Apesar de termos ao menos três legendas com potenciais candidatos a prefeito do Recife nas eleições do próximo ano, PSB de João Campos, que tentará a reeleição, o PSDB da governadora Raquel Lyra, que poderá lançar uma candidatura própria e o PL de André Ferreira, que poderá ser candidato, ao menos quatro partidos terão papel estratégico nas eleições de 2024 no Recife pelo seu tamanho e por não terem candidaturas naturais.
Ex-aliado de João Campos e do PSB por muitos anos, o PP do deputado federal Eduardo da Fonte poderá ter uma candidatura própria ou apoiar um candidato da preferência da governadora Raquel Lyra. O MDB e o União Brasil, aliados da governadora e do prefeito, terão que fazer uma escolha com vistas a 2024, pois não conseguirão agradar a dois senhores.
Por fim, o PT possui uma condição estratégica na disputa do próximo ano, pois se tiver candidatura própria fragmenta mais uma vez o campo da esquerda e pode obrigar a realização de um segundo turno, que não necessariamente repetiria o cenário de 2020, quando enfrentou o PSB na segunda etapa, ou apoiar João Campos e garantir um robusto tempo de televisão.
O fato é que João Campos teria hoje formalmente o apoio de PSB, PSD, PDT e Republicanos, o que exigiria a presença da federação liderada pelo PT na coligação para lhe garantir um bom tempo de televisão, MDB e União Brasil também seriam extremamente importantes na construção do projeto, mas certamente teriam que fazer escolhas e abrir mão do espaço que conquistaram no governo estadual.
Já o campo da oposição liderado pela governadora Raquel Lyra teria um conjunto de PSDB e Cidadania, PL, PP e Podemos que poderiam marchar juntos em torno do nome apresentado pela chefe do Palácio do Campo das Princesas, ou se fragmentar em duas candidaturas. As duas estruturas de poder poderão garantir uma intensa queda de braços pelo apoio destes partidos, uma vez que o cenário de 2024 na capital pernambucana após a abertura das urnas terá papel determinante para delinear o cenário de 2026. Uma reeleição de João Campos com expressiva votação o coloca na condição de forte adversário de Raquel na disputa pelo governo de Pernambuco, e uma eventual derrota do socialista na busca pela reeleição deixaria a governadora voando em céu de brigadeiro nas eleições de 2026.
Estratégico – O senador Humberto Costa também ganha uma condição estratégica na construção do cenário de 2024 e de 2026. Se ele viabilizar a aliança entre PT e PSB no Recife, será automaticamente majoritário em 2026, podendo disputar a reeleição na chapa de João Campos ou ser o candidato ao governo de Pernambuco com o apoio de toda a Frente Popular.
Sem adversários – Marcada para o próximo dia 16, a eleição para a vaga do conselheiro aposentado do TCE, Carlos Porto, não terá bate-chapa. Apenas o advogado Eduardo Lyra Porto se inscreveu para a vaga e deverá ser escolhido com uma margem significativa dos votos para a corte de contas do estado.
Impasse – A federação entre PSOL e Rede Sustentabilidade poderá ter seu primeiro teste de fogo no Recife. A deputada estadual Dani Portela e o deputado federal Túlio Gadelha querem disputar o comando da capital pernambucana, mas apenas um poderá ser candidato. O PSOL se aproximou mais do PSB de João Campos, enquanto a Rede Sustentabilidade está mais próxima de Raquel Lyra.
Prestigiado – O almoço-palestra do Grupo de Executivos do Recife, com a presença do secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e da secretária de Defesa Social de Pernambuco, Carla Patrícia, reuniu diversas personalidades do mundo jurídico e político do estado.
Inocente quer saber – Por onde anda o ex-candidato a governador do PSB, Danilo Cabral?
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