O último lixão em atividade na Região Metropolitana do Recife, localizado no bairro de Céu Azul, em Camaragibe, está com seus dias contados para encerramento. Apesar das dificuldades financeiras enfrentadas pela administração pública, bem como a luta diária travada no enfrentamento da pandemia da COVID-19, a gestão municipal definiu a data para encerramento das atividades do local: 1º de outubro deste ano.
O fechamento do lixão de Céu Azul sempre esteve no foco das ações essenciais para o município e, desde a chegada da atual gestão, ainda no ano passado, tratativas junto aos órgãos controladores e fiscalizadores, CPRH e Governo do Estado têm acontecido sempre no intuito de viabilizar o encerramento das atividades deste lixão pela importância social, ambiental e jurídica inerente a ele.
“O fechamento do lixão é extremamente importante para Camaragibe. Nós somos o único município da Região Metropolitana do Recife com lixão ainda não desativado, descumprindo a Lei do Resíduo Sólido e desobedecendo ao prazo estabelecido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para fechamento (encerrado em 2014). São 12,47 hectares de área ocupados por resíduos que prejudicam o solo, o meio ambiente como um todo e a saúde dos catadores e pessoas que moram nas casas do entorno. A dificuldade financeira foi grande, mas enfim conseguimos dar este importante passo para a regularização da cidade”, disse a secretária de Infraestrutura e Serviços Públicos, Eryka Luna.
Ainda de acordo com Eryka, o município chegou a acumular multas ambientais, expedidas pela CPRH, por ter o lixão ainda em funcionamento, acarretando ainda mais despesa para o município. “Existia multa até de R$100 mil. Precisávamos realmente dar um basta nesta situação”, declarou.
A partir da data de fechamento, as 190 toneladas de lixo produzidas por dia pela população do município de Camaragibe serão destinadas à Central de Tratamento de Resíduos (CTR) de Igarassu, que venceu a licitação aberta neste ano. Para viabilização da utilização deste CTR, foi necessário o município realizar um projeto técnico para uma estação de transbordo, na qual os caminhões pequenos da cidade passam seus volumes às carretas e as mesmas levam os resíduos ao CTR – já que a Central encontra-se a certa distância de Camaragibe.
Catadores – Além da irregularidade funcional do lixão, no local há hoje cerca de 90 catadores e junto a eles, crianças, que se submetem a insalubridade do local para trabalhar. Por isso, a gestão da cidade vem realizando ações para capacitação, orientação e cadastramento dos catadores, a fim de conduzi-los a uma nova realidade. “Uma boa parte desses catadores, que entendem a necessidade do fechamento do lixão e querem novas oportunidades de trabalho, nós iremos trazer para que trabalhem na limpeza urbana do município; outros, dependendo da escolaridade, estamos buscando oportunidades de estágio, emprego. Os que ainda estão resistentes, o comitê gestor da prefeitura, criado para conduzir a parte social do fechamento do lixão, já está trabalhando junto com eles na conscientização, capacitação e orientação”, explicou o secretário de desenvolvimento econômico, Maurivan Tenório.
Linha do tempo – O Lixão de Céu Azul recebe desde 1991 todo lixo produzido pela cidade, seja domiciliar, volumosos (entulhos) ou resíduos de podação. Em 2006, ele chegou a ser transformado em aterro controlado e os catadores que ali trabalhavam foram retirados do local. Entretanto, em 2007 a operação foi interrompida e o, até então aterro, voltou a ser operado como lixão. No ano de 2013, os catadores retornaram ao local e, mesmo após retomado a cobertura do lixão com material inerte em 2017, o espaço seguiu funcionando indevidamente até os dias de hoje.
Fonte :Portal das Prefeituras.
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