sexta-feira, 26 de maio de 2023

O exemplo do Recife

 

Foto: Rodolfo Loepert

A Constituição Federal promulgada em 1988 diz que os poderes são harmônicos e independentes entre si, garantindo ao executivo, legislativo e judiciário autonomia para atuar da forma como lhe aprouver, mas sugere que o cenário ideal é que possam atuar em sintonia pelo bem da população. Tivemos dois exemplos recentes de desarmonia entre os poderes em que o chefe do executivo foi o maior prejudicado, mas acabou respingando em outros atores. A briga entre a então presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara à época, Eduardo Cunha, culminou no impeachment de Dilma Rousseff e depois na prisão do próprio Cunha. No fim, a desarmonia entre eles acabou prejudicando os dois.

Mais recentemente tivemos o ex-presidente Jair Bolsonaro, que optou pelo confronto com o Supremo Tribunal Federal e acabou sendo o grande prejudicado, ao ser o primeiro presidente da história a disputar a reeleição e não conquistar o segundo mandato. Uma relação minimamente salutar com o STF dificilmente teria reabilitado os direitos políticos de Lula e Bolsonaro poderia ter sido reeleito, uma vez que faltou pouquíssimos votos para sua vitória. Contra outro adversário, talvez ele ainda fosse presidente.

Na capital pernambucana temos um exemplo muito claro em que o poder executivo e o poder legislativo podem funcionar em perfeita sintonia. O prefeito João Campos, que tem excelente relação com o vereador Romerinho Jatobá, presidente da Câmara, em quase três anos de governo nunca sofreu uma derrota no legislativo, e obteve a autorização da Casa de José Mariano para contrair o empréstimo de R$ 2 bilhões, fundamental para alavancar sua gestão. Se tratasse a Câmara com desdém, talvez não conseguisse atingir os avanços que tem conquistado na cidade.

Parceria – João Campos tem em Romerinho um parceiro extraordinário, não só sabe da importância de se relacionar bem com o legislativo como fez questão de convidar o presidente da Câmara para Washington, emitindo um sinal de reverência ao poder legislativo e fortalecendo ainda mais a boa relação que possui a Casa de José Mariano.

Recado – Sem esconder a sua insatisfação com o Palácio do Campo das Princesas, virando um poço de mágoas com o executivo, a deputada estadual Débora Almeida, que trocou o PSB pelo PSDB, fez questão de ir até Petrolina para uma reunião na Codevasf, órgão controlado pelo seu antigo partido. Débora tem prometido fazer um mandato cada vez mais crítico e combativo na Alepe em relação ao governo.

Timing – Parlamentares governistas não só criticaram a decisão do governo de entregar o ProRural ao deputado federal Coronel Meira, que não tem nenhuma identificação com a área, como também o momento da entrega. Eles avaliam que o órgão poderia ser distribuído com integrantes da base governista na Alepe e garantir um maior engajamento dos parlamentares em relação ao governo.

Encontro – A governadora Raquel Lyra reuniu integrantes do governo, dentre eles secretários e cargos comissionados para cobrar uma maior celeridade nas ações do governo com o objetivo de fazer com que as entregas cheguem com mais rapidez na ponta e beneficiem a população.

Inocente quer saber – Débora Almeida fará oposição ao governo na Alepe?

Fonte: Blog do Edmar Lyra.

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