O presidente Jair Bolsonaro está prestes a encerrar o mês de janeiro com uma desaprovação significativa perante o eleitorado, onde houve um recrudescimento da sua rejeição. Esse sentimento é uma consequência dos efeitos sociais e econômicos da pandemia e da atuação do presidente no combate à Covid-19.
Com uma inflação em dois dígitos corroendo o poder de compra da população e um crescimento econômico projetado para menos de 1% em 2022, será preciso que o presidente Jair Bolsonaro possibilite mecanismos que garantam respostas rápidas na economia, haja vista que apesar da postura crítica em relação à vacinação, partiu do governo federal a compra de todas as doses já distribuídas e aplicadas, o que denota uma comunicação incompetente por parte do governo e do próprio presidente que não souberam capitalizar o efeito positivo da vacinação.
A viabilização do Auxílio Brasil e do Vale Gás, atrelada a um crescimento econômico um pouco melhor do que o projetado, já que o Brasil recuperou em 2021 o baque econômico causado pela pandemia em 2020, podem ser ativos importantes na eleição, uma vez que a economia é quem dita os rumos da política.
Para efeito de comparação, no início de 1994, antes da viabilização do Plano Real que foi entregue em julho daquele ano, Lula estava disparado em todas as pesquisas, enquanto o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que sequer pensava em disputar a reeleição para o Senado por São Paulo por falta de votos, tinha apenas um dígito. A partir do momento que a população teve a percepção da retomada econômica causada pelo fim da hiperinflação, FHC cresceu como um foguete e venceu a disputa em primeiro turno.
Se quiser efetivamente ter alguma chance de reeleição, o presidente Jair Bolsonaro terá que criar mecanismos que melhorem a percepção do eleitor sobre a economia, através da redução da inflação, da geração do emprego e da distribuição de renda. Se porventura houver um crescimento melhor do que o projetado, Bolsonaro poderá ter alguma chance, mas precisará ser competente na comunicação para capitalizar eventuais efeitos positivos da recuperação econômica.
Timing – Assim como aconteceu com Fernando Henrique Cardoso em 1994, quando começou a sinalizar crescimento nas pesquisas em junho daquele ano, Jair Bolsonaro tem até junho deste ano para dar respostas mais efetivas à população, para talvez chegar em condições de disputas para enfrentar o ex-presidente Lula. Se a economia estiver em frangalhos, Lula irá surfar na onda de mudança.
Pandemia – No mundo inteiro começa a se formar um consenso de que a variante ômicron poderá representar o fim da pandemia da Covid-19, se porventura isso se confirmar, será um alento pra todos nós que perdemos entes queridos e sofremos os efeitos nefastos da pandemia, não só ceifando vidas como prejudicando toda a cadeia produtiva gerando desemprego, inflação e fome nos quatro cantos do mundo.
Inocente quer saber – Há alguma melhora na percepção econômica em curso por parte do eleitor brasileiro?
Fonte: Blog do Edmar Lyra.
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