O prefeito do Recife, João Campos (PSB), virou o ano diante de um cenário favorável para buscar a sua reeleição nas eleições de outubro. A elevada taxa de aprovação da gestão, superando os 70%, abre as portas para carimbar o segundo mandato. O que se observa, entretanto, nesta fase da quase pré-campanha, é a inexistência de apoios formais por parte de novas lideranças ou partidos.
Parte disso pode estar numa visão de que a articulação política do jovem gestor comete falhas. Os recentes rumores, por exemplo, de que o PSB poderia formar uma chapa puro sangue, colocando o presidente da Câmara de Vereadores, Romerinho Jatobá, ou o ex-prefeito Geraldo Júlio na vice, têm pesado negativamente.
Já é certo que o PDT deixará a majoritária, o que cria melindres com um aliado histórico, enquanto o Republicanos e a federação comandada pelo PT não têm pressa para as definições. Adverte um graduado aliado do prefeito: “Com uma chapa definida, por que outras siglas chegarão juntas?”
O desalinhamento do prefeito com a governadora Raquel Lyra (PSDB) é outro ponto observado. A tucana tem acumulado uma montanha de dinheiro no cofre e, se souber usar e não cometer trapalhadas, como está fazendo, o ano promete ser de grandes adesões de lideranças políticas em todas as regiões do Estado. Essas articulações invariavelmente terão consequências no Recife, espelho que se reflete para todo o Estado.
Além disso, o PSB vive um momento de vulnerabilidade, com o qual não se acostumou em 16 anos de poder estadual e que algumas lideranças parecem ignorar: tem apenas 14 deputados federais, uma das menores bancadas da base se Lula. Sozinha, a sigla não terá estrutura favorável de campanha, como tempo de televisão e fundo partidário.
Claro que o capital político e econômico da Prefeitura tem peso gigantesco, mas a estrutura partidária é fundamental para botar a tropa de candidatos a vereador nas ruas. Ressalte-se que será muito difícil para os socialistas manterem a atual bancada de 12 vereadores, com uma eventual debandada na iminência de ocorrer em abril. Sendo assim, João terá menos de três meses para segurar a sua tropa no PSB ou em siglas aliadas, as quais ainda não tem a mínima noção.
Olho no Recife e em São Paulo – O prefeito João Campos também tem outra preocupação que vai além do território recifense e da sua reeleição: a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), sua namorada, lança, hoje, a sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo. A data é muito simbólica: o aniversário de 470 anos da cidade. O palco da cerimônia será a laje da casa onde a parlamentar cresceu, e que ainda é o lar de sua mãe, na Vila Missionária, Zona Sul paulistana.
Alckmin via vídeo – O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, principal liderança do PSB em São Paulo e envolvente cabo eleitoral de Tabata, não estará presente. Fará uma participação em vídeo no ato. Ele e o presidente Lula (PT) estarão em palanques opostos na eleição municipal paulistana. Na sexta-feira da próxima semana, o petista viaja a São Paulo para o ato de filiação da ex-prefeita Marta Suplicy, que será a vice do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), após articulação liderada pelo próprio presidente da República.
Sem nacionalizar debate – Durante a cerimônia, Tabata lançará o manifesto intitulado “Uma só cidade”, que destaca o combate à desigualdade social. Diferentemente de Boulos, a deputada não planeja nacionalizar a campanha municipal, mas sim propor um debate centrado na cidade, com críticas à gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), pré-candidato à reeleição.
O drama do IPVA atrasado – Tudo bem que a governadora baixou o IPVA, mas nem tudo está às mil maravilhas para quem procura o Detran em busca de regularizar o veículo. Os que fazem a opção pelo parcelamento do imposto atrasado reclamam que não há servidores suficientes no Detran para notificar os proprietários com até cinco anos de atraso no IPVA. Bronca pesada!
Podridão em Arcoverde – Em Arcoverde, janela do Sertão, a 250 km do Recife, quem faz compras no principal centro comercial, a Avenida Antônio Japiassu, tem que tapar o nariz por causa da fedentina exalada de um esgoto com uma tampa inapropriada nas imediações da Ótica Arcoverde, que repercute em toda extensão da avenida. Apesar das reclamações, o prefeito Wellington Maciel (MDB) torce o nariz. A solução é muito simples. Segundo um engenheiro, há uma tampa específica para esses casos. O prefeito não resolve porque não quer.
CURTAS
EQUÍVOCO OU FUGA? – O ex-deputado Gonzaga Patriota (PSB) disse, ontem, que não será candidato a prefeito em Sertânia, sua terra natal, porque não transferiu seu domicílio eleitoral, que é de Petrolina. Mas ele se equivocou: pela lei eleitoral, a mudança de domicílio ficou com o prazo de apenas seis meses. Se ele topar, ainda está em tempo!
MAMÓGRAFO ABANDONADO – O vereador Rodrigo Roa, da bancada do Avante na Câmara de Arcoverde, denunciou, ontem, que encontrou um mamógrafo abandonado, que teria sido doado pela Philips no final da gestão do ex-prefeito Zeca Cavalcanti, mas nunca usado pelos prefeitos que sucederam a Zeca. Está avaliado em R$ 800 mil.
VICE IDEAL – O empresário Álvaro Torres, mais conhecido como Alvinho Cara de Codorna, em razão de ter um trabalho de grande alcance social, virou alvo de cobiça como o vice ideal por parte dos dois grupos que disputam o poder em Agrestina. Josué Mendes, o prefeito, estará na iminência de romper com o ex-prefeito Thiago Nunes, o que pode provocar uma reviravolta no cenário político do município.
Perguntar não ofende: O Governo vai ceder à pressão da Polícia Civil ou deixar o Carnaval sem segurança?
Fonte : Blog do Magno Martins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário