sábado, 22 de abril de 2023

Nem uma ruazinha

 

A governadora Raquel Lyra (PSDB) não apresentou nada de novo ou relevante para levantar o astral dos prefeitos que se reuniram com ela em Serra Talhada, quinta-feira passada. Só fez choramingar e culpar o PSB pelas dificuldades que vem enfrentando para governar, segundo relatos dos próprios prefeitos.

Um deles, que pediu reserva, relatou que a tucana repetiu a mesma ladainha do primeiro encontro com todos os prefeitos no Palácio, tão logo tomou posse. “Só fez relatar drama. Não saiu de lá sequer com a promessa de calçar uma ruazinha”, brincou outro prefeito, afirmando que o encontro foi uma tremenda perda de tempo.

Enquanto não tem o que mostrar, Raquel vai pegando carona em obras com o carimbo do PSB, como o sistema de abastecimento de água do distrito da vila do Rio da Barra, em Sertânia, incluindo o povoado Waldemar Siqueira e sítios, contemplando 630 famílias. Obra da Compesa, foi praticamente concluída na gestão Paulo Câmara, tanto que o deputado Pedro Campos (PSB), que acompanhou o projeto na época como diretor da estatal, fez questão de estar presente.

No outro lado do balcão da política da governadora, o prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira (PSB), aliás, quando discursou no evento, fez questão de carimbar a obra com o DNA socialista. “Esta é uma obra que nasceu do sonho de muita gente lá atrás. Só virou realidade graças ao empenho do presidente Lula, de Miguel Arraes e do ex-governador Paulo Câmara”, disse.

Vaias plantadas – Aliados da governadora Raquel Lyra em Sertânia, como o ex-prefeito Guga Lins e a empresária Pollyanna Abreu, mobilizaram uma pequena claque para vaiar o prefeito Ângelo Ferreira, uma liderança histórica do PSB no Estado, durante a inauguração de um sistema de abastecimento de água da Compesa no distrito de Rio da Barra. Na prática, a campanha municipal de 24 já está antecipada em Sertânia, com a pré-candidatura de Pollyanna.

Imitando Lula – Para conter as vaias em direção ao prefeito de Sertânia, a governadora recorreu ao mesmo expediente do presidente Lula quando tentou impedir os insultos da plateia em direção à tucana no evento de lançamento de um programa de combate à fome no Recife, no final de março passado. Mas nem Lula nem tampouco ela se deu bem. O Geraldão, onde Raquel tentava discursar ao lado de Lula, veio abaixo com o tamanho do barulho provocado pelas vaias.

Cadê o leitinho? – Ainda em Sertânia, a governadora recebeu cobranças das lideranças que se opõem ao seu governo, como o prefeito Ângelo Ferreira. Em seu discurso, o socialista cobrou o que a população infantil mais reclama dele, que não tem culpa alguma: a falta do leite matinal, cujo programa Leite de Todos, uma parceria da União com o Estado, foi paralisado porque a governadora, desde que assumiu, não paga a contrapartida de um programa com 80% de responsabilidade do Governo Federal. Uma vergonha!

Nem foi nem ajudou – Garanhuns é palco, desde a última quinta-feira, do Viva Garanhuns, festival em homenagem ao imortal cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos, natural da terra. É um evento tão importante quanto o Festival de Inverno, que enche hotéis e movimenta a economia. Todos os governadores vão lá prestigiar e ajudar, menos Raquel. Convidada, sequer respondeu ao prefeito se iria ou não. Quanto ao apoio, não liberou um tostão. A Prefeitura está bancando sozinha: R$ 2 milhões o seu custo. Hoje, tem duas grandes estrelas da MPB: Fagner e Elba Ramalho. Ontem, a grande atração foi Alcymar e na quinta-feira Jorge de Altinho e Santana.

Falta água na beira do rio – Na reunião dos prefeitos em Serra Talhada, a governadora teve que engolir o discurso mais contundente. Partiu de Simão Durando (UB), sucessor de Miguel Coelho em Petrolina. Ele relatou, na verdade, o maior sofrimento da população: a falta de água nas torneiras, mesmo a cidade estando à beira do Velho Chico. “A população de Petrolina está muito insatisfeita com os serviços que a Compesa não consegue entregar. Falta água e sobra esgoto nos bairros de uma cidade que fica à beira do Rio São Francisco. Não há solução fácil para uma crise dessa, mas como prefeito não posso ficar de braços cruzados e tenho cobrado medidas urgentes”, desabafou.

CURTAS

FOI MELHOR – O ministro da Defesa, José Múcio, acha que a demissão do general Gonçalves Dias, o G. Dias, do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), foi “boa” para o militar. “Desde o episódio do 8 de janeiro, ele não ficou à vontade. Não estava se sentindo bem. E agora, com aquelas fitas, as coisas pioraram, e ele resolveu sair. Acho que foi bom para ele (a demissão). Ele não estava se sentindo confortável”, disse.

AINDA UM MILITAR – Múcio acompanha o presidente Lula na viagem a Portugal. Ele negou que haja um nome já escolhido para substituir Gonçalves Dias no GSI, mas defendeu que “não é hora de mudar o perfil do comando”, sugerindo a continuidade de um militar à frente da pasta.

Perguntar não ofendeA governadora vai negar ajuda também para o Festival de Inverno de Garanhuns?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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