sábado, 18 de março de 2023

Sem apoio, CPI dos atos golpistas deve ser esvaziada

 

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos antidemocráticos deve ser desmontada no Senado Federal, após não conseguir apoio suficiente para a criação do colegiado. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), havia estabelecido um prazo para a comissão, e o período foi encerrado na sexta-feira (17). 

A iniciativa de julgar ações e omissões públicas diante do 8 de janeiro ainda pode ser endossada por um outro pedido de abertura de colegiado circulando no Congresso, com proposta de comissão mista (deputados e senadores). Por enquanto, a tendência é que aliados ao governo retirem suas assinaturas. A informação é do jornal O Globo. 

A reportagem cita alguns dos nomes que assinaram o requerimento meses atrás, mas não devem repetir o apoio no formato exigido por Pacheco. PT, PSB e PDT já orientaram todos os senadores a não apoiarem a comissão. Já PSD e MDB não vão fechar questão sobre o caso, mas a maioria dos parlamentares tende também a não embarcar na iniciativa. 

Entre os parlamentares que assinaram lá atrás e agora não vão mais assinar estão Rogério Carvalho (PT-SE), Jaques Wagner (PT-BA), Paulo Paim (PT-RS), Fabiano Contarato (PT-ES), Humberto Costa (PT-PE), Weverton Rocha (PDT-MA) Leila Barros (PDT-DF), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Flávio Arns (PSB-PR). 

O requerimento restrito a senadores apresentado por Soraya Thronicke (União-MS) foi montado em janeiro, na legislatura passada. Assim, o presidente do Senado solicitou que as assinaturas fossem renovadas para confirmar a instalação do processo. Porém, a iniciativa perdeu fôlego desde então. 

Ainda segundo o veículo, o senador Paulo Paim (PT-RS) reconhece que há uma articulação do governo para esvaziar a CPI. “Todos os senadores do PT não assinarão. É uma decisão tomada e todo mundo sabe que é decisão de governo. Quem é governo não tem interesse em CPI, que é para tirar o foco dos grandes programas que nós estamos anunciando. É dar palco para a oposição”, afirmou. 

A oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado decidiu que não vai fortalecer a CPI de Soraya. Nomes como Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Rogério Marinho (PL-RN) disseram que preferem apoiar a CPMI requerida pelo deputado bolsonarista André Fernandes (PL-CE). A CPMI ainda precisa de uma sessão do Congresso para ser instalada, mas não há previsão da reunião acontecer. 

Fonte: Leia Já. 

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