A deputada estadual Dani Portela (PSOL), em entrevista, nesta sexta-feira (10), à Rádio Folha FM 96,7, afirmou que, para o Estado avançar, o Legislativo e o Executivo não podem “ficar olhando pelo retrovisor”. A líder da oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) se refere aos deputados que recorrem à legislatura passada para apontar erros desta e à governadora Raquel Lyra (PSDB) na relação dela com o PSB, de quem herdou o governo.
“A gente precisa desarmar os palanques. A eleição acabou, a governadora venceu; 16 anos de PSB, não foram reeleitos. E agora, o que vai ser para frente?”, indagou. Para a deputada, é natural que os palanques demorem a ser desarmados depois das eleições, mas precisam. “Se você olha para a trajetória da governadora, ela veio do PSB, tem muito mais proximidade do partido do que eu. Ela tem questões de rusgas com o PSB lá atrás, à época da candidatura a prefeita de Caruaru, que precisou sair do partido, mas ela venceu aquelas eleições, venceu a eleição do governo”, relembrou.
A psolista disse sentir ainda uma insistência de olhar para trás por parte do novo governo. “Claro, ela é um governo que continua de outro. Você não pode construir o presente sem olhar para o passado, mas não pode ficar preso nele. É preciso apontar para onde vai. Encontramos assim, é esse o diagnóstico. Apresente, mas agora o governo mudou. Então, quais são as novas diretrizes? quais são as macropolíticas que determinam para onde esse governo vai?”, indagou.
Dani acredita que esses ajustes devem ser feitos em breve, no entanto nesses dois primeiros meses o cenário ainda é de olhar para trás. “Por que a gente está falando tanto ainda de um decreto de 8 janeiro hoje, porque ainda hoje ele impacta no funcionamento da máquina pública do estado. O deputado João Paulo tem chamado esse decreto de o pecado original da governadora”.
Depois de comparar a transição de Raquel com a do ex-governador Eduardo Campos, que fez um acordo de sucessão de seis meses com integrantes do governo anterior, Dani disse que a governadora Raquel Lyra se precipitou. “O que eu sinto, com essa canetada de Raquel, é um desejo de dizer: 'é outro governo, a gente quer se livrar de absolutamente tudo'. Então, de uma vez só devolve todo mundo e depois toma um susto. Teve que voltar atrás em algumas coisas”, analisou.
A deputado citou alguns casos em que a governadora teve que voltar atrás por consequência do decreto. "Teve que voltar atrás em coisas imediatas como, por exemplo, por não ter matrículas nas escolas porque não tinham gestores, voltou atrás; ficou-se sem emissão de Carteira de Habilitação porque não tinha ninguém para fazer isso no Detran. Até hoje o Detran esta sem direção", lembrou.
Fonte: Blog da Folha de PE.
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