terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Ala do PT pró-PSB mira em pacto para 2022

Lula sinalizou que Marília pode ser candidata à PCR, mas defensores da aliança com o PSB, que lançará João, apostam em revisão
Lula sinalizou que Marília pode ser candidata à PCR, mas defensores da aliança com o PSB, que lançará João, apostam em revisãoFoto: Paullo Almeida / Arthur Mota
Amanifestação pública do ex-presidente Lula em favor da candidatura própria à Prefeitura do Recife com a deputada Marília Arraes não desmobilizou a ala petista contrária à saída da Frente Popular de Pernambuco e o consequente apoio ao PSB. Um dos argumentos que deve ser colocado pelo grupo na reunião desta terça (28) à tarde, em São Paulo, que vai debater o cenário da Capital pernambucana, foge do futuro imediato e mira além: no possível comprometimento de alianças visando o pleito presidencial de 2022.

Já em São Paulo para o encontro, o presidente da legenda em Pernambuco, deputado estadual Doriel Barros, disse acreditar que a disputa nacional é uma questão que será observada pelo próprio Lula, antes de sacramentar o desfecho do PT no Recife.

“Acredito que o presidente Lula não tem ‘prego batido e ponta virada’, não tem sua decisão, tem apenas manifestado o desejo, mas é claro que tem outras questões que deverão ser consideradas e observadas por ele próprio, que tem o nome colocado para o cenário de 2022”, avalia Doriel. O deputado sinaliza, também, preocupação em não “romper o arco de alianças” que vigora em Pernambuco entre os partidos de esquerda, já visando 2022. “Sabemos que nós sozinhos não conseguiremos enfrentar Bolsonaro, temos que andar com os partidos de esquerda”, frisa. Para ele, o fato de Lula receber lideranças locais mostra que vai considerar “a repercussão que será feita” por elas. “Em Pernambuco temos uma relação de aliança com o PSB, isso será colocado para avaliar se uma candidatura no Recife significa o rompimento com o PSB, ou se não vamos com a candidatura e manteremos um processo de aliança”. Por meio da assessoria, a deputada federal Marília Arraes afirmou que só se manifestará após a reunião de hoje.

O senador Humberto Costa, por sua vez afirmou que “não vai sair nenhuma decisão definitiva” na reunião de hoje. “Certamente o presidente Lula vai manifestar sua posição, que também não é nova, ele já vem defendendo essa ideia de que o PT lance candidatos onde for possível, especialmente nos municípios maiores”, disse, em entrevista à Rádio Jornal. O senador enfatizou que a opinião de Lula “será levada em consideração”, mas ponderou: “A discussão está apenas começando”.

Apesar de citar uma parte do “PSB nacional que é franca e claramente anti-PT”, ele acredita que o posicionamento “mais à esquerda” do PSB de Pernambuco, viabiliza uma nova aliança para 2022, desde que o PT não escolha pela candidatura própria no Recife. “Para o PSB, que Pernambuco é extremamente importante, que o Recife é muito importante, o PT não faz um gesto, como o PT vai querer esperar gesto do PSB em 2022 e em outros momentos também? Acho que é uma decisão que o partido tem que avaliar. Agora, se o partido decidir, estarei defendendo a posição que o partido tomar”, afirmou.

Os próprios socialistas têm sido bastante comedidos ao comentar o que foi dito por Lula. Em entrevista à coluna Folha Política, da jornalista Renata Bezerra de Melo, o deputado federal João Campos, nome do PSB para a disputa, amenizou a declaração de Lula. "Não será nenhuma novidade se o PT optar por uma candidatura própria a prefeito do Recife. Tem sido assim em todas as eleições municipais desde a redemocratização, inclusive em 2012 e 2016", pontuou. Já o prefeito Geraldo Julio foi sucinto, disse ver com “absoluta naturalidade” o que foi dito por Lula. A declaração foi dada durante a entrega de luminárias LED no do Alto do Pascoal, na zona norte da Cidade.
  Fonte: Blog da Folha de PE.

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