A operação deflagrada pela Polícia Federal, ontem, para apurar um suposto esquema de fraude em dados de vacinação de Bolsonaro e familiares, não foi aprovada pela Procuradoria Geral da República. Mesmo assim, o ministro Alexandre de Moraes autorizou. Ao todo, a corporação cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão preventiva, sendo uma no Rio de Janeiro e cinco na capital federal.
Os agentes realizaram buscas e apreensões na casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília. O ex-presidente estava na residência no momento das buscas dos agentes e o celular dele apreendido. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso pela PF. Além dele, outras cinco pessoas foram detidas e 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro.
A Procuradoria Geral da República se posicionou contrariamente. A manifestação, assinada pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu “o indeferimento da medida cautelar de busca e apreensão domiciliar e/ou pessoal em relação ao ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro e à sua esposa, Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro”.
Segundo a PGR, “os elementos de informação incorporados aos autos não servem como indícios minimamente consistentes para vincular o ex-presidente e a sua esposa aos supostos fatos ilícitos descritos na representação da Polícia Federal, quer como coautores quer como partícipes”. Relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Alexandre de Moraes rebateu parte do que expôs à PGR. Disse que a busca na casa de Bolsonaro teria de ser feita por causa “do exposto e do notório posicionamento público de Jair Messias Bolsonaro contra a vacinação”.
Governo comemora – A operação de busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reverberou na esfera política. Congressistas da base e ministros do governo comemoraram a ação e afirmaram que Bolsonaro deve ser responsabilizado. O ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, ironizou a situação e disse parecer filme de criminoso internacional. Sem provas, deu como certo que Bolsonaro falsificou dados de vacinação nos sistemas do Ministério da Saúde para conseguir viajar aos Estados Unidos.
Oposição defende – Pelas redes sociais, bolsonaristas disseram sentir “saudade” de quando a PF deflagrava operações contra políticos e empresários envolvidos em crimes de corrupção. O deputado federal André Fernandes (PL-CE), investigado no inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal sobre os atos extremistas do 8 de janeiro, endossou o apoio a Bolsonaro. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que “ficará provado que Bolsonaro não cometeu ilegalidades”. Segundo ele, o ex-presidente é uma pessoa “correta, íntegra, que melhorou o País e procurava sempre seguir a lei”.
Entenda o caso – Investigado pelo caso das joias da Arábia Saudita, por suposto envolvimento nos ataques do 8 de janeiro e respondendo a ações na Justiça Eleitoral que podem torná-lo inelegível, além de outros processos na 1ª Instância, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) virou alvo de um novo inquérito em investigação que apura a inserção de dados falsos nos cartões de vacinação contra a covid-19 homologados nos sistemas do Ministério da Saúde. O caso faz parte do inquérito das milícias digitais que corre no STF sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. Apura se o ex-presidente adulterou seu cartão de vacinação e da filha Laura, de 12 anos, antes de embarcarem para os Estados Unidos, no final de dezembro de 2022. Os EUA exigiam o comprovante de imunização contra a covid para a entrada no país, mas Bolsonaro diz nunca ter se vacinado.
Está só começando – Finalmente, a governadora Raquel Lyra (PSDB) respirou aliviada, ontem, com a aprovação de autorização da Assembleia Legislativa para contrair um empréstimo de R$ 3,4 bilhões. Dos 49 parlamentares, 35 votaram a favor, 14 se ausentaram e o deputado Alberto Feitosa (PL) se ausentou por estar em tratamento de saúde. A batalha da tucana está apenas começando. Ela terá que se articular bastante em Brasília para aprovar a autorização do Senado, o que não será um caminho fácil nem muito menos rápido.
O recado de Porto – Do presidente da Assembleia Legislativa, Álvaro Porto (PSDB), ao final da aprovação, ontem, pelo plenário da Casa, do pedido de autorização de um empréstimo de R$ 3,4 bilhões, pelo Governo do Estado: “Importante salientar que a votação foi mais um episódio a reforçar a unidade construída e vivida pela Alepe. Também é imprescindível reafirmar que a Casa entende que o compromisso com Pernambuco é bandeira comum entre todos os 49 deputados”.
CURTAS
DEPOIMENTO – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) colha o depoimento dos profissionais de saúde que, de acordo com dados falsos inseridos em sistema do Ministério da Saúde, teriam vacinado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
QUEM É QUEM – Na decisão, o ministro determinou que a PF faça oitivas com os profissionais Diego da Silva Pires e Silvana de Oliveira Pereira em até cinco dias. Diego teria aplicado uma dose da vacina Pfizer contra a Covid-19 no ex-presidente. A aplicação, segundo os dados, ocorreu em agosto de 2022, em Duque de Caxias (RJ).
Perguntar não ofende: Bolsonaro será preso?
Fonte: Blog do Magno Martins.
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