terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Acirramento histórico deve se perdurar

 

Desde a redemocratização política do país, o PT assumiu um papel de liderança dentro do campo  das esquerdas. Com a forte liderança de Lula que por pouco não se elegeu presidente no ano de 1989, o PT conseguiu a proeza de manter-se na polarização eleitoral em todas às eleições presidenciais. Seja contra Collor, seja contra o PSDB de FHC, Serra, Alckmin e Aécio, ou contra o próprio Bolsonaro.

Sem dúvida alguma, o PT é o partido que mais vitorioso do país, ainda que não esteja organizado em todas às federações como outras legendas. O partido enfrentou momentos turbulentos e que em muitas vezes se imaginou que iria ser varrido do mapa político. A pior das fases sem dúvida alguma foi em 2015 a 2018 quando enfrentou o impeachment de uma presidente eleita e a prisão do seu maior líder. Da mesma forma, a legenda viu seu renascimento a partir de 2020 quando todos fizeram uma campanha contra Bolsonaro (não contra o PL), e viam no PT e em Lula a única saída para que o presidente não fosse reeleito. 

O acirramento passou da finalidade eleitoral para a área pessoal. Pela primeira vez em anos, vimos uma eleição ser tão claramente contestada e com um resultado tão dividido. Os eleitores que foram às urnas em 30 de outubro elegeram Lula com apenas 1% de diferença. A partir daí, inúmeros questionamentos sobre sistema eleitoral, questionamento do resultado da eleição e o não reconhecimento da vitória de Lula incentivou diversas pessoas a se manterem nas portas de quarteis na certeza de que algo deveria ser feito, apesar de ser ilegal e inconstitucional.

Não se conformam de ver um líder político sair da presidência, ser investigado, processado, preso e após mais de quinhentos dias de prisão ser solto, ter seus processos anulados, se tornar elegível, vencer às eleições e entrar para a história como o homem que se elegeu por três vezes presidente e ainda derrotar um presidente com direito à reeleição. A insatisfação é grande, a revolta mais ainda. No entanto, nada pode justificar o golpismo. Como bem disse Reinaldo Azevedo, "golpe não é liberdade de expressão".

A revolta do eleitorado contra a eleição de Lula deve ser feita através de fiscalização e de uma forte oposição para mostrar ao Brasil que os seus eleitores fizeram uma opção errada em 2022. Uma coisa pode se ter certeza: o acirramento eleitoral na disputa presidencial deve se perdurar e dificilmente teremos eleições como eram em anos anteriores.

Defesa da democracia - Diversos políticos da direita se posicionaram contra os atos violentos que ocorreram no último domingo para poderem se diferenciar de Bolsonaro. Muitos já sabem das dificuldades que Bolsonaro terá para chegar em 2022 elegível e já observam justamente este espaço para abraçar o eleitorado bolsonarista e do campo da direita, espaço que foi ocupado pelo PSDB em anos anteriores.

Questionamento - O deputado federal Silvio Costa Filho questionou a decisão monocrática de Alexandre de Moraes que afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha. "Tenho dúvidas sobre a formatação jurídica, porque acho uma decisão muito forte, uma decisão monocrática de afastar um governador que foi eleito de forma democrática" afirmou Silvio Costa Filho.

Bolsonaro - Para Silvio, o ex-presidente Jair Bolsonaro influenciou os movimentos antidemocráticos e não soube aceitar o resultado das eleições. "É na dificuldade que a gente conhece os homens. O que percebo é que a gente está vendo um ex-presidente Bolsonaro cada vez menor, perdendo o respeito da grande maioria da sociedade e das instituições", afirmou o deputado.

Alepe - A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) condena os atos violentos que culminaram com a invasão e depredação das sedes dos três poderes da República, em Brasília. "A ação dessas minorias antidemocráticas, que infringem princípios constitucionais e se recusam a aceitar o resultado legítimo e soberano das urnas de outubro, deve ser passível de apuração e punição rigorosas, estendidas sobretudo aos financiadores desses atos de vandalismo" disse a nota.

CPI - O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) começou a recolher assinaturas ontem para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigue os atos de terrorismo em Brasília. Para que uma CPI seja instalada, o requerimento precisa reunir ao menos 171 assinaturas da Câmara.

Silvinho Silva, editor do Blog
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Fonte: Blog do Silvinho.

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