Nas eleições de 2018, a então vereadora do Recife Marília Arraes foi a grande sensação da pré-campanha, tendo liderado todas as pesquisas divulgadas antes das convenções e ameaçando diretamente a reeleição do governador Paulo Câmara. Como se tratava de eleições gerais, prevaleceu a construção nacional e para que o PSB não apoiasse formalmente a candidatura de Ciro Gomes, o PT retirou Marília em Pernambuco e o PSB retirou Márcio Lacerda em Minas Gerais.
O desfecho terminou sendo bom para o PSB e para o PT, uma vez que os socialistas conquistaram a reeleição de Paulo Câmara, enquanto os petistas reelegeram Humberto Costa para o Senado e evitaram que Ciro Gomes pudesse ter mais votos que Fernando Haddad. Com o resultado, o PT ficou como antagonista de Jair Bolsonaro e seguiu como o principal partido de esquerda no Brasil.
Nas eleições de 2020, a lógica é um pouco diferente, pois o PT terá a obrigação de reconquistar o espaço perdido tanto em 2016 nas eleições municipais, quanto em 2018 nas eleições gerais. E para isso se torna fundamental o lançamento de candidaturas próprias nas principais cidades brasileiras, dentre elas Recife. Dentro deste contexto, a pré-candidatura da deputada federal Marília Arraes a prefeita do Recife se torna mais plausível de se tornar candidatura do que em 2018 quando ela postulava o governo de Pernambuco.
Se para o PSB retirar Marília e aproximar-se do PT tornou-se fundamental para reeleger Paulo Câmara em 2018, o mesmo não se pode dizer em 2020 para que Geraldo Julio faça o sucessor. O eleitorado recifense garantiu a Jair Bolsonaro uma expressiva votação e se mostra refratário ao PT através de uma parcela significativa. Portanto, o PSB para manter sua hegemonia já percebeu que precisa caminhar para o centro, e enfrentar Marília Arraes num segundo turno talvez seja o caminho mais curto para ganhar a eleição, haja vista que o eleitor de Bolsonaro no Recife pode apostar numa redução de danos evitando a volta do PT ao comando da capital pernambucana votando no segundo turno no candidato do PSB.
Correção – Fred Teixeira, filho do ex-vereador e ex-deputado Alcir Teixeira, lembra que o seu pai foi o vereador mais votado da história do Recife em 1972 com 20 mil votos, equivalentes a 6,6% dos votos válidos, que hoje seriam algo em torno de 70 mil votos.
CONFEA – Em reunião plenária do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – Confea na última quarta-feira, o geólogo Waldir Costa Filho foi eleito diretor, juntamente com mais cinco conselheiros federais, incluindo a vice-presidência. Mais um reconhecimento nacional pelo seu brilhante trabalho em prol da Engenharia brasileira e pernambucana.
Esfriou – A pré-candidatura do deputado federal Raul Henry (MDB) a prefeito do Recife, ao que parece, esfriou. A dúvida do próprio deputado em se colocar na disputa fez com que o seu nome fosse praticamente descartado pela classe política.
Elogios – O ministro da Cidadania, Osmar Terra, ao ser questionado por este blog sobre a possibilidade de a segurança pública deixar o ministério da Justiça de Sérgio Moro foi taxativo ao refutar a hipótese e afirmar que Moro realiza um trabalho extraordinário à frente da pasta.
RÁPIDAS
Confusão – Mais uma vez, o que seria uma semana boa para o governo, ao ter aumentado sua popularidade, o presidente Jair Bolsonaro preferiu arrumar confusão ao admitir retirar a segurança pública de Sérgio Moro.
Palmares – O prefeito de Palmares, Altair Junior (MDB), antecipou para esta sexta-feira o pagamento do salário dos servidores municipais. Com a medida, serão injetados R$ 4 milhões na economia do município. O gestor atribui essa medida ao trabalho austero que vem realizando em Palmares.
Inocente quer saber – Jair Bolsonaro vai mesmo dar o tiro no pé e tirar a segurança pública de Sérgio Moro?
Fonte: Blog Edmar Lyra.
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