sábado, 1 de julho de 2023

A dose é o que diferencia remédio de veneno

 

Foto: Divulgação

O Tribunal Superior Eleitoral decidiu ontem pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro pelos próximos oito anos a contar do pleito de 2022, retirando-o dos pleitos de 2026 e 2030. A alegação é de que ao discursar para embaixadores defendendo o voto impresso, Bolsonaro teria cometido abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

O ex-presidente foi o primeiro presidente com direito a reeleição a não conquistar o segundo mandato, numa disputa direta com Lula, que venceu por uma diferença ínfima a nível nacional por conta da vitória mais elástica no Nordeste, única região em que o PT venceu a disputa.

A cassação dos direitos políticos de Bolsonaro o tira de 2026 e de 2030, mas indiscutivelmente pode criar um ambiente favorável a um nome mais ao centro, a exemplo do governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Ou seja, os 58 milhões de eleitores que votaram em Bolsonaro dificilmente fariam a travessia para Lula, e poderiam ajudar a um candidato de centro a fazer um contraponto mais eficiente ao PT, que ainda segue com muitas dificuldades de viabilização.

Talvez fosse melhor para Lula enfrentar o próprio Bolsonaro em 2026, pois já conhecia as suas fragilidades, a chegada de um nome mais ao centro pode direcionar o eleitorado alinhado com as pautas bolsonaristas para um nome que venha a representar o anti-petismo e anti-lulismo. Talvez em nome de defender as instituições, o TSE tenha causado um precedente mais grave do que as próprias falas do ex-presidente, que por mais absurdas que viessem a ser, deveria ser permitido o direito ao contraditório. A dose foi cavalar, e o tiro pode sair pela culatra.

Prioridades – A governadora Raquel Lyra estabeleceu 26 prioridades em obras que buscarão investimentos do governo federal, mas três estão numa escala acima das demais: a Transnordestina, o Metrô do Recife e o Arco Metropolitano. Caso aconteça a viabilização das três, Raquel terá um importante cardápio de entregas para apresentar em 2026, quando tentará a reeleição.

Fernando Dueire – O senador Fernando Dueire (MDB) cumpriu intensa agenda em diversos municípios pernambucanos ao longo desta semana. Sua presença foi bastante elogiada pelos prefeitos e lideranças políticas municipais, pois é pouco comum para senadores. Isso tem despertado muita curiosidade entre as lideranças políticas de Pernambuco, que têm buscado um maior diálogo com o senador para destravar recursos e ações para os seus municípios.

Guardas – O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento de ação que discute se as guardas municipais são órgãos integrantes da segurança pública, para aguardar o voto de Cristiano Zanin, que tomará posse em 3 de agosto como ministro. A Associação das Guardas Municipais do Brasil defende que “as guardas municipais se inserem no sistema de segurança pública, mas diversas decisões judiciais não reconhecem essa situação, o que afetaria o exercício das atribuições do órgão e comprometeria a segurança jurídica”. O relator Alexandre de Moraes já votou a favor dos guardas municipais.

Ministra – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, anunciou a nomeação da advogada Edilene Lobo como nova ministra substituta da Corte. A escolha foi feita pelo presidente Lula (PT), mediante lista tríplice votada pelo Supremo Tribunal Federal. Edilene Lobo é a primeira mulher negra a integrar o Tribunal. Ela é mineira e doutora em Direito pela PUC Minas.

Inocente quer saber – Quem seria o melhor nome para captar o voto bolsonarista no enfrentamento com o PT em 2026?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.

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