sexta-feira, 14 de abril de 2023

Coragem de mamar em onça

 

Deputado federal de primeiro mandato, uma das boas surpresas reveladas pelas eleições do ano passado, o Coronel Meira (PL) é um homem corajoso. Como militar, já meteu a mão em muitos vespeiros, correu risco e continua sem ter medo de nada. Na chegada ao Congresso, está metendo o dedo numa ferida aberta: o plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) de assassinar políticos e autoridades brasileiras.

Isso tem trazido à superfície um problema que permaneceu nas sombras durante décadas: a ascensão das facções criminosas. Esses grupos lideram as estatísticas de roubo, sequestro, tráfico de drogas e assassinato. Para impedir a ascensão das facções, Meira está tentando instalar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Crime Organizado.

Está à cata do número de senadores e deputados em assinatura à proposta. Até o momento, 31 senadores e 90 deputados se manifestaram favoráveis à medida. “A CPMI deve ser pautada em breve”, disse, ontem, em entrevista a este colunista para a Folha de Pernambuco. “O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, garantiu que vai pautar a CPMI. Precisamos apenas reunir as assinaturas necessárias”, acrescentou.

Investigações dos governos federal e estaduais mostram que as facções fincaram suas raízes em diferentes solos – nos becos, nas vielas e nas quebradas, mas também em mansões e em apartamentos de alto padrão. Há 53 facções atuando nas 27 unidades da Federação. O Ministério Público de São Paulo contabiliza pelo menos 35 mil integrantes no PCC – maior facção criminosa das Américas. Eles se somam aos membros do Comando Vermelho, da Amigo dos Amigos, do Terceiro Comando Puro, do Primeiro Comando de Vitória e do Trem Bala.

Olho da relatoria – “Há provas de que o PCC queria assassinar Sérgio Moro. O senador é um representante do Congresso. Por isso, não concordar com a investigação seria uma prova cabal da ligação do PT com o crime organizado”, diz Meira, acrescentando que o objetivo da CPI é apurar, também, o que aconteceu no Rio Grande do Norte e em Pernambuco. “Nosso desejo é passar a limpo essas histórias. Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis, Carla Zambelli e Deltan Dallagnol apoiam a iniciativa. Mais de 90 deputados federais assinaram a CPMI. Conseguimos essas assinaturas em apenas um mês. Não preciso ser o presidente da comissão. Gostaria que um senador fizesse esse papel, porque pertence à Casa mais importante. Mas não abro mão da relatoria. O delegado Alexandre Ramagem e o deputado Deltan Dallagnol me ajudaram nessa. Minha ideia é ter três relatores”, afirmou.

Risco de virar uma Colômbia – Na opinião do deputado Coronel Meira, sem segurança pública, a vida acaba, quebra a economia e acaba tudo. “Do jeito que está, vamos terminar como a Colômbia. É o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos que está em jogo. As famílias estão sendo destruídas pelas drogas. Não há lugares seguros. No Rio Grande do Sul, a situação é relativamente controlada. No Norte e no Nordeste, entretanto, é mais difícil. Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Piauí e Amazonas enfrentam problemas gravíssimos”, desabafa.

Sanções para redes – O Ministério da Justiça e Segurança Pública publicou portaria com o intuito de prevenir a disseminação de postagens relacionadas a ataques a escolas nas redes sociais. A medida estabelece sanções às plataformas que não seguirem as determinações do Executivo, que podem levar, inclusive, à retirada da rede do ar. Há trechos no documento que ficaram abertos e passíveis de interpretações diversas. Como exemplo, o artigo que determina a remoção de publicações com “conteúdos idênticos ou similares àqueles cuja exclusão tenha sido determinada”, sem especificar os critérios que serão considerados para classificar à similaridade entre postagens.

Twitter, o alvo – Apesar de integrantes do Ministério evitarem dizer em público, incluindo o chefe da pasta, Flávio Dino, o principal alvo da notificação é o Twitter. A rede já recebeu uma série de pedidos de remoção de contas pela pasta. Entretanto, as regras da portaria valem para todas as redes sociais. Dentre as determinações previstas, está a necessidade de as plataformas apresentarem quais medidas já estão tomando, proativamente, para evitar o compartilhamento de conteúdo que possa ser considerado ilícito.

Tony Gel no TCE – Ex-deputado federal e agora secretário-executivo do Ministério da Previdência, Wolney Queiroz, mesmo no campo adversário ao ex-prefeito de Caruaru, Tony Gel, passou a defendê-lo para a vaga da conselheira Teresa Duere no Tribunal de Contas do Estado. “Espero que a Assembleia Legislativa faça justiça à trajetória desse grande pernambucano, que foi prefeito de Caruaru por duas vezes, deputado federal e estadual”, escreveu em suas redes sociais.

CURTAS

VAGA DA ALEPE – A indicação para a vaga aberta de Teresa passa pela Assembleia Legislativa, após análise de currículo e entrevistas com os candidatos. Também estariam no páreo a vice-governadora Priscila Krause e o deputado federal Guilherme Uchoa Júnior, ambos ex-deputados estaduais.

INELEGIBILIDADE – A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retire o sigilo da ação que pede a inelegibilidade do ex-mandatário. A petição foi protocolada ontem. O Ministério Público Eleitoral apresentou, formalmente, na quarta-feira passada, as acusações contra Bolsonaro. Agora, o processo entra na reta final.

Perguntar não ofende: O que Raquel pensa em fazer da Representação do Governo do Estado em Brasília?

Fonte: Blog do Magno Martins.

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