quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Rio atrai 5 milhões de turistas

 

Passo a semana no Rio de Janeiro. Vim tratar da edição e lançamento do meu livro sobre Marco Maciel. Observo que a cidade já está apinhada de turistas para o Carnaval. Segundo a Riotur, empresa que cuida do setor turístico da Cidade Maravilhosa, são esperadas cerca de 5 milhões de almas vivas para curtir a folia nas ruas da capital carioca.

O perfil do turista que invade o Rio é, sobretudo, com DNA estrangeiro, principalmente gringos. No hotel em que estou hospedado, no coração de Copacabana, não se ouve sotaque brasileiro, só americano e argentino. Esse é o turista que injeta dinheiro na economia do Rio. Lota o sambódromo, restaurantes, bares e congestiona os principais equipamentos de isca para quem visita a cidade pela primeira vez, como o Cristo e Bondinho.

O carnaval do Rio tem relação singular com o chamado “maior espetáculo da terra”. Na Marquês de Sapucaí ou nas ruas da cidade, as escolas de samba e os blocos levam muita diversão para os cariocas e turistas, transformando o Rio na capital mundial da alegria durante os dias de evento. Mas claro que nem só de lazer e entretenimento vive o Carnaval. Além do valor inestimável do ponto de vista histórico e cultural para a preservação das raízes cariocas, a festa tem um impacto econômico vital para o Rio.

Um levantamento inédito da Prefeitura, revelado no ano passado, mostrou os motivos do Carnaval carioca ser tão importante para os cofres públicos. A maior festa popular do mundo movimenta R$ 4 bilhões na economia da cidade, o dobro do valor registrado dez anos antes, o que indica claramente um aumento do faturamento com a realização do evento. Boa parte do funcionamento da Cidade Maravilhosa acontece em função de tudo que a folia representa. E isso pode ser observado em cada esquina carioca.

Desde uma grande rede de hotéis que recebe centenas de turistas, até o vendedor ambulante que fatura até cinco vezes mais do que nos outros meses do ano. O Carnaval mexe com a engrenagem financeira do município, gera renda e emprego para diversos setores, como soldadores, aderecistas, ritmistas, costureiras, comerciantes, marceneiros, cozinheiros, profissionais de limpeza, serviços de transporte, guias turísticos e muitos, mais muito mais.

No setor de turismo, por exemplo, o cenário é ainda mais impactante. No ano passado, foram mais de 2 milhões de turistas que aproveitaram a cidade nesta época do ano. Só os blocos de rua devem movimentar R$ 1 bilhão, de acordo com a Riotur. Esse ano serão 456 blocos, com cerca de cinco milhões de pessoas esperadas.

Arrecadação bomba – A arrecadação de ISS (Imposto Sobre Serviços) relacionados ao turismo no Rio é maior no Carnaval do que em todos os demais meses do ano. O recolhimento de imposto desse grupo é 16,8% maior no Carnaval (R$ 25,8 milhões) do que no Réveillon (R$ 22,1 milhões) e 23,7% maior do que nos demais meses do ano, excluindo os dois meses dos eventos (R$ 20,8 milhões). Em 2021, em função da pandemia e da não realização do Carnaval, a arrecadação de impostos municipais do grupo relacionado ao Carnaval caiu de R$ 25,8 milhões, na média dos Carnavais entre 2011 e 2019, para R$ 11,2 milhões.

Sambódromo colorido – O Sambódromo da Sapucaí ganhou um super toque de modernização para o Carnaval deste ano. As luzes coloridas que dão efeito aos desfiles, testadas no ano passado, agora serão fixas, e haverá maior rigor para evitar que o som dos camarotes vaze e que muita gente se aglomere na pista. Entre outras mudanças, será a primeira vez também que mais cortejos passarão pelo centro comercial do que pela zona sul turística, a fim de democratizar e não atrapalhar a dinâmica urbana.

Oposição a Lula – Recém-empossado como presidente nacional do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, disse ver o partido no “centro” do espectro político brasileiro. “Acho que o PSDB está no centro. E o centro não é ausência de posição; é justamente estar equidistante”, declarou Leite. O governador deixou claro, porém, que o partido será “oposição” a Lula nas pautas em que julgar como “retrocesso”, sobretudo na área econômica.

Trégua carnavalesca – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende dar uma “trégua” ao governo Lula na Casa pelo menos até o Carnaval, este ano comemorado de 18 a 22 de fevereiro. A líderes de partidos aliados ao governo, Lira sinalizou que, até o feriado, pretende colocar em votação apenas pautas de consenso, evitando projetos polêmicos. Uma amostra dessa disposição já foi dada por Lira nos primeiros dias desta semana, quando pautou apenas acordos internacionais do Brasil que precisam ser ratificados pelo legislativo.

No colo de Lula – Primeiro-secretário da Câmara dos Deputados e presidente nacional do União Brasil, o deputado pernambucano Luciano Bivar entrou na polêmica do Banco Central, fruto das críticas de Lula pelos juros extorsivos. “Está certo que o BC é um defensor da nossa moeda e dos nossos índices de inflação, mas, em última análise, a responsabilidade disso é do governo eleito. Isso é um problema que está no colo dele, e acho que ele tem todo o direito de se insurgir àquilo que ele acha que não está de acordo com a forma dele chegar a uma economia mais saudável”, afirmou.

CURTAS

CARUARU TREME – Na madrugada de ontem, Caruaru registrou um tremor de terra com magnitude de 2.2 mR. O último ocorrido na cidade se deu em dia 13 de janeiro de 2022, um tremor de magnitude 1.3 mR. Nas redes sociais, moradores da cidade relataram que sentiram o tremor em diversos bairros, como Petrópolis, Indianópolis, Santa Rosa e Centro.

Silêncio cearense – A mídia do Ceará noticiou com discrição o convite que o presidente Lula fez para o ex-governador Paulo Câmara assumir a presidência do Banco do Nordeste. Líder do PT na Câmara, José Guimarães, que queria manter o atual presidente, não deu um pio. Pela primeira vez, o BNB sai do controle dos políticos cearenses.

Perguntar não ofende: Por que Lula anda tão destemperado nas suas últimas falas em público? 

Fonte: Blog do Magno Martins.

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