segunda-feira, 3 de abril de 2023

Raquel começa desmonte na educação

 

Com uma portaria, assinada pela secretária de Educação, Ivaneide Dantas, e tornada pública no final de semana pelo Diário Oficial do Estado, na qual é retirada o requisito que exigia certificação do Programa de Gestão Escolar, da UFPE, para o professor que quisesse concorrer ao cargo de gerente regional da Educação – as chamadas GREs – a governadora Raquel Lyra (PSDB) começou a desmontar o modelo de gestão que levou Pernambuco a ter a melhor educação no ensino médio do País.

A partir de agora, o que é gravíssimo, um tremendo retrocesso, qualquer professor pode ser diretor de escola e ocupar a Gerência Regional de Educação de qualquer microrregião do Estado. Isso abre a janela para indicações políticas, processo que o ex-governador Eduardo Campos acabou no instante em que envolveu a Universidade Federal. Qualquer candidato a gerir uma instância regional da Educação teria que se qualificar num curso específico da UFPE.

“Esse critério (preparo técnico pela UFPE) era fundamental. Mais do que isso, instituiu a chamada meritocracia na educação”, diz o ex-deputado federal Milton Coelho, hoje secretário nacional da Micro Empresa no Governo Lula. Coelho ressalta que acompanhou de perto todo esse processo no início da primeira gestão de Eduardo.

Para ele, após a retirada do chamado “Revisito”, fica aberto a todos o direito de ser chefe de uma escola ou gerente regional da Educação. “A partir de agora, o que vai prevalecer são as indicações políticas, o apadrinhamento numa área que deveria ficar fora de qualquer ingerência de políticos”, afirmou. Mesmo, faça-se a ressalva, segundo ele, de alguém que não tenha currículo para exercer a função, de elevada importância para o desempenho das escolas da rede estadual.

Privatização da Compesa – Depois de pôr abaixo o grande avanço na educação, Raquel tende a iniciar o processo de desmonte da Compesa. O que se diz na Assembleia Legislativa é que, nos próximos dias, chegará à Casa uma proposta da governadora para privatizar o que é de mais sagrado na vida da população – o direito sagrado do acesso à água. A privatização da Companhia Pernambucana de Águas e Esgotos, num Estado sem grandes reservas de mananciais, pode resultar numa conta mais cara para os consumidores.

Na pauta, os R$ 5 bi – Em razão de um pedido de vista pelo deputado João Paulo (PT), a Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa só votará esta semana o pedido da governadora para redirecionar R$ 5 bilhões dentro da proposta para o orçamento deste ano, já aprovado pela Casa. Em entrevista ao Frente a Frente, na última quinta-feira, o presidente do Legislativo, Álvaro Porto, afirmou que não vê nenhum tipo de dificuldade para o pedido da tucana ser aprovado, porque se trata apenas de um remanejamento de recursos.

Debandada na Rede – A Rede, partido da ministra Marina Silva, deve perder um senador em breve: Randolfe Rodrigues (AP), líder do Governo Lula na Casa Alta. Tudo porque nunca teve uma boa relação com a ministra. E por sugestão de Lula, se filiará ao PT, partido que deve ser o desaguadouro também para deputados federais da Rede insatisfeitos com a ministra do Meio Ambiente.

Vigia pela ditadura – O período da ditadura militar vigiou pelo menos 71.381 pessoas comuns no Distrito Federal. Os nomes foram fichados e estão guardados em 27 caixas no Arquivo Público do DF. Os documentos estão classificados como reservados, confidencial ou secreto. Pela documentação à qual o site Metrópoles, de Brasília, teve acesso, qualquer atitude poderia ser considerada suspeita e, assim, a polícia da época fazia levantamentos com as informações pessoais. Os vigiados não faziam ideia de que suas vidas eram devassadas pelo regime.

Túlio no mundo da lua – O deputado Túlio Gadêlha entrou numa tremenda contramão dentro do seu partido, a Rede. Picado pela mosca azul, passou a alimentar uma ilusão: a de que a governadora Raquel Lyra apoiará seu projeto de disputar a Prefeitura do Recife, em 2024. Sairá perdendo duplamente: o partido, o qual não tem controle, e a indicação de Raquel, que, na verdade, não existe. E se existisse, aliás, jamais a Rede, partido de esquerda, mais próximo ao PT, aceitaria um alinhamento com a governadora, considerada de direita.

CURTAS

AÇÕES CONTRA LULA – Políticos da atual oposição têm bombardeado Lula com ações na Procuradoria-Geral da República. Até o momento, 120 representações contra o governo já foram protocoladas. Dessas, 70 foram arquivadas pela PGR e 50 estão sob análise do corpo da procuradoria.

APLICATIVO – Um deputado do Progressistas, partido do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enviou uma sugestão ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propondo a criação pelo governo de um aplicativo sobre o preço dos combustíveis no Brasil. Trata-se da criação do “Waze Preço Brasil”, aplicativo que permitiria aos motoristas verificar os postos com combustíveis mais baratos na região.

Perguntar não ofendeA Assembleia Legislativa vai resistir ao desmonte na educação? 

Fonte: Blog do Magno Martins.

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