Com agenda marcada para Pernambuco na próxima quinta-feira, quando cumprirá uma agenda hídrica, inaugurando a Adutora do Pajeú, com uma visita pelo meio ao Ramal do Agreste, o presidente Bolsonaro mandou um recado, ontem, pelas redes sociais, aos que estão forçando a barra na identificação das suas candidaturas com o Palácio do Planalto. Afirmou que não deem crédito a quem aparecer em campanha informando que tem o seu apoio.
Com isso, o presidente quer dar um basta aos que insistem em explorar a sua imagem, principalmente agora quando sua popularidade volta aos patamares anteriores de popularidade, na campanha para prefeito, principalmente nas capitais. No caso do Recife, dois candidatos querem e trabalham o tempo todo pelo apoio do presidente: Alberto Feitosa, do PSC, e Marco Aurélio, do PRTB. Mendonça Filho, do DEM, trabalha também o eleitorado de centro direita.
É esse segmento que deu a Bolsonaro 44% das intenções de voto no Recife na eleição presidencial de primeiro turno em 2018 e 48% no segundo turno. Impossível imaginar que alguém que votou em Bolsonaro, considerado na época como um candidato conservador e de direita, possa votar num candidato de esquerda no Recife, que seriam as opções Marília Arraes, do PT, e João Campos, do PSB.
Bolsonaro decidiu, não se sabe lá por quais razões, ficar de fora da disputa municipal em primeiro turno. Há quem admita que esse envolvimento só venha a se dar de fato no segundo turno nas capitais. Um dos fatores que teriam convencido o presidente a não se comprometer com candidatos em primeiro estaria relacionado ao fato de não estar filiado a partido algum, tendo recentemente deixado o barco do PSL, por desentendimento com o presidente nacional da legenda, Luciano Bivar.
Era de se esperar que Bolsonaro abrisse uma exceção para o Rio, sua principal base eleitoral, por onde conquistou todos os seus mandatos de deputado federal antes de virar presidente da República. Mas o tempo está mostrando, na prática, que não haverá exceção e que qualquer carimbo de Bolsonaro com as urnas municipais se dará apenas no segundo turno.
Adutora – Pela programação inicial, a aeronave do presidente pousará em Campina Grande. De lá, Bolsonaro segue de helicóptero para a estação de bombeamento da bacia do projeto de Transposição em Sertânia, de onde seguirá a água para a Adutora do Pajeú, região formada por 17 municípios, entre eles Afogados da Ingazeira, sede da Diocese Católica. A adutora deu uma alavancada no abastecimento de água de vários municípios. São José do Egito, berço da poesia e do repente nordestino, saiu do colapso de abastecimento de água depois da instalação da adutora.
Ramal do Agreste – Está na agenda do presidente, também, uma vistoria às obras do Ramal do Agreste, projeto orçado em mais de R$ 1 bilhão, que levará água para mais de 60 municípios pernambucanos entre o Agreste e Sertão, atingindo, inclusive, Caruaru, que sofre hoje colapso em seu abastecimento. Os efeitos do Ramal também serão sentidos no polo de confecções do Agreste, cujo coração é Santa Cruz do Capibaribe, onde o apresentador Ratinho, do SBT, está abrindo um shopping popular orçado em mais de R$ 30 milhões.
Protesto – Um ato com cruzes, caixões e carteiras escolares aconteceu na manhã de ontem, no Pátio da Basílica de Nossa Senhora do Carmo, na Avenida Dantas Barreto, no Centro do Recife. A ação foi realizada em protesto contra o decreto que determina a volta às aulas presenciais no Estado, a partir de 6 de outubro, para alunos do 3º ano do ensino médio. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Professores da Rede Municipal do Recife (Simpere). De acordo com participantes do ato, a retomada das atividades coloca em risco a saúde de alunos, parentes e professores. Em Pernambuco, os estudantes estão com as aulas presenciais suspensas desde março, como medida de prevenção à pandemia do novo coronavírus.
Emergência – Em Pernambuco, 114 dos 184 municípios estão em situação de emergência devido à estiagem prolongada. O decreto, válido por 180 dias, determina que as localidades afetadas pela falta de chuva recebam recursos e auxílios para lidar com o problema. Em 11 de setembro, foi publicado no Diário Oficial do Estado o decreto de situação de emergência para 55 municípios pernambucanos. Posteriormente, no dia 19 do mesmo mês, essa lista aumentou, com a inclusão de outras 59 cidades. Segundo o secretário-executivo da Defesa Civil, coronel Lamartine Barbosa, os valores destinados para cada cidade variam de acordo com o planejamento e a necessidade do local.
CURTAS
REDE BOLSONARISTA – Investigado em dois inquéritos do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre propagação de notícias falsas e financiamento de atos antidemocráticos, o empresário Otávio Fakhoury, apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, quer montar uma rede de comunicação conservadora de direita no Brasil. O projeto inclui o controle sobre emissoras de rádio e uma rede de TV. "Tenho em papel ainda o projeto de estação de rádio e de rede de televisão que é algo que eu não tinha estudado, mas me foi oferecida uma participação. Não foi adiante, mas sei que existem interessados. Está no meu radar", disse ele.
APOIO DO BNDES – O projeto, segundo Fakhoury, alia suas posições políticas pessoais e interesses empresariais. Para ele, o Brasil não tem hoje um veículo de comunicação de direita fora da mídia alternativa. "O mercado hoje não tem isso. É vantajoso porque não vejo no mercado hoje uma rede de rádio ou televisão com viés de direita. Se algum anunciante quiser, não tem", afirmou. Para viabilizar o projeto, Fakhoury conta com parcerias de empresários amigos e diz que, se necessário, vai buscar financiamento no sistema bancário, inclusive o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), controlado por Bolsonaro.
Perguntar não ofende: E o projeto Renda Brasil foi para as cucuias?
Fonte : Blog do Magno Martins.
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