segunda-feira, 25 de novembro de 2019

CNM critica proposta que propõe extinção de Municípios em audiência no Senado

25112019 audiencia stranz Ag.SenadoO consultor da Confederação Nacional de Municípios (CNM) Eduardo Stranz participou de uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal e defendeu posicionamento municipalista sobre projetos em tramitação na Casa. A reunião, nesta segunda-feira, 25 de novembro, ouviu especialistas sobre os efeitos na previdência social e na legislação trabalhista causados pelas três propostas de emenda à Constituição apresentadas pelo governo, o chamado Plano Mais Brasil, que são as PECs 186/2019, 187/2019 e 188/2019.
Stranz aproveitou a participação na audiência para destacar entendimento da entidade acerca, em especial, da PEC 188 – que entre outros pontos, propõe a extinção de Municípios com até cinco mil habitantes e cuja soma dos impostos municipais não alcance 10% da receita total. “Apresento aqui alguns dados, e nós cremos que esta não é uma boa proposta para pacto federativo, um Ente sugerir a extinção de outro da República”, avaliou o especialista ao relembrar o antigo da Constituição Federal que proibiu a extinção, o desmembramento e a criação de Municípios.
“São 1.252 Municípios no país que têm até cinco mil habitantes e desses 1.217 não atingem esse patamar de 10%. Mas já destaco que esses mesmos 10% não são atingidos por 4.585 Municípios brasileiros, inclusive capitais. Então não é um problema de Municípios pequenos”, explicou o consultor da CNM. A distribuição de recursos no país foi questionada pelo representante da CNM. “Dos 21% do bolo tributário que fica com os 5.568 Municípios, apenas 3% ficam com esses pequenos que correm o risco de serem extintos. Então, o governo federal não consegue economizar extinguindo esses Municípios”, ponderou.
O especialista alertou que a PEC tem pontos positivos, mas os pontos que podem prejudicar os Municípios são os que estão em mais evidência. “Já estamos elaborando uma série de emendas e a Confederação deve protocolar em breve. Se o problema é a arrecadação própria dos Municípios, então vamos criar mais instrumentos para os Municípios cobrarem seus impostos”, contou Stranz.
Requerimento
A audiência foi solicitada pelo presidente da comissão, o senador Paulo Paim (PT-RS), que avaliou como extremamente negativos os efeitos das propostas. “Cada uma dessas PECs reduz ou acaba com direitos sociais e trabalhistas. A PEC 186, a PEC Emergencial, suspende grande parte das garantias dos servidores públicos, assim como permite a redução de seus salários. A PEC 187, chamada PEC dos Fundos, acaba com a obrigatoriedade da manutenção dos fundos constitucionais, como o de Educação, o da Saúde e todos os outros. E a PEC 188, a PEC do Pacto Federativo, desvincula os gastos sociais obrigatórios. Como vão se criar condições de desenvolvimento se tiramos o mínimo de garantias sociais da população mais necessitada?”, disse o senador.
Além do consultor da entidade, participaram da mesa de debates o representante do Ministério da Economia, Bruno Funchal; assessor jurídico da Secretária Especial da Fazenda, Felipe Aguiar de Barros; Yuri Queiroz, presidente da Publica Central dos Servidores do Distrito Federal; e o procurador do Ministério Público do Trabalho, Márcio Cabral.
Confira a nota da CNM sobre a extinção dos Municípios 
Por Mabilia Souza
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado 

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