Caminhoneiros de todo o país aderem a greve nesta segunda-feira, 1º de fevereiro. Movimento é organizado por um grupo de associações.
Em entrevista à Jovem Pan, José Roberto Stringasci, presidente da Associação Nacional do Transporte Autônomo do Brasil (ANTB), afirmou que a movimentação articulada para este primeiro dia de fevereiro deve ter adeptos em todos os estados do Brasil.
“Nós temos direito adquirido da gente parar na pista, deixando uma faixa livre, não bloqueando caminhão. Não vamos bloquear caminhão de hospital, caminhão específico de ração, ônibus, carro. Isso aí, ninguém vai abordar esses caminhões”, afirmou.
A associação acredita que 70% da categoria vai parar todas as atividades já na segunda, com crescimento de adeptos ao longo da semana.
“Creio que até a quinta-feira ou sexta tenhamos um pouco mais de um milhão [de adeptos à paralisação]”, afirmou. Stringasci explica que a maior parte da articulação entre os caminhoneiros é feita por meio de aplicativo de mensagens e não há um horário geral para que a paralisação seja iniciada. As regras serão estabelecidas de acordo com as frentes de cada estado. “Está confirmado. O Brasil todo vai parar”, garante.
Por meio das redes sociais, o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, incentivou os caminhoneiros à paralisação afirmando que ela ocorrerá dentro da legalidade e que órgãos responsáveis, assim como o próprio presidente Jair Bolsonaro, já receberam documentos oficializando a parada.
O representante do CNTRC citou o fim do mecanismo de PPI (Preços de Paridade de Importação), que taxa materiais como a gasolina, diesel, querosene de aviação e gás liquefeito de petróleo de acordo com os valores de cotação do dólar, como uma das pautas de interesse coletivo levantadas pela categoria.
“Nossos amigos taxistas, motoristas de aplicativo, nossos agricultores, a dona de casa, todos estão sofrendo”, disse.
Além dela, a categoria pede mudanças no programa “BR do Mar”, um projeto de Lei aprovado pela Câmara dos Deputados há cerca de um mês que, segundo os caminhoneiros, privilegia empresas de fora e prejudica o setor.
“Nossa pauta não é política, não vamos levantar tipo nenhum de bandeira partidária, nós temos nossa pauta que envolve a sociedade também”, disse Plínio, convocando os caminhoneiros para um movimento “ordeiro e pacífico”.
Lideranças que se opõem ao movimento
Apesar da expectativa positiva do CNTRC e da ANTB, outros coletivos se declararam contrários à paralisação da segunda-feira (01/02).
Em entrevista à Jovem Pan na última sexta-feria, 29 de janeiro, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, afirmou que há um “movimento político” por trás da articulação.
“E a categoria não pode participar disso. Nós não podemos levar essa carga, essa carga é muito pesada”, disse.
Do lado patronal, o presidente da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Francisco Pelucio, afirmou que as entidades que convocaram a greve são “pouco conhecidas” e garantiu que se articula para garantir que nenhum caminhão seja interceptado nas rodovias.
“Nós estamos estranhando, inclusive, essa liderança tentando fazer uma greve, mas temos a garantia de algo, da Casa Civil, do Ministério da Infraestrutura que darão segurança para os empresários do transporte de cargas e com isso nós não paramos e não vamos parar”, pontuou Pelucio.
Ainda no sábado, ao sair para andar de moto em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro conversou com jornalistas, pediu mais uma vez que os caminhoneiros não fizessem a paralisação, afirmou que não interfere na Petrobrás e disse que conversou com Paulo Guedes em busca do orçamento de R$ 26 bilhões necessário para zerar o PIS/Confins do diesel.
“Não é eu que vou perder, o Brasil vai perder. Os senhores também vão perder”, lamentou o presidente.
Fonte:Da redação do Portal com informações da Rádio Jovem Pam.
Portal de Prefeitura.
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