Passadas as convenções e formalizadas as candidaturas que concorrerão à Prefeitura do Recife, não demorou muito para que o prefeiturável do Democratas, Mendonça Filho, provocasse o PSB e para que deputados socialistas reagissem. Mendonça, então, seguiu disparando: “Quero debater o Recife com João Campos, e não com um de seus tutores”. Resultado: também não precisou de muita insistência para que o herdeiro de Eduardo Campos aceitasse o "convite". Houve quem, nos bastidores, estranhasse a reação do socialista e também quem achasse que João estava "engolindo corda". Mas não foi por acaso que João Campos comprou a briga.
O movimento faz parte de uma estratégia do PSB, baseada no seguinte entendimento: "Mendonça é o candidato que, se vier, você bate mais fácil". Leia-se: num eventual segundo turno, Mendonça Filho seria, hoje, o adversário ideal aos olhos do PSB. Então, polarizar com o democrata faz parte de um cálculo. Pesquisa Ipespe/Folha de Pernambuco, divulgada nesta sexta-feira, em simulação de 2º turno, testa o cenário em que João Campos (44%) enfrenta Mendonça Filho (31%) e, das hipóteses testadas, essa é a única em que o socialista vence. No enfrentamento com a delegada Patrícia Domingos (38%), João Campos (38%) teria percentual de votos igual ao dela. A amostra também simula Mendonça (27%) num embate com Marília Arraes (52%) e averigua ainda o cenário em que a delegada Patrícia Domingos (43%) disputaria com Mendonça (29%). Um deputado que acompanha atento às movimentações diz que Mendonça é o "chamado cliente que todo mundo quer ter". Na esteira, a rejeição elevada do ex-ministro, de 57% segundo a pesquisa Ipespe, também não passa batida aos adversários. Em outras palavras, não é por acaso que a campanha do PSB vem jogando "isca" para o democrata há algum tempo. Antes mesmo de as candidaturas serem formalizadas, o jogo já estava sendo jogado no sentido de trazer Mendonça para o páreo.
Numa cajadada só
Quando parlamentares socialistas iniciaram uma série de provocações a Mendonça Filho no sentido de puxá-lo para a disputa, ainda estava de pé a possibilidade de Daniel Coelho concorrer à prefeitura. Essa hipótese terminou inviabilizada após o PSL, que havia hipotecado apoio a ele, lançar candidatura própria, de Carlos Andrade Lima.
Boliche > O projeto próprio do PSL atrapalhou os planos de Daniel de ter tempo de televisão significativo e, naturalmente, representou o fim da candidatura majoritária de Daniel. Para socialistas, a saída de Daniel do páreo foi vista como um "strike".
Motivo > Provocado por Mendonça, João devolveu chamando o democrata de "eterno candidato", falou em "frustradas tentativas que ele tem feito em eleições" e grifou que Mendonça foi "ministro de Temer" e que "passa a sensação de que não amadureceu".
Detalhe > Os deputados Tadeu Alencar e Isaltino Nascimento já haviam construído o apoio a Cristiane Moneta, quando o diretório estadual do PSB determinou a destituição do diretório municipal em Abreu e Lima. À coluna, Tadeu pontua: "Se, lá atrás, tivesse havido uma sinalização, mas não houve. Não estou fazendo manifestação contra o partido. Apenas disse que não trabalharia para tirar a candidatura dela por me sentir impedido”. Tadeu alega lealdade.
Bombeiro > Túlio Gadêlha integra a Comissão Externa destinada a acompanhar e promover estratégia nacional para enfrentar as queimadas em biomas brasileiros, criada pela Câmara Federal. Os incêndios no Pantanal provocaram a devastação de mais de 20% daquele ecossistema. Na Amazônia, cenário é de destruição.
Fonte :Blog da Folha de PE.
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