terça-feira, 4 de abril de 2023

Pesquisa ruim para Lula

 

Caiu como uma ducha fria no Palácio do Planalto a pesquisa de avaliação dos 100 primeiros dias do Governo Lula, do Datafolha, na qual apenas 38% dos entrevistados revelaram estarem satisfeitos, enquanto outros 29% disseram o contrário. “A avaliação é boa, mas também não é desesperadora”, disse um parlamentar petista.

Os parâmetros da divisão da sociedade apresentados na disputa eleitoral se alteraram pouco. Bolsonaro permanece com significativo capital político e eleitoral. Tudo isto não significa que não haja espaço para o governo crescer em termos de avaliação positiva e de que Lula não possa desequilibrar o jogo político a seu favor.

Mas existem problemas. “O primeiro é o de comunicação, tanto de Lula e do governo, quanto do PT. Há um consenso, inclusive entre analistas e comentaristas de esquerda, de que Lula errou ao se referir a Moro em duas ocasiões, principalmente naquela em que lançou suspeita de armação do ex-juiz envolvendo o suposto plano do PCC contra ele”, avaliou outro parlamentar da base governista.

Conselheiros de Lula disseram que ele errou, pisou na bola ao atacar Moro. “Não cabia a Lula revelar nenhum tipo de suspeita no caso da operação da Polícia Federal, que descobriu um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matar Moro. Isso só abriu espaço para o contra-ataque de Moro”, disse um senador da base governista. Outro erro de Lula, e nisso ele foi acompanhado pela presidenta do PT, consistiu em personalizar os ataques ao presidente do Banco Central.

A crítica aos juros altos podia ser feita sem levar o embate para o lado pessoal. Quer dizer: o estatuto de Lula como chefe da principal magistratura política do País não permite que ele meça armas verbais com pessoas como Moro e o presidente do BC. Lula ocupa uma posição política e hierárquica superior, o que não lhe permite medir-se com pessoas que ocupam posições políticas e hierárquicas inferiores em termos de embates pessoais. Isto significa que Lula não pode colocar-se, em qualquer circunstância, numa posição de status inferior à sua função e àquela que ocupa na espacialidade do poder político.

Comunicação trôpega – Ainda segundo avaliação de aliados de Lula, o Governo também se comunica mal, principalmente em função de iniciativas e decisões equivocadas de ministros e demonstração de falta de unidade interna. Neste ponto se destacam decisões precipitadas de Carlos Lupi e de Márcio França e os posicionamentos de Rui Costa e de Gleisi Hoffmann em relação às definições da política fiscal. Não que não possam existir divergências internas. Mas o governo precisa mostrar unidade, principalmente neste momento de instabilidade política e de tendência de crescimento de conflitos.

Lula passa recibo – O presidente Lula disse, ontem, que não acredita nas projeções de baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Segundo ele, com a volta de investimentos e dependendo da “disposição” do Governo, o País deve ficar acima das previsões de “pessimistas “. “Eu ainda não vou dizer aquilo que eu disse em 2005, que foi motivo de muita chacota por parte da imprensa, quando eu disse “o milagre do crescimento”. Quando a economia brasileira cresceu 5,8% e a imprensa especializada achava que não ia crescer. Eu acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo”, afirmou.

Mil prefeitos – No Brasil desde a última quinta-feira, Jair Bolsonaro deve se reunir, hoje, em Brasília, com o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. O encontro está previsto para acontecer na sede do partido e servirá para que os dois discutam as próximas ações políticas do ex-presidente da República. Auxiliares dizem que Bolsonaro já começou a dar expediente na sede do PL e nas primeiras audiências tem tratado já das eleições municipais do ano que vem. Tem dito que vai percorrer o País, para levar o PL a eleger, no mínimo, mil prefeitos.

Fim do Novo Ensino Médio – O ministro da Educação, Camilo Santana, disse, ontem, no Recife, que “avalia” a possibilidade de suspender o calendário de implementação do Novo Ensino Médio. “Amanhã (hoje) vou estar em Brasília e vou reunir a equipe para avaliar melhor”, afirmou. Ainda de acordo com Santana, a decisão sobre o tema será tomada até o fim das discussões do grupo de trabalho sobre o assunto, instituído por portaria que tem validade de 90 dias.

Debate sobre ensino – A reformulação do Novo Ensino Médio será discutida, hoje, pela Comissão de Educação da Alepe. “Queremos nos aprofundar sobre o NEM e saber as opiniões favoráveis e contrárias ao modelo adotado no Brasil. Vamos ouvir entidades da sociedade civil, a comunidade escolar, os profissionais do magistério, as equipes técnicas dos sistemas de ensino, os estudantes, os pesquisadores e os especialistas do campo da educação para levarmos o que foi discutido na audiência pública para o Ministério da Educação”, diz o deputado Waldemar Borges (PSB), presidente da Comissão.

CURTAS

ESCÂNDALO – Uma auditoria realizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) detectou que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas usaram recursos que deveriam ser destinados ao enfrentamento da pandemia da covid-19. A verba teria sido utilizada para comprar carnes nobres e salgados de coquetel, segundo reportagem da Folha de São Paulo.

COZINHA RAIZ– A partir do próximo dia 7, os restaurantes do Recife, que participam do concurso Comida di Buteco, terão um evento diferenciado. Passou a integrar o Calendário Oficial de Eventos da Capital. Autor do projeto, que já virou lei, o vereador Almir Fernando, da bancada do PCdoB na Câmara, afirma que o concurso é um alento. “Transforma vidas, com o fomento à cultura da cozinha raiz”, diz.

Perguntar não ofende: Raquel vai mesmo privatizar a Compesa?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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