sábado, 15 de julho de 2023

Lula vai à Bélgica para discutir fome, tensões geopolíticas e desafios ambientais

 

O presidente Lula (PT) durante o lançamento do Mais Médicos no Brasil

O presidente Lula (PT) durante o lançamento do Mais Médicos no Brasil

WALTERSON ROSA/MS - 20.3.2023

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja neste sábado (15) e desembarca no domingo (16) em Bruxelas, na Bélgica, para a Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e União Europeia. Será a nona viagem internacional de Lula. O encontro vai tratar de temas como tensões geopolíticas, aumento da fome e da pobreza e dos desafios ambientais. Em paralelo, o petista vai se reunir com líderes progressistas e terá encontros bilaterais com diversos chefes de Estado.

Na cúpula na Bélgica, o primeiro compromisso de Lula será na manhã desta segunda (17) no fórum empresarial e, à tarde, a sessão de abertura da cúpula dos dois grupos. Entre as discussões que serão levantadas entre os blocos estão mudança do clima, comércio e desenvolvimento sustentável, inclusão social, recuperação econômica pós-pandemia, transição energética, transformação digital justa e inclusiva, migrações, além de outros temas.

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O presidente vai se reunir nesta terça (18) com líderes progressistas latino-americanos e europeus para um café da manhã e, mais tarde, com a plenária da cúpula em um almoço de trabalho dos participantes. Entre os países que devem participar do primeiro compromisso estão Espanha, Dinamarca, Alemanha, Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Dominicana.

Os compromissos de Lula no continente europeu ainda se estendem para reuniões bilaterais com demais chefes de Estado. São eles: o rei Filipe e o primeiro-ministro Alexander de Croo, ambos da Bélgica; o chefe de governo da Áustria, Karl Nehammer; o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson; e a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley.

Celac

Foram convidados para a Cúpula em Bruxelas todos os 33 presidentes de países da América Latina e do Caribe e os seus 27 homólogos europeus, totalizando 60 países. Os líderes dessas duas regiões não se reuniam desde 2015.

retorno à Celac foi o primeiro ato de política externa de Lula desde que assumiu seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto. A medida foi comunicada aos demais países do bloco em janeiro deste ano. O Brasil havia saído desse fórum em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL).

"A participação de Lula dá-se no contexto da renovação do compromisso do Brasil com o fortalecimento da integração regional e da Celac. O Brasil retornou ao mecanismo de diálogo político, concertação e cooperação entre os países da América Latina e do Caribe em janeiro passado, após um período de quase três anos em que se manteve afastado de suas atividades", diz o Itamaraty em comunicado.

Acordo Mercosul-União Europeia

Pela segunda vez neste ano, Lula ainda vai se encontrar com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A primeira reunião entre os dois ocorreu em junho deste ano, em Brasília. Na ocasião, a líder europeia disse esperar pela conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia ainda neste ano. Já o presidente brasileiro expôs preocupações com o instrumento adicional proposto pelos europeus e que impõe sanções.

Negociado desde 1999, o acordo está em fase de revisão, mas há entraves na preservação ambiental e sobre compras governamentais. Recentemente, os europeus propuseram um documento adicional, chamado de side letter, que impõe sanções em caso de descumprimento, mas só para o lado sul-americano. A medida é duramente criticada por Lula, que mandou o Itamaraty elaborar uma resposta, como mostrou o R7.

A reportagem apurou que o Itamaraty já finalizou a resposta. O acordo entre a União Europeia e o bloco sul-americano deve ser tratado na viagem de Lula a Bruxelas. Nesse sentido, o petista ainda vai se reunir com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"Enviaremos ao Mercosul em um curto prazo o trabalho técnico. A próxima fase será a discussão dentro do bloco, imediatamente após a entrega do documento. Nossa expectativa é de que em algumas semanas a gente possa passar o texto para o lado europeu e depois prevemos um processo de discussões intenso", explicou o embaixador Philip Fox-Drummond Gough.

"Embora não seja o assunto principal, está na ordem do dia e deve ser abordado em Bruxelas", completou.

Fonte:  Plínio Aguiar, do R7, em Brasília.

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