Pernambuco tem tradição de remeter para Brasília, pela livre manifestação popular nas urnas, políticos de envergadura com assento na Câmara dos Deputados. Uns, se revelam bons de tribuna, excelências na oratória, ganham projeção e viram estrelas nacional. No passado, isso se deu no campo da esquerda com Cristina Tavares, Fernando Lyra, Egidio Ferreira Lima, Maurílio Ferreira Lima, Maurício Rands, dentre tantos outros.
Na direita, Marco Maciel, Inocêncio Oliveira, Ricardo Fiúza e Gilson Machado. Há também os que são pródigos e operosos na articulação, têm visão estratégica e se preocupam em usar o peso do seu mandato para levar investimentos para o Estado, sem estar preocupados apenas com as suas bases. É o caso do deputado Fernando Monteiro (PP), que ganhou notabilidade na mídia nacional como presidente da Comissão Especial da Reforma Administrativa.
Sobrinho do ex-ministro José Múcio Monteiro, o mais bem-sucedido ministro de Articulação Política do Governo Lula, Fernando não é dado à disputa frenética e imbecil de grande parte do Congresso pelos holofotes, mas poucos têm prestígio, conhecimento no meio empresarial, especialmente no PIB paulista, quanto ele. E usa para ajudar Pernambuco.
Tiro essas conclusões porque acabei de ler, de um fôlego só, o livro "Lobby Stories", que esmiúça relações de poder, do consultor de empresas Jack Corrêa. São 46 capítulos nos quais cita personagens como Pelé, Maria Bethânia, Roberto Carlos e Chico Xavier, e autoridades dos três poderes em Brasília, algumas ainda protagonistas de decisões em Brasília. Relata fatos curiosos e fascinantes que presenciou além das antessalas de gabinetes importantes de Brasília.
Num deles, o personagem é Fernando Monteiro. Jack destaca o papel preponderante que o deputado teve para Pernambuco viabilizar a nova fábrica do Grupo Aché e um centro de distribuição de medicamentos na Região Metropolitana do Recife, resultando num investimento de mais de R$ 500 milhões, 500 empregos diretos e 2,5 mil indiretos. Até 2020, o Aché – que no ano passado teve receita líquida de R$ 2,4 bilhões – pretende dobrar de tamanho.
E a meta é manter esse ritmo de expansão a cada cinco anos até 2030. “Esse é o investimento da década em expansão industrial”, disse o presidente do laboratório, Paulo Nigro, ressaltando que, somados, os desembolsos em pesquisa e desenvolvimento realizados nos últimos anos superam o valor que será investido em Pernambuco. A maior parte do investimento deve ser financiada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, possivelmente, também pelo Banco do Nordeste.
Bahia de olho – Conforme relato de Jack Corrêa, que conheci no lançamento do livro em Brasília, Fernando Monteiro soube da disposição do Grupo Achê em abrir uma nova fábrica e distribuidora de medicamentos em outra região, expandindo para o Nordeste, e procurou a direção da empresa. Outros Estados, como a Bahia e o Ceará, estavam de olho, mas graças ao deputado, que convenceu o governador Paulo Câmara a entrar na briga pela planta, o Estado ganhou o investimento depois de muitos encontros do governador com o grupo articulados pelo deputado.
Jarbas com Tebet – Sumido do noticiário, o senador Jarbas Vasconcelos, da ala histórica do MDB, apareceu, ontem, nas redes sociais, declarando apoio formal à pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS) à Presidência da República. "É o melhor nome para este momento que o Brasil firme. Fico muito feliz em estar ao seu lado nessa luta", disse. Tebet deve ser lançada, oficialmente, com o apoio do PSDB e Cidadania.
Manifesto terceira via – Um grupo de empresários, economistas, representantes das áreas da educação e urbanismo e artistas indígenas assinaram um manifesto endossando o nome da pré-candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet. No texto, o grupo defende que a senadora representa uma liderança “enérgica e pacificadora”, capaz de “unir o País”. O abaixo-assinado foi publicado na plataforma Change.org quatro dias antes de o ex-governador João Doria (PSDB) desistir de concorrer à indicação da chamada terceira via para a disputa. O número de assinaturas, somente ontem, já alcançou 3,4 mil pessoas.
Torcida gaúcha – O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB-RS) observa como “natural” que seu partido encaminhe a discussão sobre um eventual apoio à senadora e pré-candidata Simone Tebet (MDB). Segundo o gaúcho, o PSDB precisa aprofundar a discussão com o MDB sobre o projeto para as eleições de outubro. No Twitter, Leite afirmou que sua atenção está voltada ao Rio Grande do Sul e reafirmou que a “condução do processo nacional” está a cargo dos dirigentes partidários. “Terão minha parceria para isso, mas não articulo e nem participo das articulações nacionais”, disse.
Paulo escondido – Chamou atenção, ontem, o card pelas redes sociais do evento do pré-candidato da Frente Popular ao Governo do Estado, Danilo Cabral (PSB), em Surubim, sua terra natal, na próxima sexta-feira, com a chamada "Encontro de Danilo com o Agreste Setentrional". Traz apenas a foto dele ao lado de Lula, escondendo, estrategicamente, o governador Paulo Câmara. Tudo a ver, claro, com a estratégia de esconder o campeão em rejeição no País.
CURTAS
CONDENADO – O vereador Aderaldo Pinto, da bancada do PSB na Câmara do Recife, foi condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral por propaganda eleitoral antecipada. Segundo a Justiça Eleitoral, a condenação ocorreu devido a um banner que tinha uma foto do parlamentar, que se apresenta como pré-candidato a deputado estadual, e a mensagem "#2022 vem aí".
SERESTA – O Recife volta a realizar, a partir de amanhã, a edição nacional do Festival Nacional da Seresta. O evento, com shows gratuitos, acontece na Praça do Arsenal, no Bairro do Recife. Entre as atrações, Wanderléa, Joanna, Leonardo Sullivan, Gilliard e Adilson Ramos. A noite de estreia do evento é reservada aos clássicos dos anos 1960 e 1970. A partir das 20h, se apresentam Mozart, "o príncipe da Jovem Guarda do Recife", e a banda The Rossi, que acompanhava Reginaldo Rossi, seguidos de Almir Bezerra, a voz dos Fevers.
Perguntar não ofende: Quando sairão as chapas de Raquel e Miguel?
Fonte:Blog do Magno Martins.
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