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A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal deve julgar até outubro um recurso da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pede a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro. O argumento dos advogados é de que Moro não foi imparcial ao analisar os processos envolvendo o petista na Operação Lava Jato e, por isso, pedem que decisões do ex-magistrado sejam anuladas. Na prática, o pedido de suspeição feito por Lula pode anular o processo do triplex do Guarujá, o único em que Moro foi responsável por condenar o petista.
Caso o Supremo decida pela suspeição, a avaliação entre ministros da Corte é de que decisões tomadas pelo ex-juiz em outros processos, como o do sítio de Atibaia e do Instituto Lula, podem ser invalidadas. Ou seja, os processos correriam o risco de voltar à estaca zero, representando um revés para a Lava Jato envolvendo seu principal alvo. A defesa cita, como exemplo da suposta falta de imparcialidade de Moro, a decisão de tornar pública a delação do ex-ministro Antonio Palocci a seis dias da eleição de 2018.
A corrida ao Palácio do Planalto foi vencida por Jair Bolsonaro, que convidou o então juiz da Lava Jato para assumir o Ministério da Justiça. O ex-juiz nega irregularidades e alega que a sentença condenatória que proferiu contra Lula foi em outro caso, a do triplex do Guarujá, em julho de 2017. “Muito antes de qualquer campanha eleitoral, sendo ainda confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região e o Superior Tribunal de Justiça”, diz Moro, que deixou o governo Bolsonaro em abril deste ano, acusando o presidente de interferência na Polícia Federal.
Na última terça-feira, dois ministros da Segunda Turma do Supremo, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, atacaram a atuação de Moro à frente da Justiça Federal em Curitiba e indicaram voto para declarar a suspeição do ex-juiz ao condenar o petista. A discussão se Moro deve ser considerado suspeito foi iniciada ainda em dezembro de 2018, quando os ministros Edson Fachin, relator da Lava Jato, e Cármen Lúcia foram contra os argumentos da defesa do petista.
Um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Gilmar Mendes suspendeu o julgamento, que deve ser retomado antes da aposentadoria do ministro Celso de Mello, em 1.º de novembro. Gilmar, Celso e Lewandowski ainda não votaram – a expectativa é a de que a definição do placar fique com o decano. (Com informações da Agência Estado).
Denúncias – A primeira denúncia formal da Lava Jato do Paraná contra Lula foi feita em 14 de setembro de 2016 e aceita pelo então juiz federal Sérgio Moro seis dias depois. É neste caso em que a defesa do petista pede que o ex-magistrado seja considerado suspeito. O ex-presidente Lula foi condenado em julho de 2017 a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por Moro. A condenação foi confirmada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em janeiro de 2018, e sua sentença aumentada para 12 anos e um mês de prisão. Com isso, Lula passou a se enquadrar na Lei da Ficha Limpa e está impedido de concorrer à eleição presidencial. A 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em abril de 2019. Porém, diminuiu a pena para oito anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.
Caso Atibaia – A Procuradoria da República, no Paraná, fez a denúncia em maio de 2017 e acusou Lula de corrupção e lavagem de dinheiro por receber propina da OAS e da Odebrecht por meio de reformas em um sítio em Atibaia, interior de São Paulo. Apesar da propriedade estar em nome de Fernando Bittar, filho de um ex-prefeito de Campinas e amigo de Lula, a Procuradoria acreditava que o ex-presidente fosse o real beneficiário das reformas. Em fevereiro de 2019, a juíza federal Gabriela Hardt, substituta temporária de Moro após ele deixar o cargo para assumir o cargo de ministro da Justiça, condenou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Em 27 de novembro de 2019, o TRF-4 manteve por unanimidade a condenação do ex-presidente e elevou sua sentença para 17 anos e um mês. A decisão marcou a segunda condenação do petista em segunda instância.
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CURTAS
PAGOU CONTAS – O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) admitiu que seu ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz fez pagamentos em dinheiro vivo em seu nome. De acordo com o senador, os valores investigados como "rachadinha" pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nada mais são do que pagamentos de contas suas, feitos por Queiroz, a mando dele e com dinheiro dele. Flávio negou qualquer ato ilícito. "Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?", disse Flávio ao jornal O Globo.
ATÉ FIM DE 2020 – O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou, ontem, que o governo avalia a reformulação do auxílio emergencial de R$ 600 pagos mensalmente a trabalhadores desempregados e informais, além de beneficiários do Bolsa Família, durante a pandemia de covid-19. “Vamos estudar junto com o Congresso a reformulação do auxílio emergencial junto com a criação do programa Renda Brasil. Ainda temos pelo menos um, dois meses pela frente de dificuldades”, afirmou Guedes, em audiência pública na Comissão Mista Temporária da Reforma Tributária. O governo estuda estender o auxílio emergencial até o fim de 2020.
INTERNET GRATUITA – O governador Paulo Câmara anunciou, ontem, que vai oferecer internet gratuita a estudantes da rede pública estadual, a partir do dia 11 de agosto. Serão beneficiados 500 mil alunos, além de 30 mil professores da educação básica e cinco mil estudantes de baixa renda da Universidade de Pernambuco. O projeto "Conecta Aí". O anúncio foi feito por um pronunciamento, transmitido pelas redes sociais, do governador ao lado do secretário de Educação, Fred Amâncio.
Perguntar não ofende: Se Lula reverter todos os processos e escapar das garras da justiça será candidato a presidente em 2022?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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