sábado, 22 de janeiro de 2022

A guerra pelo Senado


Praticamente confirmado Danilo Cabral candidato a governador pelo PSB, a Frente Popular abre, a partir de agora, a discussão da montagem do restante da chapa. Duelo que se apresenta tão complicado é o do Senado. Como Humberto Costa não conseguiu emplacar a cabeça de chapa, desejo também do governador Paulo Câmara, deve ao PT, naturalmente, a indicação do candidato.

Caberá, inclusive, ao próprio Humberto a indicação do nome. Deputado federal com atuação no Pajeú, Carlos Veras é o preferido do grupo do senador e dele próprio. Só que o PT corre risco de perder a vaga, caso o PSD, dirigido em nível nacional pelo ex-prefeito paulista Gilberto Kassab, apoie a candidatura de Lula de largada, logo no primeiro turno da jornada presidencial.

Kassab, entretanto, disse à revista Crusoé, que embora em alguns Estados o PSD já seja aliado do PT, acha muito difícil marchar junto com Lula no primeiro turno. Neste caso, cai por terra a pretensão do deputado federal André de Paula, presidente estadual do PSD, de ser ungido para a vaga de senador na chapa.

Também de olho o deputado Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP. Este, embora aliado de primeira hora do PSB no Estado, com maior bancada na Alepe, se fragiliza na medida em que o seu partido, em nível nacional, está fechado com a reeleição do presidente Bolsonaro. Seria uma raridade uma aliança estadual contrariar um projeto nacional no que tange a montagem de uma chapa.

Correndo por fora, no rabo da gata das pretensões, o deputado federal Sílvio Costa Filho, presidente estadual do Partido Republicanos. Além de contar com pouca representatividade no plano estadual, no nacional o partido está também alinhado com a reeleição de Bolsonaro. Um dos seus líderes, o ministro João Roma, deve ser candidato a governador na Bahia, abrindo palanque para Bolsonaro naquele Estado.

Com menos chances - Se o PDT permanecer na Frente Popular, o que parece improvável diante da confirmação da candidatura de Ciro Gomes, ontem, em convenção, ao Palácio do Planalto, outro nome postulante ao Senado é o do líder pedetista na Câmara dos Deputados, Wolney Queiroz. Sua tendência, entretanto, é romper com a Frente priorizando a eleição de Ciro, já que alçou ao cargo de líder com o apoio do ex-governador cearense. 

Sebá no páreo - Mesmo não sendo um partido com uma bancada expressiva, o Avante também quer a vaga de senador. Presidente estadual da legenda e líder do partido na Câmara dos Deputados, Sebastião Oliveira já tratou do assunto também com o governador Paulo Câmara. Com base eleitoral no Sertão, Sebá, como é mais conhecido, tem a simpatia de Câmara, mas não do conjunto da Frente Popular. 

Federação impossível - O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse, ontem, ao blog da Folha de Pernambuco, que a federação entre o PT, PCdoB, PSB, Psol e PV somente será possível se a autonomia dos partidos for respeitada. “Nós temos que tratar com o PT, com toda franqueza, que nós não aceitaremos jamais, nem nós e eu acredito que nem os outros partidos como o PV e PCdoB, mas eles falam por eles e eu falo pelo meu partido, que não aceitaremos jamais ser mandado por partido nenhum", afirmou. Em outras palavras, essa federação já nasce morta. 

Cidadania muda de comando - Filho do ex-senador Roberto Freire, o militante João Baltar Freire é o novo presidente estadual do Cidadania em Pernambuco, sucedendo ao deputado federal Daniel Coelho. “A minha vida se confunde com a história do Cidadania. A transição tranquila indica que o partido está no caminho certo. Nesse rumo, vamos reforçar nosso posicionamento pela liberdade e defesa dos valores da boa política em Pernambuco”, afirmou Freire, logo após ter seu nome confirmado em convenção estadual. 

A rebelde Tabata - Uma das principais vozes no PSB contrária à formação de uma federação partidária com o PT, a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) diz não ver no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a capacidade de “unir o País da direita à esquerda”. Segundo ela, mesmo que uma aliança seja selada e seu partido decida apoiar a candidatura do petista ao Planalto, o acordo que tem com a sigla é de não ser obrigada a fazer campanha por qualquer nome. “Nunca fui forçada a dizer que apoiaria um candidato específico”, disse ela em entrevista ao Estadão. “Meu partido nunca pediu isso para mim.”

CURTAS 

FLERTE COM CHUCHU - Tabata vê com “muito bons olhos” a filiação ao PSB do ex-governador de São Paulo e postulante a vice da chapa petista, Geraldo Alckmin, conhecido como Chuchu, apelido dado pelo PT. “Acredito que ele contribui para que essa conversa seja a mais ampla possível”, afirmou.

FECHADO - Prefeito de Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora (PL) está fechado com a candidatura de Tiago Pontes, ex-secretário nacional de Mobilidade, a deputado estadual. "Quando esteve no cargo, ajudou muito o nosso município e é um quadro muito articulado em nível nacional e estadual", justificou.

Perguntar não ofende: Se bateram o martelo com Danilo para governador, por que o governador silencia?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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