sábado, 25 de janeiro de 2020

Nova Sudene cuida até de segurança

Há tempo num esvaziamento que parecia não ter fim, a velha e surrada Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) deixou de ser um elefante branco, saiu da UTI como doente terminal e, aos poucos, dá sinais de vitalidade. Qualquer gestão pública depende exclusivamente de quem está no seu comando e, principalmente, de decisões políticas.
Lembro que quando o ex-governador Eduardo Campos (PSB) assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia ninguém imaginava, naquela ocasião, que pudesse fazer do limão uma limonada. Inquieto e criativo, especialmente fortalecido pelo apoio integral do ex-presidente Lula, Eduardo aproveitou a então esvaziada pasta que recebeu e a transformou num instrumento poderoso, manifestando ao País a sua faceta de bom gestor.
Cenário semelhante se observa com o empresário caruaruense Douglas Cintra, ex-senador por dois anos, período em que Armando Monteiro Neto, de quem era suplente, assumiu o Ministério do Desenvolvimento Econômico no segundo mandato de Lula. Hábil investidor privado, Cintra ganhou no Senado a experiência política que lhe faltava, fez um bom mandato e agora empresta o seu talento à Sudene.
Em menos de 30 dias à frente da empresa que cuidou a vida inteira do planejamento e desenvolvimento do Nordeste, Cintra fez do seu gabinete o mais concorrido espaço para empresários, políticos e gestores públicos ansiosos em fomentar programas, abrir linhas de crédito e tirar do papel projetos arrojados e inovadores. Sua mais recente ação foi estender, quinta-feira passada, a mão aos grandes e pequenos centros urbanos de olho na redução da violência urbana.
Criou o Conseg, o primeiro consórcio voltado para o combate à violência, já em fase de apresentação a governadores, prefeitos de capitais e de municípios com população acima de 200 mil habitantes. Para o seu start, trouxe ao Recife o ministro da Cidadania, Osmar Terra, e o secretário nacional de Segurança Pública, general Guilherme Theophilo, além do secretário-executivo de gestão do consórcio, Silvio Barbosa de Miranda.
“Pela primeira vez a Sudene cria e oferece uma ferramenta de integração de integração das políticas públicas de segurança e defesa social”, diz o ministro Terra, adiantando que o objetivo é estimular a participação federal em ações do consórcio para prevenção à violência e investimentos na melhoria das condições de trabalho das guardas municipais.
Cenário de polarização – Os partidos de oposição a Geraldo Júlio no Recife estão numa grande torcida para o PT avalizar a candidatura de Marília Arraes na reunião da executiva nacional petista em São Paulo, próxima terça-feira. Tudo porque a confirmação do PT clareia o cenário de uma possível polarização entre PT, com a própria Marília, e PSB, com a candidatura de João Campos. O enfrentamento PT x PSB é ruim, principalmente, para a delegada Patrícia Domingos, ainda sem partido, cobiçada por algumas legendas, porque esvazia o seu balão.
A gleba de Humberto – Mas poucos aliados, entretanto, apostam numa posição favorável para candidatura própria do PT no Recife. O fator contrário mais preponderante é o latifúndio de cargos que o senador Humberto Costa detém nos governos Câmara e Geraldo. Por isso, tem afiado a goela no discurso de manutenção pela aliança com o PSB. Sem espaço no Governo Federal desde que Dilma foi afastada, Humberto alega que não tem aonde abrigar tanta gente que passará a acessar os sites de classificados em busca de emprego.
Olho em Olinda – O presidente do Solidariedade em Pernambuco, Augusto Coutinho, nega que a decisão do partido em não apoiar uma candidatura própria a prefeito do Recife esteja condicionada a reeleição do seu filho vereador na capital. Ressalta que a prioridade é a reeleição do prefeito de Olinda, Professor Lupércio. Quanto à candidatura de Alberto Feitosa a prefeito do Recife, Guga, como é mais conhecido, afirma que não está na pauta da legenda.
Aliança – Os bolsonaristas querem transformar o evento de apoiamento à criação da Aliança pelo Brasil, no próximo sábado, no Centro de Convenções, no maior do Nordeste, mas sem a presença do presidente da República. “Os apoiadores têm que comparecer munidos do título de eleitor e documento com foto autenticado”, adianta o Coronel Meira, coordenador geral do Aliança pelo Brasil no Estado. O evento contará com lideranças nacionais próximas a Bolsonaro, como o presidente da Embratur, Gilson Neto.
CURTAS
ÁGUA E SANEAMENTO – O governador Paulo Câmara entregou o novo sistema de tratamento de água de Garanhuns para levar até Jucati, no Agreste Meridional. São 31 km de tubos a um custo de R$ 6 milhões, beneficiando mais de 15 mil habitantes em Neves, distrito de Jucati, e no povoado de São Pedro, em Garanhuns. Em Caruaru, Câmara assinou a ordem de serviço para o sistema de esgotamento sanitário, totalizando R$ 3 bilhões. Trará benefícios a 90 mil habitantes, 30% da população urbana da capital do forró.
MALASOMBRO SERTANEJO – Empurrado pelos pais – a deputada Roberta Arraes e o ex-prefeito de Araripina, Alexandre Arraes, ambos do PSB, para uma disputa proporcional no Recife pelo PP, o garoto Humberto Arraes tem uma empresa mal-assombrada que presta serviços ao Estado e cargo comissionado no Governo. Ninguém entendeu a maluquice da candidatura dele, nem o fato de não concorrer em Araripina. 
PECADO – O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou, enfim, o que toda sociedade já estava informada, inclusive os leitores deste blog: a criação do chamado “imposto sobre pecados”, cobrados sobre produtos que prejudicam a saúde, como cigarro, bebidas e armas. Já a cobrança do imposto adicional sobre doces se explicaria pelo fato de ser considerado um passo para obesidade, especialmente a infantil, elevando o risco de desenvolver doenças graves, como diabetes.
Perguntar não ofende: Se negar a candidatura de Marília, o PT não estará dando provas de que não tem mais projeto de poder no Recife?
Fonte: Blog do Magno Martins.

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