segunda-feira, 3 de julho de 2023

O dilema de Tarcísio

Foto: Alesp/Divulgação

Tarcisio Gomes de Freitas serviu aos governos Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro, nos dois primeiros teve funções periféricas, como diretor executivo do DNIT no governo Dilma e coordenador do PPI no governo Temer, mas foi no governo Bolsonaro que Tarcísio ganhou notoriedade na função de ministro da Infraestrutura. O excelente desempenho pelas funções que passou o credenciou para disputar e vencer o governo de São Paulo nas eleições de 2022.

Com pouco mais de seis meses de governo, Tarcísio desponta como um dos melhores governadores do Brasil e surge como uma liderança política em ascensão. São Paulo é uma espécie de país em outro país, com um elevado PIB e significativo desenvolvimento econômico e social, acima da média nacional. Nunca um governador de São Paulo ascendeu ao cargo de presidente da República, vide Geraldo Alckmin e José Serra, que tentaram por duas ocasiões, cada, e acabaram batendo na trave.

O exemplo de João Doria se faz bastante presente, mirou o Planalto durante os quatro anos como ocupante dos Bandeirantes e acabou sequer disputando a reeleição. Portanto, Tarcísio terá que avaliar se troca uma reeleição encaminhada por uma eleição dura presidencial. Mas apesar de ser dura, a inelegibilidade de Jair Bolsonaro abre uma avenida de oportunidades para alguém com o perfil de Tarcísio, um técnico qualificado com sensibilidade política e sem nenhuma mácula na sua trajetória ao longo destes anos de vida pública.

Engenheiro civil e militar da reserva, Tarcísio sabe calcular muito bem seus movimentos, e terá a partir de agora uma chance real de construir um projeto nacional, porém sem negligenciar seu estado. Portanto, terá que captar o eleitorado órfão do bolsonarismo e buscar convergência com eleitores mais ao centro. Tudo dependerá também de como se dará o governo Lula daqui por diante, se houver um ambiente favorável ao petista, Tarcísio tem a justificativa de seguir governando São Paulo, mas se houver uma fragilidade do governo federal, ele é o nome ideal para buscar o centro.

Vices – Caso decida entrar na disputa presidencial, Tarcísio teria duas opções de vice bastante relevantes: o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. As duas opções convergiram a postulação de Tarcísio para um projeto de centro-direita.

Lacuna – Hoje completa cinco anos do falecimento do ex-presidente da Alepe, deputado Guilherme Uchoa, o mais longevo chefe do poder legislativo pernambucano. Guilherme deixou grande lacuna na política pernambucana, pois soube como poucos exercer o poder e se manter nele por muitos anos.

Daniel Coelho – Ao que tudo indica, o secretário de Turismo, Daniel Coelho, será mesmo o candidato da governadora Raquel Lyra na disputa pela prefeitura do Recife em 2024. Ela buscará uma convergência de partidos que a apoiam em torno da candidatura dele. Com perfil de centro, que caminha na direita e na esquerda, Daniel pode ser um adversário competitivo num eventual segundo turno.

Inocente quer saber – Daniel Coelho está disposto a disputar a prefeitura do Recife novamente?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.

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