São Paulo e Rio - A mudança da regulação da saúde suplementar é uma das prioridades das operadoras para 2020. Defendem mudanças na forma de pagar prestadores e investimento em atenção primária, mas argumentam que é preciso mudar o formato dos contratos para para ampliar o mercado e vender planos individuais.
No 5º Fórum da Fenasaúde, que reúne as maiores operadoras, em outubro, a entidade propôs uma nova lei para permitir a “subsegmentação”, como um contrato só para consultas ou terapias. Hoje, é obrigatória a assistência completa. A proposta ainda é avaliada pelo governo, mas desagrada entidades de defesa dos direitos do consumidor.
— A ideia é um retrocesso. Como uma pessoa pode saber de antemão qual doença terá no futuro? — diz Maria Stella Gregori, diretora do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon).
José Cechin, superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), por sua vez, diz que as empresas estão fazendo esforços para reduzir custos, mas não vê chance de a inflação do setor se aproximar da geral por causa do envelhecimento e da demanda tecnológica crescentes:
— Nos EUA, entre 1960 e 2019, só em três anos a inflação da saúde suplementar se equiparou à inflação geral. É uma tendência universal.
O caso americano é citado por muitos especialistas como um exemplo de mercado baseado em serviços privados com regulação flexível que não consegue conter a escalada de custos. A inflação médica lá será de 6,5% este ano, contra uma taxa geral de 2,4%, projeta a Aon. O repasse para os usuários exclui boa parte dos americanos da saúde suplementar.
Para Lígia Bahia, especialista em saúde pública da UFRJ, o modelo dos EUA já se mostrou insustentável e não deve servir de inspiração para o Brasil:
— É mais fácil para as operadoras manter o discurso de custos do que trabalhar na gestão de saúde.
Fonte: O Globo - Por Leo Branco e Luciana Casemiro.
Blog do Magno Martins.
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