quinta-feira, 18 de maio de 2023

Briga por 2ª vaga no TCE inclui partilha de votos e ajuda financeira para eleições

 

TCE/Divulgação
Teresa Duere, única mulher no TCE, na sua despedida - FOTO: TCE/Divulgação

Empossado o advogado Eduardo Porto na vaga do conselheiro Carlos Porto, sem disputa, por unanimidade, acirra-se a disputa pela segunda vaga no TCE, aberta com a antecipação da aposentadoria da conselheira Teresa Duere. A eleição deve ocorrer na semana que vem, com votação secreta, favorecendo as negociações políticas. Raquel Lyra desejava indicar uma aliada mulher, mas a deputada desistiu, como esperado, por falta de força política.

De acordo com informações de bastidores, a disputa tem como pano de fundo a divisão de votos dos deputados candidatos, em futuras eleições, além da oferta de recursos financeiros para ajuda nas eleições vindouras. Os nomes mais fortes citados são o deputado Rodrigo Novaes (PSB), aliado do presidente da Alepe, Álvaro Porto, e Joaqum Lyra (PV), aliado do ex-primeiro secretário da Casa e hoje deputado federal Clodoaldo Magalhães.

De acordo com essas informações extra-oficiais, Joaquim Lyra teria estabelecido alguma vantagem por prometer a divisão de 50 mil votos para os integrantes da mesa diretora, além de R$ 15 milhões para campanhas. Rodrigo Novaes teria ofertado apenas 30 mil votos para partilha.

"Aqui está pegando fogo a disputa pela vaga no TCE, com clima de guerra psicológica. Até segunda-feira muitas águas vão rolar debaixo da ponte. O Diário Oficial deve estar movimentado esses dias. Essa eleição vai mostrar a fragilidade ou a tentativa de demostrar força de Raquel. Débora não queria ser candidata. Raquel pediu, jogou ela aos leões e não apoiou. Agora tenta reverter uma evebtual derrota com Joaquim Lyra, mas pode sofrer com a volta daquele sentimento: é Raquel contra a casa", afirma uma fonte do blog de Jamildo.

"Túlio (secretário da Casa Civil) está chamando individualmente os deputados. Vamos ver se agora são preenchidas as vacâncias e terceirizados. É o que circula. O que ela (Raquel Lyra) disse que não faria. A oferta do Palácio é 20 cargos terceirizados"

A jogada do grupo de Lira é simples. Ele precisa abrir espaço para um irmão que será lançado deputado estadual nas próximas eleições, depois que o grupo político de Vitória de Santo Antão já elegeu Iza Arruda para deputada federal.

Informações de corredores

Outro parlamentar da base informa que os deputados de fato estão sendo convidados para conversar com o alto escalão da gestão.

"Desde o fim da tarde de ontem que o Palácio vem montando uma verdadeira força-tarefa para tentar fazer Joaquim Lira o novo conselheiro do TCE. Logo após a reunião de ontem, que confirmou a indicação de Eduardo Porto para o Tribunal, Joaquim foi o parlamentar que menos confraternizou na Casa; seguiu direto para o Palácio. O governo não assumirá o risco de declarar o apoio formal, com medo de sofrer mais uma derrota".

Joaquim Lira afirma que será o indicado da Alepe para o TCE

O deputado estadual Joaquim Lyra se disse animado para concorrer a segunda vaga no TCE. Em entrevista ao Blog do Alberes Xavier, Joaquim Lira se disse animado com a disputa.

“Estamos animados nessa luta, nesta briga… Sempre soubemos que não é uma coisa muito fácil, afinal de contas, você está dialogando com os seus colegas para ter essa indicação para durante muitos anos poder representá-los na Corte de contas do estado. A gente tem tido muitos apoios e muitos incentivos por parte dos nossos colegas deputados. Eles dão conta que, estando bem posicionado, poderei disputar e conquistar essa indicação na próxima terça-feira”, falou.

Mesmo dizendo que acredita que os candidatos que se colocam para a vaga têm potencial, Joaquim afirmou que ele ocupará o cargo.

“Respeito muito todas as candidaturas postas. Todos são colegas e amigos que se colocam para ajudar o estado e a Alepe. Quem for eleito representará muito bem. Eu tenho plena convicção, sem falsa modesta, que certamente a gente vai estar lá no Tribunal de Contas do Estado”.

