Ao se despedir, hoje, do gabinete que ocupou por menos de dois meses, o agora prefeito afastado de Arcoverde, Wellington Maciel (MDB), põe fim ao chamado ciclo da traição, instalado pela ex-prefeita Madalena Brito (PSB). Em política, é sabido, só os inimigos não traem. “Vivam os meus inimigos! Eles, ao menos, não podem me trair”.
Esta frase, o ex-prefeito de Arcoverde, Zeca Cavalcanti (PTB), poderia proclamar aos quatro cantos da terra que governou por dois mandatos em relação a quem quer fosse entre os seus mais declarados históricos adversários, com exceção da também ex-prefeita Madalena, que era inimiga, mas fingia amor eterno. Madalena, está na Bíblia, foi a seguidora mais fiel de Jesus Cristo. Ela viu Jesus ser executado e teve o privilégio de assistir o Salvador ressuscitado, nas nuvens.
A Madalena de Arcoverde não tem o mesmo dom nem a mesma piedade da Madalena de Cristo. Ungida candidata em 2012 pela fé cega que Zeca tinha nela como uma das auxiliares de maior destaque, a criatura se voltou contra o criador e o apunhalou pelas costas antes mesmo de tomar posse, eleita que foi pela força, o prestígio e a popularidade de um dos prefeitos mais influentes e realizadores da cidade.
Maria Madalena apoiou generosamente o Ministério de Jesus e foi uma seguidora leal dele. A Madalena, de Arcoverde, parece ignorar a história da outra Madalena e só conjuga o verbo trair. Não aprendeu com a Madalena de Jesus que traição é para os fracos, porque os fortes jamais trocam um verdadeiro amor por uma aventura qualquer. Ainda que a traição agrade, o traidor é sempre odiado. Arcoverde verte ódio a sua Madalena.
A traição, porém, tem caminhos tortuosos e há sempre os que aparecem para bajular. Ao se afastar de Zeca sem nenhum motivo aparente, apenas pela fome de poder, a Madalena, que não é a de Cristo, ganhou um séquito, formado em sua maioria pelos que juravam amor eterno ao ex-prefeito. A política tem dessas coisas.
Empolgado na época pelo seu poder de fogo, apontado como ótimo e bom por mais de 80% da população de Arcoverde, faltou em Zeca, quando escolheu Madalena sucessora, despertar para uma simples realidade, cruel na arte da política, que Roberto Magalhães chama de diabólica: quanto maior a confiança, maior a traição.
Prefeito interino – Caberá ao presidente da Câmara de Arcoverde, Weverton Siqueira, o Siqueirinha (PSB), assinar, hoje, na posse como prefeito interino, o atestado comprobatório do fim do ciclo da trairagem política no município. Por votação unânime dos sete integrantes do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, a eleição do prefeito Wellington Maciel (MDB) foi anulada por abuso de poder econômico, na última sexta-feira. Cabe recurso ao TSE, mas com a publicação do acordão ontem, pelo TRE, Siqueirinha assume até que o TSE se manifeste em liminar ou marque a data da nova eleição.
Auxílio emergencial – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), vai esperar o Governo mandar a proposta de auxílio emergencial logo depois que o Senado aprovar a PEC Emergencial. Esta seria apenas uma sinalização de responsabilidade fiscal, que daria a segurança necessária para o Executivo agir. “O que nós vamos pretender é que, uma vez aprovado no Senado Federal [a PEC Emergencial], já haja por parte do governo uma efetivação do auxílio emergencial considerando que há uma tendência muito clara da Câmara diante da importância disso para o País também aprová-la no tempo que seja adequado”, afirmou.
Revolução – Segundo o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), a gestão de Silva e Luna, o novo presidente da Petrobras, na Itaipu Binacional, foi marcada por “recordes de investimentos, geração de energia, obras de infraestrutura e gestão eficiente e moderna”. “Não tenho dúvidas que ele vai transformar a empresa e revolucionar a gestão da Petrobras assim como ele fez com a Itaipu, no Paraná. Sua gestão foi marcada com recordes de investimentos, geração de energia, obras de infraestrutura e gestão eficiente e moderna”, disse.
Desoneração – A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que autoriza a concessão de uma nova rodada do auxílio emergencial pode abrir uma brecha para o governo conceder a desoneração dos combustíveis sem medidas de compensação, se for decretado o estado de calamidade no futuro. Por enquanto, a minuta da PEC prevê a concessão do auxílio emergencial na forma residual, sem a decretação do Estado de calamidade pública. Artigo da minuta da PEC diz, porém, que as propostas do Congresso e os atos do Poder Executivo que provoquem ampliação de despesas, isenções e renúncia de receitas para o enfrentamento da covid-19 ficam dispensados das limitações legais que existem hoje para fazer esse tipo de medida.
PE na Petrobrás – O novo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, é pernambucano. Nasceu em Barreiros, na Zona da Mata, e fez carreira no Exército em Brasília. Para o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que conhece a trajetória vitoriosa do general, ele fará uma revolução na estatal petrolífera. “Vai transformar e revolucionar a Petrobras”, disse Ratinho, após lamentar pelas redes sociais a saída de Joaquim do comando da Itaipu Binacional. “O Paraná ficou triste com a sua saída de Itaipu”, acrescentou.
CURTAS
RESTRIÇÕES – Duas cidades da Zona da Mata Norte publicaram decretos, ontem, para controlar a circulação de pessoas e evitar a disseminação do novo coronavírus. As prefeituras de Carpina e Tracunhaém proibiram aulas nas escolas, restringiram o funcionamento de bares e restaurantes e limitaram o número de fiéis em igrejas.
POSSE – A posse do deputado João Roma Neto (Republicanos-BA) no Ministério da Cidadania está marcada para amanhã, ao final da tarde, no Palácio do Planalto. Não fossem as restrições impostas pela pandemia, uma delegação de pernambucanos, à frente o ex-governador Joaquim Francisco, com quem Roma trabalhou, estaria lá para prestigiá-lo.
Perguntar não ofende: Quem da Bahia vai bater continência para João Roma em sua posse amanhã?
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