projeto é de autoria do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) e tem outros 64 deputados como coautores. O texto prevê a anulação da condição de inelegibilidade para condenados por “ilícitos cíveis eleitorais ou declarados inelegíveis” a partir de 2 de outubro de 2016.

Unidade em Caruaru – Em Caruaru, o ex-deputado José Queiroz (PDT) tem feito articulações no sentido de unir a oposição em torno da sua candidatura a prefeito nas eleições do próximo ano. Enquanto o prefeito Rodrigo Pinheiro (PSDB) forrozava, recebendo convidados de todas as tribos em seu camarote do São João, Queiroz cuidou de procurar o ex-deputado Erick Lessa (PP) e o presidente municipal do União Brasil, Raffiê Dellon. Podem estar num mesmo palanque. 

O futuro de Rodrigo – Sem uma relação de confiança mútua com a governadora Raquel Lyra (PSDB), o prefeito de Caruaru, Rodrigo Pinheiro (PSDB), que fez um dos maiores festejos juninos dos últimos anos, já admite se filiar ao PV, comandado no Estado pelo deputado federal Clodoaldo Magalhães, de quem se aproximou muito nos últimos meses. Clodoaldo tenta convencê-lo a disputar a reeleição num alinhamento com o prefeito do Recife, João Campos, principal liderança do PSB no Estado e provável candidato a governador em 2026, caso seja reeleito.

Palanque da oposição – Já em Arcoverde, a vereadora Célia Galindo (PSB) comemorou a volta da ex-prefeita Madalena Britto, também socialista, às ruas da cidade, durante os festejos juninos. Intocada desde as eleições passadas, quando elegeu o prefeito Wellington Maciel (MDB), de quem está afastada, Madalena, na opinião de Célia, tem tudo para agregar o palanque da oposição, inclusive atrair o ex-prefeito Zeca Cavalcanti (UB), que pensa, mais uma vez, em disputar a Prefeitura. “Sinto um ambiente muito favorável a um palanque único da oposição”, diz a parlamentar.

CURTAS

EM AFOGADOS – Mesmo sem mandato, o ex-deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) não esqueceu de comemorar e aplaudir Afogados da Ingazeira pela passagem, sábado passado, dos 114 anos de sua emancipação política. “Meu coração é afogadense”, comentou, em suas redes sociais.

FATO NOVO EM SERTÂNIA – Já em Sertânia, a empresária Pollyanna Abreu, amiga da governadora Raquel Lyra, tem se posicionado como pré-candidata à prefeita, em oposição ao prefeito Ângelo Ferreira (PSB). Se não entrar na disputa, apoiará o nome que possa unir o bloco da oposição.

Perguntar não ofende: Com Bolsonaro inelegível, quem pode unir a direita contra Lula em 26?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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