A despedida de Teresa Duere no TCE

Após quase 21 anos de Tribunal de Contas, a conselheira Teresa Duere se despediu da Casa na manhã desta quarta-feira (17), em uma sessão especial realizada em sua homenagem.

Antes de começar a solenidade, no auditório do Edifício Nilo Coelho lotado, a conselheira cumprimentou a todos, entre servidores, membros do conselho, advogados e amigos, sendo aplaudida pelos presentes.

A homenagem foi iniciada pelo presidente do Tribunal, conselheiro Ranilson Ramos, que relembrou a trajetória de Duere dentro do TCE, ressaltando os anos de serviços dedicados à causa pública e ao legado deixado por ela para o Tribunal de Contas e para o controle externo.

“É hora de celebrar suas conquistas e reconhecer seu valoroso legado. Sua dedicação e sua busca constante pela excelência são exemplos inspiradores para todos que trabalham no setor público e para a sociedade como um todo”, falou o presidente, destacando que o impacto deixado por Teresa Duere ficará por muito tempo no TCE.

O conselheiro Valdecir Pascoal ressaltou que Teresa fez história, quebrou paradigmas e fez diferença no Tribunal.

“Falar em Teresa Duere é falar da brava mulher pernambucana, descendente das guerreiras de Tejucupapo. É falar em luta pela democracia e pela liberdade. É reforçar nossa repulsa a toda forma de totalitarismo, opressão e discriminação. É aprender de uma vez por todas que lugar de mulher é onde ela quiser”, disse o conselheiro (confira a íntegra do discurso).

O conselheiro Marcos Loreto destacou que Teresa Duere não foi só pioneira no que fez, ela também foi altiva.

“Você sempre entrou num espaço por sua luta, fibra e coragem, por sua forma de viver e enfrentar os desafios”, comentou o conselheiro que ao final agradeceu por todo o tempo de convívio.

O ex-conselheiro Carlos Porto, que anunciou sua aposentadoria no dia 03 deste mês, enfatizou que Teresa Duere fez história por onde passou, com uma vida exemplar, para se espelhar e ser seguida.

“Qualquer homenagem para você é pequena pelo que você representa tanto na sua vida particular, como na vida profissional. Desejo que neste mundo tão carente de pessoas com espírito público, você encare novos desafios, pois Pernambuco precisa de você”, ele falou.

A coragem de Teresa Duere foi ressaltada pelo conselheiro Dirceu Rodolfo. Relembrando Rosa Luxemburgo, ele apontou que a conselheira alia o ideário com a ação.

“Ela idealizou uma vida e conduta ética, contestadora e levou para a ação esta coragem. Ela traz uma“coragem virtuosa. “Quem conviveu com Teresa Duere sempre manteve e manterá respeito por esta mulher”, concluiu.

O conselheiro Carlos Neves iniciou sua fala citando a música Encontros e Despedidas. “O trem que chega é o mesmo trem da partida, a hora do encontro é também despedida, a plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar”, ao destacar o menor tempo de convivência com Teresa Duere se comparado com os demais conselheiros.

Todavia, ele ressaltou que mesmo com este pouco tempo, ele viu em Teresa uma pessoa que, inspirada por Dom Hélder, vive pelo serviço público com muita intensidade, colocando o cidadão pernambucano no centro do Tribunal de Contas, com ações, como, por exemplo, a fiscalização dos lixões. “Teresa traz esta centralidade do cidadão para o Tribunal, e foi este o Tribunal que conheci e que pretendo levar em frente”, disse.

Além dos conselheiros, também realizaram homenagens à conselheira, o auditor-geral, Marcos Nóbrega, que destacou, entre outros pontos, o “coração aberto ao diálogo” de Teresa, e o conselheiro substituto Adriano Cisneiros, que ressaltou que Duere sempre “vestiu a camisa” do Tribunal, incentivando servidores e colegas a sempre olhar o futuro.

Já o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Gustavo Massa, em nome do MPC, ressaltou que o auditório lotado era sinal de prestígio para a conselheira que sempre prezou pelo diálogo e vontade de melhorar. O procurador também destacou o árduo trabalho da conselheira na defesa da previdência social.

Com informações do TCE e bastidores da Alepe

Fonte: Blog de Jamildo.

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