quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Para Henry, construção da unidade "não é fácil"

Raul Henry
Raul HenryFoto: Léo Malafaia
À medida que a defesa da unidade passou a ser, praticamente, um consenso na Oposição, a aceitação ao nome do deputado federal Raul Henry como eventual alternativa para concorrer à Prefeitura do Recife também foi se estendendo nas hostes oposicionistas. No lugar das resistências, antes externadas nas coxias, ganha espaço o entendimento de que, sem unidade, a Oposição só beneficia a concorrência. Nas palavras já verbalizadas pelo deputado Daniel Coelho, "três candidaturas no campo da Oposição só fortalecem o adversário". O debate não exclui nome algum, mas passa a incluir o de Henry de maneira mais pacificada que outrora.
Presidente estadual do MDB, Henry tem acompanhado o debate sem opinar e tem avisado que o tema "candidatura própria" vai ser discutido no MDB no tempo certo e com cautela. Mas, à coluna, ontem, pouco depois de assinar a ficha de filiação do ex-prefeito Yves Ribeiro, em Paulista, indagado sobre a movimentação em torno do seu nome, fez a seguinte ponderação: "Todo mundo expressa esse desejo, mas a construção da unidade não é tarefa fácil". Foi sucinto na declaração. No entanto, ela carrega nas entrelinhas sinais de alguma cicatriz de 2012, quando a Oposição também ensaiou uma unidade em torno do nome dele, a qual acabou não se consolidando. Naquela ocasião, para que o MDB ingressasse na aliança com o PSB era necessário que os socialistas rompessem com o PT e foi o que ocorreu. O rompimento dos socialistas com os petistas acabou somando para que emedebistas passassem a fazer parte de Frente Popular, onde se encontram até hoje, cenário que pode ser alterado caso Henry seja convencido pelos estímulos que vem recebendo do senador Fernando Bezerra Coelho e de integrantes da Oposição, os quais aguardam movimentação mais concreta do MDB no sentido de deixar a base. Henry, como disse, não acha fácil a construção.

Tempo de TV no radar
Nas hostes oposicionistas, o argumento da unidade tem a ver também com um detalhe essencial: tempo de TV. Considera-se, nessa matemática, que partidos como o PSC, por exemplo, com oito deputados federais, dependeriam de alianças para consolidarem um projeto majoritário, assim como outras legendas do conjunto.
Nem mais... > Presidente do PSC no Estado, André Ferreira, inclusive, já vem declarando estar pacificado o entendimento em torno de "uma candidatura só" na ala oposicionista. André é irmão do prefeito Anderson Ferreira, que comanda o PL em Pernambuco.
...nem menos > Não estava descartado, até pouco tempo, que o partido do prefeito de Jaboatão viesse a abrigar, eventualmente, uma candidatura apoiada pelo presidente Jair Bolsonaro no Recife, mas a tese já teria perdido força.
Variáveis > Anderson Ferreira chegou a ter conversas com Joaquim Francisco, nome que foi ventilado para concorrer à PCR e que tem relação com Bolsonaro, mas o próprio ex-governador já negou a hipótese e fontes oposicionistas apontam isso como mais um ingrediente no sentido da unidade da Oposição.
PERDEU PODER> As modificações na lei que terminam por limitar o poder de procuradores e fortalecer o de juízes nas delações entram em vigor amanhã. Na avaliação do procurador do Ministério Público de Contas, Cristiano Pimentel, não dá para negar que o Ministério Público "perdeu poder". Ele argumenta, no entanto, que não vê problemas nisso porque "algumas dessas regras são importantes". Registra ainda que esse poder de questionar acordos foi para um órgão técnico, o judiciário, e não político.
Fonte: Folha de PE.

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