Nem o mais entusiasta defensor do PSB ou do PT poderia imaginar o desfecho que a disputa pela prefeitura do Recife atingiu com a definição das candidaturas de Mendonça Filho e Alberto Feitosa e a saída de Daniel Coelho, que foi adversário dos dois partidos em 2012 e 2016 com expressivas votações.
Ao todo, a oposição à direita terá nada menos que seis candidaturas: Carlos Andrade Lima (PSL), Coronel Alberto Feitosa (PSC), Charbel Maroun (Novo), Delegada Patrícia Domingos (Podemos), Marco Aurélio (PRTB) e Mendonça Filho (DEM). Com seis postulações na oposição à direita, fica difícil imaginar que um desses nomes possa quebrar a polarização entre João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), já identificada em pesquisas realizadas.
O eleitorado bolsonarista que poderia ser um ativo importante para a oposição perdeu força neste contexto, pois ele se dividirá entre seis nomes que de alguma maneira possuem alguma identificação com as pautas do presidente. Se dividida entre Mendonça, Daniel e Patrícia a oposição já corria riscos de não chegar ao segundo turno, agora com a entrada de Feitosa e Andrade Lima o cenário é ainda mais difícil.
O fato é que o PSB, que não tem nada a ver com a confusão da oposição, fez seu dever de casa e chega com boas perspectivas para tentar eleger o sucessor de Geraldo Júlio em novembro, e o comando do Recife caminha a passos largos para ficar entre dois herdeiros de Miguel Arraes.
Sem tropa – Para um observador político da oposição, Mendonça Filho virou um general sem tropa. Ganhou quatro partidos que lhe darão o segundo maior tempo de televisão, mas que não montaram chapas proporcionais para eleger sequer um vereador. Portanto, ele não terá exército para pedir votos nas ruas e nas comunidades.
Sem reciprocidade – O deputado estadual Marco Aurélio nunca escondeu o desejo de ser candidato a prefeito do Recife, seguiu no palanque da oposição em 2018 e defendeu o presidente Jair Bolsonaro, porém não contou com a reciprocidade dos Coelhos, que preferiram apoiar outro candidato.
Lucro – Se teve alguém que saiu lucrando com o desfecho da oposição foi o deputado estadual Alberto Feitosa. Ele será oficializado pelo PSC como candidato a prefeito no dia 14 depois de ter sua candidatura posta em dúvida por diversos colegas da política.
Prazos – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Roberto Barroso, ressaltou a necessidade dos partidos não deixarem para a última hora a apresentação dos registros de candidatura, cuja data-limite é 26 de setembro. Após a convenção e o envio da ata, os partidos já podem encaminhar o registro dos candidatos à Justiça Eleitoral. O prazo para as convenções acaba em 16 de setembro.
Live – O nosso convidado desta terça-feira é o cientista político Vitor Diniz. Na live iremos debater o cenário político e eleitoral com a pandemia da Covid-19 e o desfecho do quadro da oposição no Recife. Será em nosso Instagram, @edmarlyra, a partir das 19:30 horas.
Inocente quer saber – João Campos pode ganhar a eleição no primeiro turno?
Fonte : Blog Edmar Lyra.
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