sábado, 7 de janeiro de 2023

O teste de fogo de Raquel

 

Os deputados estaduais saíram do encontro, ontem, com a governadora Raquel Lyra (PSDB) afirmando que assimilaram em parte a proposta de reforma administrativa da tucana. O projeto foi encaminhado ontem mesmo e começa a ser discutido nas comissões temáticas da Assembleia Legislativa na segunda-feira.

Dos 49 deputados que compõem a Casa, apenas 22 estavam presentes. Os três que representam Caruaru, terra da governadora – Zé Queiroz (PDT), Tony Gel (MDB) e Erik Lessa (PP) – nenhum deu o ar da graça. No dia anterior, entretanto, Gel participou do primeiro encontro na condição de presidente de uma comissão temática.

Autor da proposta de uma autoconvocação da Alepe para discutir o decreto “Vassourada”, que pôs na rua 2,7 mil servidores, o deputado João Paulo (PT) afirmou que se deu por satisfeito, não irá insistir mais no chamamento dos parlamentares, mas ressaltou que só tomará uma decisão pelo seu voto após a discussão nas comissões e quanto tiver a certeza de que as mudanças são necessárias.

“Vou me debruçar mais quando o projeto chegar à Assembleia Legislativa e, a partir daí, me posicionar em função das coisas que, no meu entendimento, melhorem as condições de gestão e administração do Estado”, esclareceu. Presidente do Legislativo, o deputado Eriberto Medeiros (PP) também não foi muito claro quanto ao seu voto.

“Todo Governo que se inicia faz seus ajustes, leva algumas prioridades da sua gestão e, diante disso, se faz necessário algumas reformas, alguns ajustes na administração pública. Isso foi colocado de imediato, os deputados, a princípio, não demonstraram nenhuma rejeição ao que foi apresentado, porém terão tempo necessário para o tema ser debatido”, afirmou.

Os deputados vão apreciar também o decreto “Vassourada” e a indicação de Thatiane Figueirôa para gerenciar a ilha de Fernando de Noronha. Para aprovar tudo, o Governo precisa de 25 votos, a maioria dos 49 que integram a Casa. Alguns parlamentares ouvidos não quiseram antecipar o voto, outros se manifestaram contrários, como Romero Albuquerque (UB) e Alberto Feitosa. Maior bancada na Casa, com 13 deputados, o PSB está dividido, porque na campanha de segundo turno quatro apoiaram a governadora.  

Rádio corredor – Como a governadora terá maioria para aprovar a reforma e a indicação para Noronha se não compartilha o seu Governo com os deputados que estiveram em seu palanque? Esta é a pergunta mais ouvida nos corredores da Assembleia Legislativa desde que se formou o rosto da gestão tucana com a presença de apenas um político, o ex-deputado Daniel Coelho, mesmo assim com os braços atados. Foi escolhido secretário de Turismo, mas sem poder indicar o presidente da Empetur.

Aprovou, mas não indicou – A senadora Teresa Leitão (PT) negou que seja a madrinha política da nova presidente da Fundação Joaquim Nabuco, a professora Márcia Ângela, que substitui o advogado Antônio Campos. “A indicação dela foi fruto de um rico debate na Fundaj, tendo o nome proposto acolhido pelo PT. Ela está preparada para a função”, afirmou, tão logo este blog deu a informação que a indicação foi da senadora.

Diálogo e pontes – Ao se despedir, ontem, da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos assim se expressou: “Valorizamos o diálogo, dentro e fora da instituição. Diálogo especialmente importante quanto mais difíceis e desafiadores foram estes tempos. Tempos de turbulência política, de pandemia, de crises as mais diversas, nacionais e internacionais. Por isso, e como tem sido durante toda a nossa vida pública, de escritor e de gestor cultural, tratamos de construir pontes, não muros; redes e parcerias, extrapolando as fronteiras da região e até do País”.

PSB vai aceitar o senador da cueca? – O senador Chico Rodrigues, de Roraima, está negociando uma filiação ao PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin. Ele quer sair do União Brasil, partido em que não tem boa relação com o presidente, Luciano Bivar. Ex-vice-líder de Jair Bolsonaro no Senado, Rodrigues ficou um tempo afastado do Senado depois de uma operação em que foi pego com dinheiro na cueca, em 2020. Um inquérito contra ele se arrasta na Polícia Federal desde então.

Racismo repugnante – O jornalista Pedro Lins, apresentador do NE1, da TV Globo em Pernambuco, foi vítima de racismo em uma loja do Shopping Recife, na última quarta-feira, segundo relatou ao portal G1, da emissora. Contou que entrou em uma loja para comprar um presente para uma amiga e que a vendedora perguntou se ele era entregador de aplicativo. Ele também relatou o caso em suas redes sociais. Pedro afirmou não haver problema em ser confundido com um entregador de aplicativo, mas observou que a comparação faz parte de uma situação de racismo estrutural.

CURTAS

FEZ A QUEIXA – O apresentador da TV-Globo não quis revelar o nome da loja no Shopping Recife, onde foi vítima de racismo, mas disse que comunicou à direção e que espera que os vendedores passem por treinamentos para que isso não volte a acontecer.

FUNASE – A governadora Raquel Lyra (PSDB) nomeou Nadja Maria Alencar Vidal Pires para exercer o cargo em comissão de Diretora Presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo – FUNASE. A decisão possui efeito retroativo a 01 de janeiro.

Perguntar não ofende: Como vai se comportar o bloco de oposição na Alepe diante da reforma administrativa?     

Fonte: Blog do Magno Martins.

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