terça-feira, 2 de maio de 2023

Tarcísio já de olho no Planalto

Nome natural para disputar o Palácio do Planalto em 2026, no campo de oposição a Lula, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu um aumento de 20,7% para o novo salário mínimo, para contrastar com o presidente Lula, que concedeu apenas 8,9%. Na prática, deu apenas R$ 18 a mais, passando de R$ 1.302 para R$ 1.320.

Em São Paulo, o novo mínimo passou para R$ 1.550. Muita gente interpretou como uma sinalização de que Tarcísio, o melhor ministro da era Bolsonaro, já está em plena campanha para enfrentar Lula. Ontem, ele deu uma nova demonstração disso. No momento em que o presidente leva Stédile, o principal líder do MST em sua comitiva para a China, Tarcísio diz que em seu Estado quem invadir terras não ficará impune.

“Vamos proteger a propriedade privada no Estado de São Paulo e não vamos tolerar invasão. Os que invadirem terrenos no Estado de São Paulo terão um só destino: a cadeia”, afirmou. As declarações do governador estão em sintonia com o ambiente no Congresso, que está prestes a instalar uma CPI na Câmara para investigar quem está patrocinando as invasões no País, inclusive a propriedades públicas, como a Embrapa.

As declarações de Tarcísio foram feitas na Agrishow, em Ribeirão Preto, principal feira de tecnologia agrícola do País. Tarcísio chegou na companhia do senador Marcos Pontes (PL) e do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), entre outros membros do governo do Estado. Na abertura do discurso, cumprimentou Bolsonaro, afirmou que agradece ao ex-presidente por “tudo o que fez” por ele enquanto ministro e na eleição para governador. “(Agradeço) por ter aberto portas que ninguém abriria”, afirmou.

Polêmica com Bolsonaro – A ida de Bolsonaro a Agrishow se deu em meio ao atrito instalado entre o governo federal e a feira após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ter afirmado que foi “desconvidado” do evento por conta da presença do ex-presidente no mesmo dia. A Agrishow optou por cancelar a cerimônia de abertura devido às polêmicas. O Banco do Brasil cancelou a palestra que sua presidente, Taciana Medeiros, faria no evento e disse que atuará de “forma comercial” na feira.

Nova derrota? – O pedido de autorização da Assembleia para o Governo do Estado contrair um empréstimo de R$ 3,4 bilhões pode ser, mais uma vez, retirado, hoje, da pauta de discussão e votação na Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, segundo antecipou, ontem, a Folha de Pernambuco. Se isso ocorrer, mais uma derrota da governadora Raquel Lyra (PSDB), que se revela com pouco tato e habilidade na relação com a Casa.

Fora da disputa – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) justificou sua presença na Agrishow, maior feira de agronegócio da América Latina, em Ribeirão Preto, no interior paulista, dizendo que é o “ex” do setor. “Eu sou o ex. Eu sou o ex deles”, disse Bolsonaro aos jornalistas, após circular pela feira ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Fui à Rússia negociar fertilizantes com o (presidente Vladimir) Putin. Você acha que o atual presidente faria isso?”, completou Bolsonaro. Durante a conversa com jornalistas, Bolsonaro disse que não queria falar sobre política eleitoral e afirmou que não será candidato em 2026.

Perda de R$ 1 bilhão – A oposição já apresentou seis emendas, uma delas altera substancialmente o projeto: muda o artigo 1º, reduzindo em cerca de R$ 1 bilhão o valor a ser contratado pelo Governo. Segundo a líder da oposição, Dani Portela (PSOL), para o ano de 2023, o Tesouro Nacional prevê como espaço fiscal o valor de R$ 2,54 bilhões, enquanto o projeto estabelece R$ 3,4 bilhões para crédito junto a instituições financeiras nacionais e internacionais. A proposta limita a autorização “ao valor do espaço fiscal previsto no Programa de Reestruturação e de Ajuste Fiscal ou Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal”.

Governo não reage – Integrante da bancada de oposição na Assembleia, o deputado Luciano Duque (SD), ex-prefeito de Serra Talhada, conseguiu evitar uma manifestação dos fornecedores do Programa Leite de Todos na visita da governadora Raquel Lyra ao município. Articulou um movimento que acabou na elaboração de um documento entregue à tucana, até agora sem resultado. Os fornecedores estão com pagamentos atrasados e o Executivo prometeu resolver, mas sem a menor sinalização.

CURTAS

VAIADO – O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna, foi fortemente vaiado pelos filiados a sindicatos e manifestantes partidários durante o ato de 1º de maio em São Paulo. Juruna agradeceu ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela concessão do espaço para a realização do evento das centrais sindicais no Vale do Anhangabaú. A fala foi respondida pelo público por vaias e gritos de que o espaço é público.

PROTESTO – Integrantes de centrais sindicais de Pernambuco promoveram, ontem, no feriado do Dia do Trabalhador, um protesto para celebrar e homenagear os trabalhadores, assim como refletir sobre a luta deles por direitos e dignidade. O tema da mobilização foi “emprego, direitos, renda e democracia”. A manifestação também foi marcada por discursos de resistência e reivindicações de melhorias trabalhistas.

Perguntar não ofendeGoverno e oposição se entendem hoje para escolha do presidente e relator da CPI de 8 de janeiro?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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