Eleição não se ganha de véspera. Muitas vezes, pode ser perdida até no dia da manifestação democrática do eleitor nas urnas. Lula lidera hoje, mas pode perder, dependendo de qualquer fato preponderante que possa ocorrer. Mas o desenho que está se configurando nas eleições presidenciais tende a levar a uma decisão logo no primeiro turno, seja para Lula ou Bolsonaro.
Por quê? Até o momento, faltando pouco mais de quatro meses para as eleições, a terceira via é letra morta. Sem um candidato capaz de convencer o eleitorado de que nem Lula nem Bolsonaro seriam solução para o Brasil na UTI, a tendência é, no sumiço dos candidatos alternativos, que patinam entre 1% a 5% nas pesquisas, prevalecer o voto útil.
O voto útil é uma opção do eleitor indeciso que não quer perder o seu voto. Instrumento legítimo da democracia, permite, entre duas opções que não satisfazem plenamente, escolher a mais aceitável. A questão é quando deve entrar em cena. O mais saudável para o processo democrático é que seja usado perto da reta final, quando as alternativas se afunilam.
Para muitos especialistas, o que favorece este tipo de comportamento que leva ao voto útil é o sistema político brasileiro, que permite que muitos candidatos surjam nas eleições, sendo que apenas dois tenham realmente chances de vitória. Deste modo, para fazer com que o voto tenha de fato algum tipo de peso no resultado final do pleito, muitos eleitores acabam por optar pelos candidatos que têm chance de vencer.
Com isso, há mais incentivos para que o voto útil seja cada vez mais comum nas eleições brasileiras. Esta semana deve ser consolidada a pré-candidatura da senadora Simone Tebet, do MDB, ao Palácio do Planalto, numa coligação envolvendo MDB, PSDB e Cidadania.
Mas quem garante que prospere? Há tempo também para isso? O PSDB vai passar feito um trator por cima da candidatura de João Doria? A esta altura do campeonato, mesmo que se traduzisse num fenômeno eleitoral, o que não é o caso, nem tempo restaria para Simone ser pelo menos conhecida no restante do Brasil, além do seu Mato Grosso do Sul. A briga pelo Palácio do Planalto, atualmente polarizada entre Lula e Bolsonaro, pode ter apenas um turno.
Sem judicialização - O grupo do ex-governador de São Paulo, João Doria (PSDB), garante que a hipótese de judicializar a candidatura dele ao Planalto está fora do radar. A solução, dizem, tem de ser política. “Vamos dialogar primeiro”, diz Doria. Não está claro como se daria uma solução política. Mas a perda de apoios dentro do PSDB já foi sentida dentre seus aliados mais próximos. A redução das condições para Doria ser candidato a presidente, dessa forma, já está na mesa de discussões. E é considerada uma hipótese crível. Caso isso ocorra, o que não é considerado a hipótese principal, o ex-governador paulista não concorreria a nenhum outro cargo.
Lula sem exclusividade - Em postagem, ontem, neste blog, a jornalista Hylda Cavalcanti apontou que, além de Pernambuco, Lula teria, hoje, palanques duplos em Minas Gerais, Bahia, Paraíba, Maranhão e São Paulo. E com o afunilamento das candidaturas, esse número tende a subir muito mais. Se por um lado, isso soma votos para o petista, por outro representa uma tremenda dor de cabeça, como é o caso de São Paulo, que deseja eleger Fernando Haddad governador, e Pernambuco, Estado que seu candidato oficial é Danilo Cabral, mas Marília corre por fora.
Agenda com Danilo - Lula queria vir a Pernambuco este mês para o primeiro compromisso de campanha com Danilo, mas o casamento com Janja, na última quarta-feira, adiou seus planos. É possível que a agenda seja marcada para a primeira quinzena de junho, com passagens pelo Recife, Garanhuns e Caetés, sua terra natal. A programação se destina a carimbar que Lula, em Pernambuco, só pedirá votos para o pré-candidato da Frente Popular.
Debates - Até o momento, 16 debates entre os candidatos à Presidência da República foram anunciados nas eleições deste ano. Foram marcados nove encontros para o 1º turno e outros sete no 2º turno. Só o jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL terão o debate transmitido exclusivamente pela internet. Todos os outros serão veiculados nas TVs e rádios. O Poder360 apurou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) não quer ir aos debates no 1º turno. Nesse caso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também preferiria não ir, pois seria alvo dos demais. As equipes de campanha, porém, ainda não bateram o martelo sobre a questão.
Aos agourentos - Do deputado Eriberto Medeiros (PP), ao receber a notícia da legalidade da sua reeleição para presidente da Alepe pelo Supremo: “Meus princípios foram os da legalidade. Essa decisão contraria os poucos maus feitores de plantão. Nossa intenção, ao assumir a presidência, é sempre contribuir com o Legislativo, buscando a construção, ao contrário de alguns que só pensam em destruir e atropelar para alcançar seus objetivos”.
CURTAS
Dilúvio - Em Agrestina, no Agreste Setentrional, choveu tanto na última sexta-feira que alguns estudantes precisaram ser retirados de uma unidade de ensino em uma retroescavadeira. Ruas e bairros mais baixos ficaram inundados. Apesar dos estragos, ninguém ficou ferido ou desabrigado.
Longevidade - A moradora mais velha de Fernando de Noronha, Cícera Cândido da Silva, completou 102 anos na sexta-feira passada. Lúcida, caminha, lava roupa, costura, cozinha e não contraiu Covid-19. Cícera Cândido mora em Fernando de Noronha desde a década de 1980. Ela foi para a ilha com o marido, o agricultor Manoel da Luz do Nascimento.
Perguntar não ofende: Quando Raquel e Miguel anunciam seus candidatos a senador e vice?
Fonte:Blog do Magno Martins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário