As últimas tendências eleitorais, explicitadas nas eleições de 2016 e 2018, bem como os levantamentos internos em diversas cidades neste ano de 2019, indicam um forte viés por figuras políticas novas que se sobressaiam perante a população. Basta dizer que, no segundo turno da capital pernambucana, disputado por João Paulo (ex-PT) e Geraldo Julio (PSB), mais de 100 mil eleitores votaram nulo ou em branco. No mesmo ano, em todo o Brasil, apenas 47% dos prefeitos que buscavam a reeleição obtiveram êxito, além de diversos grupos de parlamentares que não foram reconduzidos ao cargo. A descrença natural do eleitorado quanto à classe política foi deveras impulsionada com o aumento do acesso à informação trazido pelas redes sociais e aplicativos de mensagens nos smartphones e aparelhos tecnológicos dos brasileiros. Assim, cada vez mais há o surgimento de candidatos proporcionais, vinculados a causa específicas de uma parcela do povo, enquanto as candidaturas majoritárias tradicionais frequentemente têm perdido espaço para as novidades do processo eleitoral por mais esdrúxulas que estas possam ser.
Outro aspecto fundamental é a idade dos políticos tradicionais. Dos deputados estaduais hoje ativos na Assembleia Legislativa de Pernambuco, 4 já possuem 65 anos ou mais. Em breve, por mais longevos que sejam, devem passar o bastão para outros que ocupem suas funções com maestria. Aos eleitos, um fenômeno chama à atenção quando o desgaste do capital político de certos atores importantes alcança níveis nunca antes vistos. Políticos de todas as esferas, com curtíssimo tempo de mandato, veem sua aprovação reduzir-se significativamente, muitas vezes antecipando a inviabilização dos políticos perante as urnas. Em Camaragibe, por exemplo, todas as sondagens internas revelam nada menos do que 75% do eleitorado rejeitando a colocação dos nomes mais conhecidos na corrida pela prefeitura. Até onde é possível mapear, cidades como Olinda, Paulista, São Lourenço da Mata, Itamaracá e muitas outras, padecem do mesmo cenário. Principalmente na Região Metropolitana do Recife, onde a influência das redes sociais costuma ser proporcionalmente mais efetiva que em outras áreas, salvo colégios eleitorais muito específicos, o posicionamento com que o político chega até o eleitorado tem sido ponto chave para lograr êxito. Entretanto, muitos articuladores e candidatos continuam atuando no cenário eleitoral com as mesmas estratégias utilizadas em pleitos anteriores, cujas tendências da população eram vorazmente diferentes, o que resulta na divisão de uma parcela dos eleitores cada vez mais reduzida por eles e abrindo-se larga avenida para o aparecimento e consolidação de nomes muito mais novos e ligados a parcelas demográficas muito específicas ou para figuras que tenham uma imagem diferenciada perante as pessoas. Somente o futuro dirá se a política dá uma guinada e muda seu modus operandi, ou se a articulação tornar-se-á perene, mas a demanda do eleitorado tem sido grande e exigente e, enquanto o cavalo selado não passar, até o mais diminuto dos pré-candidatos terá chance. Quem diria que Wilson Witzel (PSC), Carlos Moisés e outros afins seriam eleitos governadores em 2018
Rapidez – Tão logo se espalhou o boato da ida do vice-prefeito de Limoeiro, Marcelo Mota, para o MDB pretendendo a ser candidato majoritário na cidade, o gestor do município, Joãozinho(PSB), tratou de se reunir com o senador Jarbas Vasconcelos(MDB) e o deputado federal Raul Henry(MDB) para garantir o partido em sua base de governo.
Entre a cruz e a espada – Mendonça Filho (DEM) e Daniel Coelho (CID) vivem um dilema: precisam ser candidatos a prefeito em 2020, mas um resultado ruim pode ser extremamente prejudicial à imagem deles. Se não forem candidatos, não aproveitam o recall para 2022.
Aclamado – Após sair de um evento em Ribeirão, o deputado estadual Clovis Paiva (PP) saiu aclamado pelo povo. Ele deve enfrentar o atual prefeito, Marcello Maranhão(PSB), de quem é um ex-aliado. 2020 vai pegar fogo na cidade.
Oficial – Em São Joaquim do Monte, Dr Abrantes (PSB) foi oficializado como candidato à sucessão do prefeito Joãozinho Tenório (PSDB). Abrantes é vice de Joãozinho e deve se beneficiar dos 70% de aprovação da gestão, de acordo com uma pesquisa recente. O grupo político também tem apoio do deputado federal André Ferreira (PSC).
Ventilado – O nome mais ventilado para a sucessão do prefeito de Xexéu, Eudo Magalhães (PSB), é o secretário de administração do município, Ricardo Silva. O secretário teria a missão de preservar o PSB no controle político do município enfrentando o nome da oposição, que tem tudo para ser o vereador Thiago.
De saída – O ex-prefeito de Igarassu, Paulista e Itapissuma, Yves Ribeiro, desfiliou-se oficialmente do PSB esta semana. Ele deve ser candidato a prefeito de Paulista mais uma vez, mas se aproximou do MDB com vistas a 2020. Há boatos de que mesmo fora do ninho socialista, muitos palacianos ainda preferem o nome de Yves para Paulista.
Aposta – Outra aposta do MDB é Pedro Monteiro, atual vice-prefeito de Pombos. Pedro deve ser sacramentado como candidato a prefeito em 2020 na cidade com apoio total dos senadores Fernando Bezerra Coelho e Jarbas Vasconcelos. A aposta faz parte da estratégia do partido de lançar diversas candidaturas majoritárias em todo o estado de Pernambuco.
Dúvida – Marília Arraes (PT) está sendo engordada para valorizar o passe e cobrar um preço alto na retirada em 2020 ou realmente a legenda vai dar oportunidade a ela?
Escrito por Wellington Ribeiro
Fonte :Blog
Ponto de Vista.
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